Os pedestres podem até não perceber os números estampados nas tabelas dos postos de combustíveis da cidade, mas os motoristas, sim. E muitos se assustam. Nos últimos meses, a bruxa parece estar solta para o consumidor e, seguindo o ditado de que nada é tão ruim que não possa piorar, quando menos se espera, a situação fica ainda mais complicada. Pelo menos com o preço dos combustíveis tem sido assim. No final de setembro, a Petrobras anunciou um aumento de 6% na gasolina e de 4% no diesel. Não demorou nem uma semana para que os novos preços chegassem às bombas de combustíveis de Nova Friburgo.
A quantia, que em percentuais parece ser pequena, pesou no bolso dos motoristas e gerou diversas críticas. “O reajuste, de fato, pesa no bolso. Antes, eu abastecia R$ 20 de gasolina e conseguia rodar por dois ou três dias com tranquilidade. Hoje, faço o mesmo percurso com R$ 30 ou até R$ 40 de combustível. Considerando que abasteço duas ou três vezes por semana, há um comprometimento razoável da minha renda”, afirmou o empresário Felipe Alves, de 24 anos, em matéria divulgada no dia 7 de outubro.
No entanto, a novela que começou em janeiro, com a elevação dos tributos que incidem sobre gasolina, álcool e óleo diesel, ainda parece estar longe de chegar ao fim. Apesar de não ter sido anunciado, o preço da gasolina continua a subir gradativamente. Em um posto de combustível no centro da cidade, por exemplo, o litro da gasolina comum, que custava R$ 3,67 no início de outubro, agora custa R$ 3,79; já a gasolina aditivada passou de R$ 3,82 para R$ 3,94.
Em um posto na Avenida Euterpe Friburguense, o preço da gasolina chega a quase R$ 5 e chama a atenção, mas o frentista explica: “Esta gasolina de R$ 4,78 é a podium, um combustível específico para carros com motor de maior potência”, esclarece. Nivaldo Almeida trabalha como frentista há 21 anos e afirma que nos últimos meses tem escutado muitas reclamações dos motoristas que param para abastecer. “As queixas são muitas e o pior é que está sendo falado em um aumento para o próximo mês que pode chegar a 15%”, informa Nivaldo.
O reflexo da gasolina na inflação
Ontem, 9, a Fundação Getúlio Vargas divulgou dados que evidenciam o peso da gasolina sobre a inflação no início deste mês de novembro. O preço do combustível subiu 4,46%, sendo a maior influência sobre o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que acelerou para 0,78%.
Ainda de acordo com a FGV, esta foi a oitava alta seguida da taxa do IPC-S este ano. Além da gasolina, pesaram ainda sobre a inflação as altas de 9,73% no etanol, de 1,45% na tarifa de ônibus urbano, de 4,54% no gás de botijão e de 1,01% em plano e seguro de saúde.
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