Dois lances poderiam mudar a história de Friburguense x Botafogo no Eduardo Guinle. O gol perdido por Jorge Luiz e o tento irregular de Jobson, o segundo do alvinegro carioca, ajudam a contar o enredo da partida na tarde da última quarta-feira de Cinzas, 18, em Nova Friburgo. O glorioso dominou a maior parte do confronto, mas foi beneficiado por um gol em posição de impedimento no início do segundo tempo, quando o Tricolor da Serra vivia o melhor momento na partida e, de certa forma, pressionava o rival. O lance provocou protestos, insuficientes para evitar a vitória do time de Renê Simões por 3 a 0 — gols de Bill, Jobson e Gegê.
O Frizão segue com sete pontos conquistados, e no próximo domingo, 22, viaja para enfrentar a Cabofriense, às 17h, no Correão.
Fogão é melhor em jogo pegado
Estádio Eduardo Guinle lotado — 4.180 pessoas compareceram —, torcidas empolgadas e uma atmosfera para o retorno de um grande clube à Nova Friburgo um ano depois. Se o Botafogo não contava com Diego Jardel e Rodrigo Pimpão, o Friburguense não tinha Pierre e Caíque. Com Bidu recuado à defesa, coube a Zé Victor fazer companhia a Damião na cabeça de área. Depois de quatro minutos de muita marcação, o alvinegro encontrou espaço a partir de uma bola recuperada no meio-campo e Jobson foi acionado pela esquerda. O atacante rolou para Bill invadir a área e tocar por cima de Marcos para abrir o placar. O Tricolor da Serra manteve a pegada, mas encontrava poucas brechas na zaga adversária. Uma delas surgiu aos 13 minutos, mas Ziquinha não conseguiu finalizar como gostaria e mandou por cima. A resposta carioca veio em novo contragolpe, onde Bill recebeu novamente na grande área e foi travado por Cadão no momento do chute.
Durante o tempo técnico, Gerson Andreotti pediu mais velocidade e inversão de jogadas ao Friburguense. Mas era o Botafogo que executava este tipo de lance com mais eficiência. Thomas recebeu pela esquerda e buscou o lançamento na direção de Jobson, interceptado por Bidu. Quando Jorge Luiz chamou a responsabilidade, aos 30 minutos, conseguiu boa falta na intermediária. O próprio camisa 10 cobrou no ângulo direito, mas Jéfferson voou para fazer grande defesa. O momento era do Friburguense, que conseguiu roubar a bola na saída do Botafogo e ganhou nova falta, um pouco mais próxima. Pouco depois, Felipe recebeu em profundidade na esquerda, tentou rolar para Thalles, mas teve o passe bloqueado por Roger Carvalho. No espaço de cinco minutos, o Botafogo encaixou dois bons ataques e forçou dois cartões amarelos para jogadores do Friburguense. Nenhuma falta, no entanto, resultou em lances de perigo contra a meta de Marcos.Sergio Gomes sobe para afastar cruzamento: Botafogo marcou duas vezes em jogadas pelo alto
Frizão luta, mas gol irregular amplia vantagem alvinegra
O uniforme branco não foi a única novidade do Friburguense para o segundo tempo — no primeiro, a equipe lançou a camisa azul marinho. O técnico Gerson Andreotti promoveu a entrada de Tufy na vaga de Rômulo, e desta forma, tentou dar a movimentação que cobrava ainda no tempo técnico da primeira etapa. A ideia deu resultado aos três minutos, quando Felipe chutou por cima da meta de Jéfferson após boa troca de passes no meio-campo.
A resposta do Botafogo veio em chute torto de Jobson instantes depois. Pouco depois, Bill lançou na direção de Jobson, que desta vez acertou o alvo. Marcos, bem posicionado, não teve dificuldades para defender. Apesar dos bons momentos, era o Friburguense quem tinha a bola nos primeiros minutos. Até mesmo por isso Andreotti resolveu arriscar, e aos 12 minutos, abriu mão de Zé Victor, um volante de marcação, para lançar o jovem Luquinhas.
Em rápido contra-ataque, Jorge Luiz saiu de cara com Jéfferson e só não marcou por conta da grande defesa do goleiro alvinegro. O Botafogo, por sua vez, articulou boa jogada com Marcelo Mattos e Bill pela direita, que terminou na cabeçada certeira de Jobson aos 17 minutos, em posição irregular.
Sem alternativa, o Friburguense partiu para o ataque e o Botafogo teve o contragolpe à disposição em alguns momentos. Aos 23, Jobson foi lançado e Marcos se atirou à bola para atrapalhar a conclusão do atacante. Aos 37, no entanto, Gegê aproveitou levantamento preciso de Sassá para cabecear e marcar o terceiro do alvinegro. O Frizão ainda buscou o gol de honra, e teve a melhor oportunidade no chute de Luquinhas, defendido no centro da meta por Jéfferson. Marcos ainda trabalhou pela última vez em chute forte de Carleto, e evitou o quarto.
Torcida compareceu em grande número e superou as expectativas iniciais
Ficha Técnica
Friburguense 0x3 Botafogo
Campeonato Carioca 2015
5ª rodada
18/02/2014 - 17h
Estádio Eduardo Guinle, Nova Friburgo - RJ
Renda: R$ 117.840,00
Público: 3.831 pagantes / 4.180 presentes
Árbitro: Mauricio Machado Junior
Assistentes: Wagner Santos e Eduardo de Souza Couto
Friburguense: Marcos; Sérgio Gomes, Cadão, Bidu e Felipe; Zé Victor (Luquinhas), Damião, Rômulo (Tufy) e Jorge Luiz; Thalles (Lohan) e Ziquinha.
Técnico: Gerson Andreotti
Botafogo: Jéfferson, Gilberto, Roger Carvalho, Renan Fonseca e Carleto; Marcelo Mattos, Wilian Arão, Fernandes (Gegê) e Thomas; Jobson (Sassá) e Bill (Murillo).
Técnico: René Simões
Bidu critica erro da arbitragem
Para o volante, segundo gol do Botafogo foi decisivo
Tão logo receberam a confirmação do impedimento de Jobson, no segundo gol alvinegro, jogadores e comissão técnica do Friburguense não pouparam críticas. O volante Bidu, por exemplo, considerou o erro determinante para o resultado da partida.
"Nosso time estava bem no jogo naquele momento, e sofremos esse gol irregular. A gente trabalha a semana toda para ser prejudicado por um erro como esse. É complicado, mas o campeonato continua e no domingo que vem nós temos que buscar o resultado contra a Cabofriense”, disse.
Público supera jogo contra o Flamengo
Apesar das vendas apenas regulares durante a semana, o público de Friburguense x Botafogo superou qualquer expectativa. Foram 4.180 presentes — 3.831 pagantes — resultando em uma renda de R$ 117.840,00. A organização funcionou e não foi registrado nenhum problema na entrada ou saída de torcedores no estádio Eduardo Guinle.
O público, inclusive, é recorde desde a colocação das cadeiras na casa do Tricolor da Serra. Em janeiro do ano passado, 3.675 pagaram ingresso e 3.975 assistiram ao duelo entre Friburguense e Flamengo. A renda, entretanto, foi maior naquela partida: R$ 148.100.
Jéfferson agradece carinho da torcida
Atencioso, goleiro da Seleção atende fãs após a partida
A cada defesa importante, a torcida do Botafogo vibra como se fosse um gol. Tudo porque o maior ídolo dos alvinegros veste a camisa 1, não só da equipe botafoguense, como também da Seleção Brasileira. Seguro quando exigido dentro de campo, Jéfferson fez questão de agradecer o carinho recebido pelo elenco alvinegro em Nova Friburgo fora das quatro linhas. Desde a chegada da delegação, na noite de terça-feira, 17, foram muitas as manifestações de carinho.
"O Botafogo tem uma grande torcida, espalhada por todos os lugares. A gente fica feliz em ter tantos botafoguenses em Nova Friburgo. A recepção e o apoio foram maravilhosos, e pudemos mostram em campo que estamos no caminho certo”, comentou o goleiro.
Atencioso, Jéfferson atendeu a dezenas de crianças após a partida no Eduardo Guinle. Não fosse a intervenção de seguranças, Jéfferson teria permanecido durante horas na saída dos vestiários. "É um grande sonho tirar foto com ele. É o ídolo da nossa torcida”, comentou o pequeno Nícollas, de apenas 12 anos.
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