Praça Getúlio Vargas: prefeitura fará reunião para regularizar corte e poda de árvores

domingo, 22 de fevereiro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Praça Getúlio Vargas: prefeitura fará reunião para regularizar corte e poda de árvores
Praça Getúlio Vargas: prefeitura fará reunião para regularizar corte e poda de árvores

Alerrandre Barros

A operação de cortes e podas de eucaliptos realizada pela Prefeitura na Praça Getúlio Vargas ainda não tem previsão para ser retomada. Segundo o secretário de Defesa Civil, tenente-coronel bombeiro João Paulo Mori, nesta segunda-feira, 23, representantes do governo municipal, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Universidade Estácio de Sá e do Ministério Público Federal (MPF) devem se reunir à tarde para definir as próximas fases da operação. Desde antes do carnaval, as atividades estão paradas após um laudo técnico do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apontar que pelo menos duas árvores foram cortadas sem necessidade na praça. 

Na terça-feira, 10, o Iphan pediu a paralisação temporária das atividades de corte e poda, e o procurador João Felipe Villa do Miu, do MPF em Nova Friburgo, afirmou que a continuidade dos trabalhos deve estar em comum acordo com os laudos da Estácio de Sá e do Iphan, que orientam os trabalhos da Prefeitura. Após a confirmação de que as árvores identificadas pelos números 47 e 48 foram cortadas indevidamente, o MPF informou que enviará um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à Prefeitura para a regularização das ações na praça. O documento ainda não está pronto, mas deve ser entregue na próxima semana. O prefeito, Rogério Cabral, disse que abriu um procedimento administrativo interno para apuração dos fatos e punição dos eventuais responsáveis na forma da lei.

Neste sábado, 21, membros de grupos manifestantes contrários a boa parte dos procedimento da operação de corte das árvores voltam à praça para promover uma ação cultural, a partir das 10h. "Esses eventos costumam ter música, arte, diálogos sobre a questão. A ideia com esse evento é de continuar a "ocupação” da praça, levando ao público que participa e que passa pelo local informações e esclarecimentos sobre o assunto”, explica o arquiteto Alessandro Rifan, integrante do movimento "Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas”. 

Além da ação cultural, os manifestantes colherão assinaturas para o abaixo-assinado que pede, entre outras coisas, transparência nas atividades realizadas pela Prefeitura. "A publicização, o diálogo e a transparência em um processo que envolve um bem público, ainda mais tombado, são no mínimo desejáveis”, opina Rifan. O documento, que já tem quase duas mil assinaturas, também pode ser assinado pela internet, no endereço: http://goo.gl/8R5Igi


Relembre o caso

A polêmica envolvendo a Praça Getúlio Vargas começou depois que 20 árvores foram cortadas após a segunda semana da operação de poda e cortes dos eucaliptos centenários. Um "clarão” surgiu entre o coreto e o chafariz e chamou a atenção de pedestres que passavam pelas alamedas no local. Indignados, um grupo de manifestantes, formado por moradores, começou a se organizar nas redes sociais e a protestar, questionando a maneira como as atividades estavam sendo executadas pela Prefeitura. 

No dia em que integrantes se reuniriam com o Ministério Público para formalizar uma denúncia, a advogada e ativista Maria das Graças Macedo, de 53 anos, foi algemada e presa pela polícia durante um protesto na praça. A partir de então, a operação começou a desacelerar por causa da pressão dos manifestantes e atualmente intervenções no local estão paradas. 

Desde o dia 17 de janeiro, 22 árvores foram cortadas um pouco acima da raiz e 13 foram podadas na praça, tombada pelo Iphan em 1976. Segundo a Prefeitura, 24 eucaliptos ainda sofrerão corte raso e outras árvores devem ser podadas.


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