A opinião dos moradores e frequentadores do Suspiro é de que a reabertura do teleférico é uma questão fundamental para a retomada do movimento do local. Além disso, é também reivindicação geral uma maior dispensa de cuidados do poder público, não somente em relação à praça, mas também ao seu entorno. Há, inclusive, sugestões para a criação de uma administração local.
TURISTAS – O jornaleiro Marcelo Ribeiro Silveira, de 38 anos, se ressente com a ausência dos turistas, antes atraídos pelo teleférico. Marcelo afirma que, com sua reabertura, o movimento será maior na praça, com reflexos positivos para o comércio local, inclusive o seu próprio, uma banca de jornais e revistas.
Por ser um local turístico, ele reivindica da prefeitura uma equipe para cuidar do bairro com serviços de capina, pintura, jardins, plantas e flores.
LICENÇA – "Eu acho ótimo morar aqui, um local agradável, realmente bonito.” Esta é a opinião de Humberto Marchon Fontão, aposentado de 81 anos, que lamenta o abandono do local e as exigências da prefeitura, impedindo a volta do teleférico, que, como lembrou, funciona há 40 anos e somente agora lhe foi feito o pedido da licença ambiental. Em sua opinião, a prefeitura deveria abrir mão dessa exigência, pois o equipamento já teve parecer favorável de engenheiros e arquitetos. "O teleférico já devia estar funcionando. Lamento muito. Friburgo precisa muito de turistas para deixarem dinheiro na cidade e a prefeitura está amarrando. Com razão ou sem razão, não sei. Mais um problema ou menos um, dá no mesmo”, afiança. Para Fontão, com o teleférico parado, a praça fica meio triste, morta.
PONTO MAIS PROCURADO – A esperança de Ari da Costa Tavares, comerciante aposentado de 64 anos, é que o Suspiro melhore bastante, pois atualmente, segundo seu julgamento, não há quase nada de bom.
Ari gostava de ver o Suspiro cheio de gente, com famílias inteiras passeando, ao contrário de hoje em dia, vazia, com prejuízos para o comércio do seu entorno, assim como para o artesanato da feira e outras atividades, como os cavalos de aluguel para passeios. E ele chama a atenção também para a extinta Fonte do Suspiro e as obras atrás do Teatro Municipal e Praça das Colônias, que afirma estarem morosas. O ponto positivo apontado por ele é a Capela Santo Antônio já restaurada.
O morador diz que, coincidentemente, no dia da reportagem a prefeitura havia feito capina e limpeza dos jardins da praça. Mas lamenta a demora com que esse serviço é feito. O cuidado deveria ser permanente.
FESTA – "O Suspiro era uma festa”, afirma a artesã Zulma Carlos Henriques, de 65 anos, que sente falta dos turistas que faziam compras na feira de artesanato. Ela, já aposentada, foi uma das poucas artesãs que permaneceram durante todo este verão com sua barraquinha funcionando. Já outros, desanimados, tiraram férias, devido ao movimento quase inexistente. Os turistas que continuam aparecendo acabam reclamando da falta de funcionamento do teleférico e da própria feira. E esperam por dias melhores. E ela também. "É só o teleférico voltar a funcionar. Vai ser uma festa de novo”, assegura.
PERFEITO – Para Borlido Asth, sócio há quase 40 anos do Clube de Xadrez e, por isso mesmo, sempre circula pelo Suspiro, só faltam duas coisas para o local voltar a ficar perfeito: o retorno das atividades do teleférico e o término da contenção atrás do Teatro Municipal e Praça das Colônias. O melhor dessa obra para Borlido é o restabelecimento do anfiteatro, palco de muitas atrações culturais que presenciou.
Como um lugar importante para o turismo de Nova Friburgo, Borlido vê o Suspiro sendo recuperado aos poucos. A Capela Santo Antônio já está funcionando, uma referência religiosa local. E a volta do teleférico representará a referência turística da cidade, devolvendo a vida ao Suspiro. "Eu estou torcendo para que saia logo essa autorização da prefeitura que está faltando”, salienta.
Sobre o Clube de Xadrez, Borlido lembra que estava com dívidas acumuladas, mas há uma solução à vista: a venda à prefeitura da parte atualmente alugada onde funciona o Espaço de Lazer da Pessoa Idosa. "O Xadrez perde aquela parte, mas conserva o restante da parte esportiva”, anima-se o sócio. O tradicional clube oferece piscina, sauna, bar e academia (arrendada) e os sócios ainda fazem animados churrascos. Aliás, a piscina, nesse longo verão, tem sido muito frequentada.
MELHORIAS – "Aqui está péssimo”, resume José Adir Wermelinger, funcionário público estadual de 51 anos, que mora na Avenida Barucke há 24. O local ressente-se ainda das consequências da tragédia de janeiro de 2011, principalmente a cobertura do Córrego do Relógio, que passa por ali, ainda com grandes partes destruídas. E ele cobra providências das autoridades para restabelecer a tranquilidade dos moradores, que gostam de morar ali, tão próximo ao Centro, do Posto de Saúde Sylvio Henrique Braune e do mercado da feira.
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