Após três anos de obras de ampliação e revitalização, paralisadas algumas vezes por falta de repasses do governo federal, a Praça das Colônias, no Suspiro, será finalmente reinaugurada neste sábado, 21, às 10h. Os atrasos não permitiram que a obra ficasse pronta a tempo das comemorações do bicentenário de Nova Friburgo, há dois meses.
A reforma incluiu uma série de melhorias no local, como um telhado novo. Orçado em cerca de R$ 500 mil, o projeto previu ainda a reforma da cozinha, do restaurante e reparos nos banheiros, que receberam adaptações para portadores de necessidades especiais. Foi construído também um depósito para o restaurante e instalado um sistema de captação de águas das chuvas para a manutenção de jardins e limpeza.
A reforma faz parte de um convênio firmado entre o município e o Ministério do Turismo, intermediado pela Caixa Econômica Federal. As obras, realizadas pela Caledônia Construtora Ltda, empresa vencedora da licitação, começaram no início de junho de 2015, mas foram interrompidas pela primeira vez três meses depois. O ponto turístico deveria ter sido reaberto no início de 2016.
O objetivo do espaço, segundo o presidente da Associação das Colônias de Nova Friburgo (Ascofri), Alex Alfaya, é fazer do local um ponto disseminador da multiculturalidade do município e fomentar o turismo. Apesar da reforma, o espaço continua com dez salas, uma para cada um dos dez povos colonizadores de Nova Friburgo: portugueses, suíços, alemães, italianos, libaneses, japoneses, espanhóis, austríacos, húngaros e pan-africanos. A lista não inclui França e Israel, nações amigas que têm seus pavilhões na entrada do espaço.
Apesar de a França não figurar oficialmente entre os países colonizadores, coube ao médico francês Jean Bazet acompanhar a primeira leva de suíços, contratado pela Coroa portuguesa. Ele também foi o primeiro administrador da vila. Da França também veio o paisagista François Marie Auguste Glaziou, que projetou os jardins do Country Clube e da Praça Getúlio Vargas.
A importância de cada colônia
- Suíça: Em 1818, Dom João VI autorizou a vinda de cerca de cem famílias do Cantão de Fribourg, numa experiência pioneira no Brasil, fazendo surgir em 1820 a vila de Nova Friburgo, a primeira colonizada por não-portugueses no Brasil.
- Alemanha: A presença alemã em Nova Friburgo se deu 1824, quando chegaram os primeiros imigrantes alemães contratados. Trouxeram com eles a religião luterana. Em 1911, novas levas de imigrantes desenvolveram um parque industrial que revolucionou a economia da cidade e regiões vizinhas.
- Itália: Os primeiros italianos chegaram a Nova Friburgo por volta de 1855. Destacaram-se no comércio, como a Casa Miele, Vassalo, Lo Bianco, Spinelli, Mina de Ouro, profissões liberais e na vinda de instituições religiosas, como os colégios Anchieta e Nossa Senhora das Dores. A Colônia comemora o seu dia em 2 de junho, dia da unificação italiana.
- Líbano: Chegaram por volta de 1870, trabalhando inicialmente como mascates e depois se destacando em diversas atividades.
- Japão: Chegaram em 1927, capitaneados pelo engenheiro agrônomo Tohoro Kassuga. Logo se destacaram na agricultura.
- Espanha: Chegaram no fim do século XIX. Destacaram-se no comércio, nas olarias e na construção civil (prédio do Colégio Anchieta). A religiosidade é uma característica marcante: o Colégio Nossa Senhora das Mercês foi fundado por uma ordem espanhola.
- Portugal: A presença portuguesa na região remonta ao século XVIII, quando o Brasil ainda era uma colônia de Portugal.
- Áustria: Brasil e Áustria têm laços desde o casamento de Dom Pedro I com Dona Leopoldina. Em Nova Friburgo, os austríacos se destacaram nas indústrias têxteis e no comércio.
- Hungria: Foram pioneiros em muitas atividades, entre elas hotelaria e na gastronomia.
- Pan-Africana: Também estão presentes desde século XVIII, em fazendas ou quilombos. Em muito contribuíram para o progresso da cidade.
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