Pra encantar

sexta-feira, 15 de julho de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Pra encantar
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“Descem as nuvens na serra,

sobe aos céus o calor...

Sol no seio da terra,

faz brotar o amor”

Show de lançamento de Flores da Serra promete muita emoção e alto-astral em noite de luar

Girlan Guilland

A próxima quinta-feira, 21, será noite de lua cheia e tem tudo para ser muito especial. O clima de encantamento promete começar em alto-astral, já com a deslumbrante imagem que se costuma formar no céu friburguense nestas ocasiões. Apesar do frio previsível para esta época do ano, a noite de luar tem tudo ainda para ser de muita emoção e calor humano.

No palco da Mais 1 Chopperia e Sinuca, o poeta Arnaldo Luis Miranda receberá amigos e convidados especiais para o lançamento do CD Flores da Serra. No entanto, muito além de um show, cujo roteiro tem como conceitos básicos o reconhecimento e a gratidão, o evento se propõe a ser um momento de encontros e reencontros, congraçamento, amizade, carinho e amor. Sobretudo amor por Nova Friburgo e sua cultura viva e vibrante.

O público terá a oportunidade de ver, ouvir e comprovar, mais do que a boa música e o início de um projeto ousado de produção artística local, de bom gosto, alto nível e qualidade, o potencial e a força de artistas friburguenses, mostrando do que são capazes músicos e profissionais da região. Além das interpretações de parte do repertório do disco pelo próprio Arnaldo — que no CD conta com acompanhamentos da cantora e compositora Jozi Lucka, do cantor, compositor e arranjador Giovanni Bizzotto (que também assina a mixagem), do cantor e compositor Claudio Nucci e de Rodrigo Garcia (violonista do grupo Nó Cego) — serão exibidos os videoclipes musicais “No amor” (ficcional) e a animação “Flores da Serra”.

“Canções como vieram ao mundo: voz e violão”

Arnaldo conta que optou por um formato despojado para o show, “pra chegar mais perto do público e mostrar essas canções como elas vieram ao mundo: voz e violão”, diz ele, que convidou o multi-intrumentista Piter Toledo para estar à frente de uma percussão leve, mas de grande expressividade. Piter é um jovem e talentoso aluno da Escola Superior de Música da Candido Mendes e músico da Euterpe Friburguense, desde os 10 anos de idade.

Tendo como Mestre de Cerimônia o locutor e também ator e poeta, Paulo Carvalho (atualmente âncora do Jornal do SBT em Nova Friburgo), o show contará ainda com as participações pra lá de especiais de Anderson Erthal e Ágni de Souza, num arranjo de Plínio Padilha para “Poeira fina”, canção que homenageia a “tia” Lilia Berbert (1921-2001), mãe do poeta e conhecida por sua militância na Pastoral da Saúde de Nova Friburgo; e Ney e Kauan Velloso interpretam “Deixa eu te amar do jeito que eu sei”, arranjo inspirado de Ney para o CD, porém, em versão instrumental exclusiva para esta noite.

A canção “Pedra de Ilusão” (13ª e última faixa) também terá participação especial: o arranjador Tiquinho Santos, ao teclado, único dos músicos que está da primeira à última faixa do disco, responsável, junto com o autor, pela arregimentação dos demais participantes, além de arranjador de várias canções.

DVD: videoclipes para surpreender

Os dois clipes integrarão o DVD homônimo, um dos desdobramentos do projeto, com o qual o artista inicia nova vertente de seu trabalho.

“Queremos surpreender o espectador, a partir das canções do CD, com linguagem de videoclipe musical, ao mesmo tempo convencional e instigante, criando um forte link emocional com minhas canções, de apelo humanista e cor brasileira”, ressalta o poeta, reforçando sua crença no potencial da região em termos de economia criativa e, ainda, para ressaltar e homenagear a importância da Mata Atlântica, tanto de Nova Friburgo quanto da região serrana do Rio de Janeiro como um todo.

Além de sua exuberância natural, a região tem uma das maiores áreas remanescente do planeta em ocorrência deste bioma e que muito pode contribuir para a questão do turismo, como sustenta Arnaldo, acrescentando ainda que “a proposta é colocar a região como ‘protagonista de fundo’ de uma realização videofonográfica musical, de caráter ficcional”, que ele reconhece como locação privilegiada, de esplêndida arquitetura natural e humana, “capaz de produzir imagens que reforçam a autoestima da população e também contribuam para o fluxo turístico, explorando características regionais”.

“No Amor” - Primeira das 13 faixas do disco, é base para um dos clipes. A interpretação é do próprio Arnaldo, sendo que reproduz a história ficcional de um homem que só consegue livrar-se das drogas graças ao apoio da família e de Narcóticos Anônimos, cujo código de preservação da identidade de seus integrantes foi respeitado nas gravações. Não são revelados os rostos dos figurantes. O clipe tem roteiro de Fernando Rocha e Ilson Junior, com a participação especial de Ângela e Vitoria Juliani e Carol Berbert, direção de fotografia de Sérgio Martins, produção executiva de Martha Teixeira, direção e edição de Ilson Junior.

“Flores da Serra” - Canção-título do álbum, é a faixa de número cinco, sendo composta pelo poeta num momento de pura inspiração, ao atravessar a Praça Getúlio Vargas, em Nova Friburgo. Homenagem à Mata Atlântica, a música é também um dos videoclipes, com interpretação de Arnaldo Luis Miranda e Claudio Nucci, sendo que esta versão no DVD tem roteiro de Izabella Greco, Paula Beatriz de Oliveira (ambas alunas de uma oficina de roteiros promovida pelo autor em 2009 com apoio da Academia Friburguense de Letras e conceberam o clipe da canção-título como animação), desafio vencido por Ilson Junior (que, além de diretor e editor dos dois vídeos, é também artista plástico). O resultado de seu trabalho está altamente encantador. Ambos videoclipes estão legendados para o inglês pela tradutora Elizabeth Olsen.

SERVIÇO

Show - Lançamento do CD “Flores da Serra”

21 de julho (quinta-feira) - a partir das 21 horas / Mais 1 Chopperia e Sinuca (Praça Getúlio Vargas 234, Centro / 22-2522-6926)

Bilheteria: revertida para Apae e Afape

(Ingresso sem valor estipulado; cada um paga quanto quiser, em benefício das entidades).

Classificação: 18 anos

Mais informações:

(http://bloguedoflores.blogspot.com). Ou ainda pelo e-mail: daserra.flores@gmail.com

A música-título “Flores

da Serra” (letra)

Me beija a brisa da cidade

Me beijam os raios de sol

E nas montanhas da cidade

Sorri-me a mata o rouxinol

Anda a luz no céu

Zune o grande silêncio

Dentro e fora das matas

Corre o rio nas pedras

Flores correm nas águas

Descem as nuvens na serra

Sobe aos céus o calor

Sol no seio da terra

Faz brotar o amor

Que quer brincar

Quer viver

E quer cantar

Quer viver

Um pouco das canções

Com arranjos de Estevão Andrade, Giovanni Bizzotto, Ney Velloso, Rodrigo Garcia e Tiquinho Santos, o disco reúne treze faixas de um repertório que vai do pop-rock a composições de perfil mais acústico, na linha da MPB.

“No amor” — Homem livra-se das drogas com apoio da família e de Narcóticos Anônimos.

“Homem areia” — O homem-areia, breve e finito, manda mensagem de texto para... Deus.

“Moça branca de Kiev” — Participação especial Giovanni Bizzotto. Faz parte da trilha sonora da peça “Dramaoquê?!”, de ALM. A morte parece vir de longe e estar por todo tempo em todos os lugares.

“Fri, Rio” — Participação especial Rodrigo Garcia. Canção baseada em poemas do livro “Barreiras alfandegárias para sonhos comuns”, de ALM, lançado no Circo Voador, em 1985. O título decorre do sobe e desce existencial do autor entre Nova Friburgo e Rio de Janeiro.

“Flores da serra” — Participação especial: Claudio Nucci. A exuberante Mata Atlântica da região serrana do Rio, referência para percepção do amor como uma força da natureza.

“Nascido de mulher” — Bossa-jazz em homenagem às mulheres.

“Deixa eu te amar do jeito que eu sei” — Simplesmente uma canção de amor.

“Confim” — Um diálogo com “Eu preciso aprender a ser só”, de Marcos e Paulo Sergio Valle e “Eu preciso aprender a só ser”, de Gilberto Gil. Pura solidão da alma!

“Amis de chambre” — Participação especial Jozi Lucka.Uma homenagem à Janis Joplin.

“Gwnevere” — Às vezes sonhamos de olhos bem abertos. E dá certo!

“Assim o amor” — Experiência rítmica entre rock e suingue brasileiro.

“Sete sorry” — participações especiais Claudio Nucci, Giovanni Bizzotto, Rodrigo Garcia e Jozi Lucka. Algumas das maravilhas naturais do planeta e outras feitas pelo engenho humano servem de motivo para o lamento de um homem diante da sua própria solidão. “Tenho me sentido só no deserto Saara, multidão pelas ruas...”.

“Pedra de ilusão” — Ficam as canções, restos de amor...

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