O Seminário Serrano de Economia Criativa, nos dias 10 e 11 de maio, no Teatro Municipal de Nova Friburgo, tem como principal objetivo inserir e ajudar a fomentar a economia criativa na Região Serrana. De forma resumida, podemos definir economia criativa como o conjunto das atividades cujo valor do produto ou serviço está ancorado na inventividade ou criatividade. No evento, será possível identificar e articular os agentes produtivos, orientando-os para mercados a partir das vocações regionais, criando indicadores específicos de desenvolvimento dos segmentos, buscando consolidar cadeias produtivas na Região Serrana.
Mercado audiovisual: rico potencial de negócios para TVs e produtoras
Uma das palestras mais esperadas pelos empresários que participarão do Seminário Serrano de Economia Criativa (que ainda se encontra com as inscrições abertas) é a do mundialmente conhecido Steve Solot, fundador e presidente do Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual (Latc) e presidente da Rio Film Commission. Steve abordará o tema “Mercado audiovisual e potencial de negócios para TVs e produtoras”.
O mercado audiovisual apresenta enorme tendência de crescimento no Brasil e no mundo e a cada dia que passa estão sendo criadas mais oportunidades de agrupamento e planejamento dos setores produtivos. O seminário apresenta-se como uma dessas oportunidades de planejamento para o setor.
Para Marcos Falconi, diretor técnico da TVC Canal 16 de Petrópolis, o mercado audiovisual da Região Serrana tem um potencial ainda não descoberto. “Ainda existe desconhecimento por parte dos profissionais da área sobre as leis de incentivo ao audiovisual, implementadas pelo governo federal. Além disso, a programação das emissoras e rádios não explora o verdadeiro potencial da região”, destaca.
O trabalho de Marcos Falconi em Petrópolis é um bom exemplo de economia criativa. O engenheiro, com especialidade em telecomunicações, tem em seu currículo criações interessantes, como uma unidade móvel de transmissão televisiva para eventos externos com autonomia de energia para a transmissão ao vivo de até quatro horas. Isso tudo montado em um container adaptado. Também está em sua lista um motolink, em que um transmissor é acoplado a uma motocicleta, e um helicóptero de 1,6 m movido por controle remoto com uma câmera fixada. O dispositivo foi usado com sucesso na transmissão dos festejos de carnaval de Petrópolis deste ano.
Vale a pena ressaltar que o audiovisual é apontado como o mais importante de todos os segmentos que atuam com a economia criativa, uma vez que a comunicação está presente em todos os negócios formais ou informais, e o seu desenvolvimento é uma condição inquestionável para todos os modelos de produção.
É preciso olhar além das montanhas para se fomentar a atividade audiovisual
Dwaldo Ghizi, apresentador do programa Espaço Empreendedor, da Luau TV, há muito tempo ouve falar e acompanha o potencial de crescimento audiovisual na região. Contudo, afirma ele, esse mercado precisa se organizar. “É preciso, sem dúvida, de um núcleo para os profissionais de audiovisual formarem uma unidade, se tornarem mais fortes e serem mais valorizados”, destaca. “Não podemos somente ser exportadores de talentos de audiovisual, podemos ser conhecidos também por fazermos um bom trabalho com os profissionais que temos, mas precisamos de união e visibilidade, por isso o Seminário de Economia Criativa é tão importante”, destaca o apresentador, que já passou pela TV Globo, SBT, e também é dono de uma empresa de consultoria, comunicação, planejamento e marketing.
Desafio do audiovisual é conhecer o cliente do cliente
Outro olhar interessante sobre o audiovisual na Região Serrana é apontado por Nathan dos Santos, responsável pelo marketing/comercial do jornal Diário de Teresópolis e pelo Diário TV Canal 4, da mesma empresa. “O desafio do audiovisual é conhecer o cliente do cliente, que é o público. Isso gera resultados concretos. Isso tem que ser feito por meio de pesquisas, que não são realizadas. Atualmente o mercado de Teresópolis se baseia no mero ‘achômetro’”, conta Nathan.
“O fator sensacional desse seminário é o fato de ser uma oportunidade de união dos setores, de vários segmentos diferentes, mas seguindo o mesmo objetivo, que é o desenvolvimento concreto da Região Serrana”, enaltece Nathan.
Apesar dos sinais positivos que se formam no horizonte do audiovisual na Região Serrana, a realidade é um tanto cruel para profissionais desse setor. Muitos acabam não se dedicando ao que se sentem inclinados pela impossibilidade de sobreviverem financeiramente disso.
Profissionais vão em busca de melhores oportunidades fora da Região Serrana
Conforme destaca Marcelo Faria de Castro, dono da produtora Replay Vídeo, em Nova Friburgo, apesar de o mercado audiovisual contar com faculdades para a formação de profissionais, a mão de obra qualificada ainda é um grande problema, pois os profissionais formados vão em busca de melhores oportunidades fora da Região Serrana. “A questão salarial é um entrave, o mercado não apresenta remunerações compatíveis com o que os profissionais esperam quando se deparam com a realidade. Precisamos de projetos, de mais atuação”, afirma Marcelo.
Dessa forma, apesar dos problemas e esperanças apresentados no mercado audiovisual, o setor é fundamental e considerado o alavancador das economias criativas e de outros tipos de produção. Com o audiovisual bem definido e planejado, o produto ou serviço ganha o diferencial necessário para sua evolução. Logo, é a ferramenta básica de divulgação das culturas produzidas em qualquer local e possui gigantesca capacidade de transbordamento de riquezas.
outras palestras:
Camila Toledo, especialista em tendências de comportamento e consumo com 10 anos de experiência no mercado da moda.
Roberta Sudbrack, reconhecidamente uma das melhores chefes de cozinha do Brasil, falará sobre “Culinária regional e sua força globalizante”.
Amaury Barbosa, criador do calendário de eventos de Paraty, o maior caso de sucesso em Turismo Cultural do Estado.
Ana Carla Fonseca Reis, assessora em Economia Criativa para a ONU, abordará a “Economia Criativa e cidades criativas - buscando novos caminhos”.
Heliana Marinho, gerente de Economia Criativa do Sebrae-RJ, falará sobre os “Novos modelos de negócios e distribuição de música”.
David Parrish, especialista em negócios criativos e digitais e gerenciamento em indústrias criativas.
Guime Davidson, vice-presidente da agência WMcCann e diretor criativo da equipe de Washington Olivetto, apresentará o tema “Desenvolvimento e suas marcas”.
As inscrições ainda podem ser feitas:
Nova Friburgo - Acianf (22) 2522-1145 e Sebrae (22) 2523-69-08; Cordeiro - Aciacor (22) 2551-1220; Petrópolis - Sebrae (24) 2237-0062; Teresópolis – Aciat (21)2643-2770. Mais informações: (22) 2533-1228 (Nova Friburgo) ou pelo site: www.serracriativa.com.br.
O seminário é uma realização do Instituto Serrano de Economia Criativa (Isec) e Lausanne. Tem como patrocinadores ApexBrasil, Sebrae-RJ e Concessionária Energisa, e conta com os apoiadores: Prefeitura de Nova Friburgo, Acianf e Universidade Estácio de Sá.
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