LEVANTAMENTO divulgado nesta semana pela ONG Transparência Internacional aponta que o Brasil fechou 2016 ocupando o 79º lugar num ranking sobre a percepção da corrupção no mundo composto por 176 nações. O índice brasileiro foi 40 pontos, dois a mais que o registrado no ano anterior, mas o país ainda ficou três posições abaixo do 76º lugar alcançado em 2015. A escala utilizada pela entidade varia de 0 (altamente corrupto) a 100 pontos (muito transparente).
NO RANKING atual, o Brasil aparece empatado com Bielorrússia, China e Índia. Dinamarca e Nova Zelândia lideram com 90 pontos cada, enquanto a Somália ocupa a última posição, com 10 pontos. A média global é 43 pontos, o que, segundo a ONG, revela uma espécie de “corrupção endêmica” no setor público de diversas nações.
O ALERTA da ONG, de que níveis crescentes de corrupção e desigualdade social geram um contexto propício para a ascensão de líderes populistas, coincide com um momento de apreensão generalizada sobre esse risco em potencial por todo o globo.
COMO ADVERTE a instituição, o desencanto da sociedade com sistemas corruptos costuma ser explorado por oportunistas, particularmente em períodos de campanha eleitoral. Nem todos os políticos, porém, mantêm essa prioridade depois de eleitos, o que acaba frustrando os eleitores.
NO CASO DO Brasil, o relatório diz que denúncias envolvendo Petrobras e empreiteiras do porte da Odebrecht "mostram como o conluio entre empresas e políticos tira dos cofres públicos bilhões de dólares desviados para beneficiar poucos, à custa da maioria".
OS DESVIOS de dinheiro público precisam continuar motivando o Brasil a persistir na luta contra esse mal que freia o desenvolvimento e reforça a exclusão social. Essa é uma razão forte e consistente para que o combate a deformações éticas seja permanente, e não se restrinja apenas a promessas de campanha.
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