Henrique Amorim
Sorria, você está sendo filmado! Certamente o leitor já viu esta frase por aí inúmeras vezes e nos mais variados locais. Pois é, a partir do ano que vem, a síndrome de vigilância, criticada por muitos, mas, convenhamos, bem necessária ante à violência da atualidade, ganhará as ruas de Nova Friburgo. O município será um dos poucos do Estado a contar com um amplo sistema de monitoramento através de circuitos fechados de TV. Tudo em nome da segurança. Serão instaladas câmeras nas principais vias, centros comerciais e pontos estratégicos do Centro, bairros e distritos.
O projeto, almejado há alguns anos pelas autoridades do setor e com apoio do Conselho Comunitário de Segurança do município (Conseg), custará R$ 3 milhões. O dinheiro virá de repasses federais e estaduais. O anúncio da implantação do circuito foi feito na segunda-feira, 20, durante uma reunião do Gabinete de Gestão Integrada Municipal em Segurança Pública (GGI-M), que reuniu autoridades de segurança.
O prefeito em exercício de Nova Friburgo, Dermeval Barboza Moreira Neto, acredita que a contrapartida da Prefeitura no investimento será mínima, podendo ser até mesmo zero ou até 20% do total.
“Pretendo espalhar câmeras, se possível, até mesmo na zona rural. Se é para fazer, tem que ser bem feito e completo”, disse o prefeito, entusiasmado com o projeto que será bem abrangente.
A quantidade de câmeras que deverão ser instaladas nas ruas do município ainda não foi definida, mas Dermeval acredita que o monitoramento já comece nos próximos meses.
“Através do mesmo circuito, autoridades de trânsito poderão estudar quais as mudanças necessárias em determinados pontos de congestionamento, enquanto as polícias Civil e Militar terão um novo aliado na captura de criminosos e na elaboração de operações e investigações”, acredita o chefe da Guarda Municipal e também secretário executivo do GGI-M, André Luiz Santos.
Ele discutiu o projeto com o prefeito interino, o secretário municipal de Ordem Urbana, coronel Hudson de Aguiar Miranda; o presidente do Conseg, Rodrigo Guimarães; o presidente do núcleo regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carlos André Pedrazzi, e o presidente da comissão de direitos humanos da entidade, André Chermont Abicalil, além de representantes do 11º BPM, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.
Levantamento do GGI-M aponta que
a violência diminuiu em Nova Friburgo
Na segunda reunião do GGI-M, criado para ajudar os órgãos de segurança a elaborarem políticas e ações para redução dos índices de assassinatos, assaltos, acidentes de trânsito e demais ocorrências, foi apresentado um relatório que apontou queda na maioria dos índices de violência em Nova Friburgo, de janeiro a setembro deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Dos 25 tipos de ocorrências pesquisados, 16 apresentaram redução, graças às operações desencadeadas pelos serviços de inteligência das polícias Civil e Militar, que resultaram em índices invejáveis e que colocam Nova Friburgo entre os municípios fluminenses com um dos menores índices de violência entre os municípios com os mesmos contingentes populacional e territorial.
Tiveram aumento os casos de ameaças (1.145 – acréscimo de 18%); apreensão de crianças e adolescentes (aumento de 43%) e estelionato, aumento de 40%, devido as recentes operações de combate a extorsão que resultou no fechamento de empresas que ofereciam empréstimos. A apreensão de drogas teve acréscimo de 30%. Foram pelo menos 189 casos de janeiro a setembro, contra 145 do mesmo período, em 2009.
O quesito recorde de aumento da violência foi a extorsão. O acréscimo foi de 660% (76 casos). Já o roubo de telefones celulares cresceu 22% (24 casos este ano contra 18 de janeiro a setembro de 2009). As lesões de trânsito, sem intenção, tiveram acréscimo de 14% (440 casos contra 386 do ano passado). O crime de estupro aumentou 40%, segundo a pesquisa. Foram 21 casos contra 15. Os dados foram apurados a partir de estatísticas divulgadas pelo Instituto de Segurança Pública do Estado (ISP-RJ).
As autoridades de segurança de Nova Friburgo comemoram a redução dos demais índices de segurança no município, resultado também de parcerias entre as polícias e operações. No trabalho foram avaliados crimes violentos, de trânsito e contra o patrimônio.
“Mas essa queda, muito satisfatória, nos índices de violência que, inclusive, renderam prêmios aos nossos policiais civis e militares, não é motivo para acomodação. Há muito ainda o que se fazer como dar solução a polêmica construção da casa de custódia. Vale lembrar que já temos uma, na 151ª DP, em condições sub-humanas”, disse André.
O levantamento apontou ainda reduções no número de prisões e apreensões de armas, o que, de acordo com o GGI-M, se explica pela redução da quantidade de ocorrências, um crédito do policiamento ostensivo, assim como a queda nos índices de recuperação de veículos, pois se constata menor número de roubos e furtos. Já os roubos de cargas mantiveram-se sem alteração. Foram sete este ano, contra sete em 2009.
Os bons resultados da
segurança no município
Índices referentes de janeiro a setembro deste ano contra o mesmo período de 2009
Assassinatos: 20, até setembro; 31 ano passado – redução de 35%
Latrocínio (roubo seguido de morte): nenhum contra 1 – redução de 100%
Tentativa de homicídio: 12 contra 17 – redução de 29%
Atentado violento ao pudor: nenhum contra 17 – redução de 100%
Acidente de trânsito com vítima fatal – 24/35 – redução de 31%
Encontro de cadáver – nenhum/6 – redução de 100%
Roubo a estabelecimentos comerciais – 20/91 – redução de 78%
Roubo a residências – 12/17 – redução de 29%
Roubo de veículos – 7/16 – redução de 56%
Roubo a transeuntes – 83/109 – redução de 24%
Roubo em ônibus – 9/22 – redução de 59%
Roubo a banco – nenhum/1 – redução de 100%
Apreensão de armas – 77/87 – redução de 11%
Prisões – 81/142 – redução de 43%
Recuperação de veículos – 59/94 – redução de 37%
Desaparecimentos – 35/70 – redução de 50%
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