População deve redobrar cuidados para evitar proliferação de mosquitos

Combate a focos de Aedes aegypti começa em casa e se estende pelo entorno
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
A caixa d´'água destampada, conforme denúncia de leitora (Fotos: Henrique Pinheiro)
A caixa d´'água destampada, conforme denúncia de leitora (Fotos: Henrique Pinheiro)

Na última sexta-feira, 18, uma moradora do centro da cidade procurou a nossa redação para denunciar o abandono de uma caixa d’água sem tampa na parte externa de casa situada na Rua Ernesto Brasílio, quase esquina com a Avenida Comte Bittencourt. Segundo dona Maria da Penha Vianna Radislovich, a tampa estava encostada numa parede próxima. De seu apartamento, no quarto andar de um prédio, dona Maria registrou a cena com seu celular e avisou a prefeitura. Para apressar a solução do problema, segundo suas palavras, “com a máxima urgência’, resolveu relatar o fato também ao jornal.  

Segundo a Vigilância em Saúde Ambiental, dona Maria agiu exatamente como recomendado pelos agentes de saúde, que reitera, frequentemente, a importância da colaboração de todos os moradores, no sentido de não apenas adotar os cuidados com a própria residência, mas observar também o seu entorno, locais com potencial de virar focos de reprodução do mosquito.

Terrenos baldios, casas com piscinas sem manutenção, lixo acumulado em espaços abandonados, são ambientes perfeitos para facilitar criadouros do mosquito. Daí a importância da participação da população no combate ao mosquito. Ao denunciar possíveis criadouros aos órgãos públicos, estará contribuindo para a diminuir o risco de proliferação dos insetos e a consequente transmissão da dengue, zika e chikungunya. Em resposta à demanda da reportagem, a prefeitura enviou na manhã desta, terça-feira, 22, funcionários da Vigilância Ambiental ao local, para fazer vistoria e resolver o problema (foto).

A​lerta permanente

Até dezembro de 2018, 45 cidades do estado do Rio de Janeiro se encontravam em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya, de acordo com o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde.

Desse total, 43 estavam em alerta e três em risco de surto das doenças. Outras 45 foram consideradas em situação satisfatória. Já a capital do estado estava em situação de alerta. Na cidade do Rio, a maior parte dos criadouros foi encontrada em depósitos domiciliares (2.320), seguida de depósitos de lixo (1.711) e água (1.577).

A subsecretaria municipal de Vigilância Sanitária de Nova Friburgo pede que os moradores denunciem, através do telefone (22) 2543-6293, situações que possam colocar em risco a saúde e a vida das pessoas, devido ao não cumprimento das recomendações fartamente divulgadas nas campanhas do governo e em reportagens de veículos de informação.     

A dengue

O vírus da dengue é um arbovírus, transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.

Importante: Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Prevenção e combate

A ciência já comprovou que água sanitária, o hipoclorito de sódio diluído, é a solução mais eficaz para prevenir doenças relacionadas com enchentes, como leptospirose, hepatites do tipo A e E e gastroenterites e no combate ao Aedes aegypti, transmissor da zika, chikungunya, dengue e febre amarela.

“O produto é capaz de matar a maior parte de germes e bactérias causadores das doenças transmitidas pela água contaminada das enchentes. Além disso, é de fácil acesso à população e tem baixo custo”, explicou o médico toxicologista Flavio Zambrone, da Associação Brasileira da Indústria de Cloro, Álcalis e Derivados (Abiclor).

A higienização das casas para eliminar as larvas do mosquito é um hábito a ser incorporado na rotina das famílias e empresas, considerando-se que 80% dos focos do mosquito estão dentro de casa. A prevenção é a melhor maneira de combater o mosquito e evitar epidemias e outras doenças, como as causadas pela água contaminada das enchentes, como hepatites do tipo A e E, gastroenterites e leptospirose.

Dicas:

  • Ralos: Despeje solução de água sanitária na proporção de uma colher de sopa por litro de água em ralos de pias, banheiros e cozinha. Atenção: Faça a limpeza das pias e dos ralos à noite, para que a água sanitária possa agir por mais tempo.
  • Plantas: Essa mesma solução também pode ser usada para a rega de plantas, particularmente as que acumulam água entre as folhas, como as bromélias. Esta solução não faz mal às plantas e evitará o desenvolvimento da larva do mosquito.
  • Vaso sanitário: Coloque o equivalente a duas colheres de hipoclorito de sódio por litro de água no vaso sanitário, nos ralos do banheiro, cozinha e a área de serviço. Esse é um cuidado que se deve ter antes de viajar, quando a casa fica fechada por algum tempo.
  • Piscina: É importante manter a piscina tratada, mesmo que não esteja sendo usada. Com o tempo, o cloro pode evaporar e a piscina se tornar um foco da larva do mosquito. Durante o inverno, por exemplo, é comum deixar a piscina coberta. Nesse caso, não deixe acumular água de chuva na lona de cobertura, pois pode ser um foco do mosquito.
  • Caixas d’água: A limpeza deve ser feita a cada seis meses. Feche a entrada de água e esvazie a caixa quase toda. Deixe sobrar água suficiente para lavar, com uma escova, as paredes e o fundo da caixa. Não use produtos de limpeza nessa etapa. Enxágue bem e esvazie toda a água suja, dando repetidas descargas no vaso sanitário. Depois de limpa, encha a caixa novamente e adicione um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água. Espere duas horas e esvazie novamente a caixa, abrindo todas as torneiras, para limpar os canos da casa, até sair água limpa. Depois, encha com água potável e tampe.
  • Verduras, frutas e legumes: Coloque numa bacia plástica água misturada com águia sanitária, na proporção de 1 colher das de sopa (15 ml) de água sanitária para cada litro de água. Lave as verduras, frutas e legumes com água corrente em abundância e depois mergulhe-as por 30 minutos na bacia plástica, agitando–as ocasionalmente. Passado esse tempo, lave novamente a verdura na torneira tirando o excesso de água sanitária.

 

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