A Polícia Civil continua investigando a morte de Wellington Júlio de Castro Mendonça, de 24 anos, cujo corpo foi encontrado com marcas de espancamento no dia 24 de junho, no bairro Olaria, em Nova Friburgo. Segundo o delegado da 151ª DP, Mário Arruda, a principal suspeita é de que o rapaz foi vítima de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, em vez de homofobia, conforme sugeriu amigos no mês passado.
“Nós já fizemos algumas diligências, colhemos depoimentos e fizemos alguns pedidos à Justiça, como quebra de sigilo telefônico, para apurar se ele sofria algum tipo de ameaça. As investigações demoram mesmo. Estamos trabalhando com a hipótese de latrocínio, porque o celular e a mochila dele teriam sido levados depois da agressão”, disse o delegado da Delegacia Legal de Nova Friburgo.
Wellington foi encontrado morto na manhã do dia 24 de junho, em um terreno próximo a uma travessia que liga a Rua Romão Aguilera Campos à Via Expressa, em Olaria. O corpo dele foi visto por moradores que passaram pelo local no início da manhã daquela sexta-feira. Ele estava sem camisa, mas vestia uma calça jeans e calçava um tênis preto. De acordo com a Polícia Militar, havia sinais de agressões pelo corpo e cortes profundos no rosto e no pescoço.
O jovem morava em Bom Jardim e trabalhava, no período da noite, nas lojas Americanas, em Olaria. O crime chocou Nova Friburgo devido à crueldade e repercutiu nas redes sociais. Segundo amigos, Wellington era homossexual, e por causa disso eles disseram que o rapaz poderia ter sido vítima de homofobia, mas a polícia ainda não conseguiu evidências que comprovem o crime de ódio.
“Ele era gay e namorou um amigo meu. Ele era muito tranquilo e bastante tímido. Eu o vi na noite de quinta-feira, 23, mas só falei um ‘oi’ com ele. Depois soube da morte. É muito triste isso”, disse uma amiga de Wellington no mês passado. Ela preferiu não se identificar. “Ele pode ter sido morto por homofobia”, comentou a jovem.
O Centro de Cidadania LGBT Serrana – Hanna Suzart, em Nova Friburgo, está tentando acompanhar o caso. “O processo está em segredo de Justiça, por isso, nosso setor jurídico está com um pouco de dificuldades para saber como estão as investigações sobre a morte do Wellington. Nós temos acompanhado o caso na medida do possível. As circunstâncias da morte do rapaz precisam ser esclarecidas, independente do motivo”, disse a coordenadora do centro, Sílvia Furtado.
Nesta segunda-feira, 25, a morte de Wellington e de outros cinco LGBTs em junho deste ano motivou uma audiência pública promovida pelo programa Rio sem Homofobia, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Depois das mortes, a Polícia Civil deve ganhar ainda este ano um núcleo especializado para a solução de assassinatos de natureza homofóbica e transfóbica.
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