Poder Judiciário: recesso acaba, mas greve dos servidores continua

Sem avanços nas negociações, paralisação permanece sem prazo para acabar
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Fórum Juiz Rivaldo Pereira Santos, em Nova Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)
Fórum Juiz Rivaldo Pereira Santos, em Nova Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)

Servidores do Poder Judiciário começaram 2017 em greve. O recesso de fim de ano acabou nesta segunda-feira, 9, mas não representou o fim da paralisação, que começou há pouco mais de dois meses, no dia 26 de outubro de 2016, e segue por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Sind-Justiça), a decisão de permanecer em estado de greve foi tomada devido à falta de avanços nas negociações. 

“O Tribunal de Justiça comprou férias de juízes, lançou edital de cerca de 14 milhões para contratação de copeiros e garçons, mas não avança nas negociações com os servidores. Estamos com os salários congelados há quase três anos”, afirmou  o diretor da entidade, Alzimar Andrade.

Além do reajuste salarial de 5%, os serventuários da Justiça estadual também querem a garantia de pagamento dos 24% de aumento concedido, via ato administrativo, em 2010, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), progressão automática na carreira e o fim da necessidade diária da passagem de servidores pelo raio-X.  

No início da greve, em outubro de 2016, a Ordem dos Advogados do Brasil do Estado do Rio de Janeiro (OAB/RJ) se posicionou criticando a ação dos servidores da Justiça Estadual declarando que a paralisação atrapalha a tramitação de processos e prejudica a economia e a vida do cidadão. A OAB/RJ ainda reforçou a crítica ao afirmar que, em meio à crise, os serventuários da Justiça são os únicos que estão recebendo os salários em dia. 

Em contrapartida, na ocasião, Alzimar ainda declarou em matéria veiculada pelo A VOZ DA SERRA que “nós estamos sem reajuste salarial desde 2014. Não estamos negociando os cerca de 20% de inflação acumulada no período. Estamos reivindicando 5%. O fato de estarmos recebendo em dia não é nenhuma benesse. É um direito”, disse.

Apesar da paralisação, no Fórum de Nova Friburgo, na Avenida Euterpe Friburguense, 30% dos servidores, conforme determina a lei de greve, permanecem atendendo medidas urgentes, como prisões, solicitações de medicamentos, entre outros. Nos próximos dias, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sediará uma assembleia de conciliação que pode pôr fim à greve. 

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