Uma pequena muda que se tornou uma grande árvore. Assim aconteceu com o exemplar plantado pelo casal de comerciantes da Rua Portugal, Márcia e Carlos Eduardo Aguiar, o Guinga. E a árvore se tornou o xodó desta rua central da cidade. Porém, na segunda-feira, 18, sem quem ninguém esperasse, funcionários da Prefeitura, munidos com uma motosserra, fizeram uma poda no exemplar que todos lamentam por considerarem exagerada. Restou somente o tronco.
Guinga salienta que não entende de jardinagem, não é botânico e nem sabe a espécie da árvore, porém julga um exagero o serviço feito. "Arrancaram tudo, não deixaram nada”, comenta sem entender direito o que houve. Ele admite que a árvore cresceu muito e os galhos já encostavam nos prédios, mas o corte não precisava ser tão radical. "Podiam ter cortado somente os galhos que estavam interferindo, chegando até as janelas, e não precisavam deixar a árvore como está.”
Todos gostavam da árvore, principalmente por sua sombra. Guinga não imaginava que ela fosse crescer tanto, mas não julga necessária a poda do jeito que foi feita. Ninguém sabe de onde partiu o pedido, tendo os funcionários se limitado a dizer que cumpriam ordens.
Outra comerciante, Wiliana Prá Coelho, diz que a poda foi "superexagerada”. Além disso foram deixados pequenos galhos, justamente os que caíam sobre os carros. Ela condena também a forma como o serviço foi executado. "Eles tiraram tudo, jogaram na rua, com pedestres passando, não teve norma de segurança, não teve nada. Achei horroroso. Não tinha nem um cone para avisar os pedestres, galhos caindo na cabeça do pessoal, foi uma coisa horrível, um serviço extremamente malfeito”.
Wiliana admite a necessidade da poda, que poderia ter sido feito de forma mais técnica. "Ali foram cortando com a motosserra, jogando no chão e pronto”, discorre a comerciante. Ela ainda tentou argumentar com os funcionários, mas eles disseram que moradores haviam pedido, mas ninguém sabe de onde partiu. "Os moradores de Nova Friburgo vão ficando assim, sem explicações, jogados à traças”, encerra.
Carlos Eduardo: poda exagerada
Moradora de Amparo também reclama
Nelma de Fátima da Costa Miranda, moradora de Amparo, também lamenta a poda exagerada de duas árvores próximas de sua casa, à beira do córrego local. "Elas foram decepadas, praticamente. Abrigavam uma família de jacus, ouriço, que acabaram indo para outros lugares”, salienta.
A moradora diz ainda que as queimadas em Amparo também acabam com os ninhos das mais variadas aves. E assim os bichos acabam migrando para outros lugares, privando os moradores de Amparo de conviver harmoniosamente com eles. "Para nós era até agradável”, garante.
Nelma cita que a poda — exagerada — das árvores não foi feita pela Prefeitura, mas por um morador do local e piorou as condições de sustentação de uma das margens do córrego, já tão afetadas pelas enchentes, sem contar que proporcionavam sombra ao local.
Versão da Prefeitura
O secretário de Serviços Públicos, Alan de Almeida, justificou o trabalho na Rua Portugal devido aos galhos da árvore estarem atingindo os prédios. Ele não comentou, no entanto, a forma como a árvore foi cortada, limitando-se a dizer que a sua secretaria segue as determinações da Secretaria de Meio Ambiente ou Defesa Civil, conforme o caso.
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