Plano de Emergência de Nova Friburgo é debatido pela sociedade civil em encontro na Acianf

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Plano de Emergência de Nova Friburgo é debatido pela sociedade civil em encontro na Acianf
Plano de Emergência de Nova Friburgo é debatido pela sociedade civil em encontro na Acianf

Flávia Namen

Em função do início do verão, o Comitê de Gestão Estratégica, em parceria com a ONG Diálogo, promoveu encontro para apresentação e debate do Plano de Emergência de Nova Friburgo. Realizado na sede da Acianf na noite da última quarta-feira, 21, o evento reuniu representantes de associações de moradores, agentes comunitários e organizações sociais.

A abertura do encontro ficou a cargo da representante da Diálogo, Janaína Gralato Batista. “Este é o primeiro passo para a construção do Plano de Contingência da Sociedade Civil. A partir deste encontro vamos começar a mapear, cadastrar e localizar as lideranças comunitárias de cada bairro, que podem fazer uma grande diferença em uma situação crítica e nos ajudarão a complementar o Plano de Emergência, identificando lacunas e levantando sugestões”, explicou ela.

O evento prosseguiu com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Luiz Emmanoel Palencia Barbosa, que deu detalhes sobre o Plano de Emergência, elaborado com o intuito de preparar a cidade para todo tipo de ocorrência que possa afetar o município ao longo do ano. O estudo abrange 20 possibilidades de incidentes, como enchentes, deslizamentos, interrupção do fornecimento de água, luz e dos serviços de telefonia, entre outros. “Tudo foi pensado para reduzir a vulnerabilidade da população em caso de tragédias climáticas e outros incidentes de grandes proporções”, disse ele.

Palencia apresentou os três estágios do plano de acordo com a intensidade das chuvas e os procedimentos que devem ser adotados em cada um deles, principalmente por quem reside em local de risco. “Ao atingir o estágio crítico, com chuva acima de 80 mm, deve-se colocar em prática o plano de evacuação dos moradores das áreas de risco, que precisam ser previamente orientados sobre onde devem se abrigar e quais as rotas mais seguras”, afirmou. Palencia também falou sobre a importância do pluviômetro caseiro nos locais onde não há sirenes de emergência e do rádio de pilha para se manter informado em caso de interrupção dos serviços de energia.

Protesto em Córrego Dantas foi citado por subsecretário

O subsecretário da recém-criada Secretaria de Defesa Civil, Robson Teixeira, também participou do encontro e destacou o papel fundamental dos canais de comunicação para orientar a comunidade e evitar pavor desnecessário. Ele citou o recente protesto ocorrido em Córrego Dantas como um exemplo de problema provocado pela falta de informação. “A página do Inea estava fora do ar, mas estávamos monitorando a situação e decidimos não acionar as sirenes para não gerar pânico na comunidade. Isso acabou provocando uma revolta dos moradores, mas acho que agimos corretamente”, disse. O subsecretário concluiu falando sobre o papel fundamental da comunidade para auxiliar o trabalho do órgão. “A Defesa Civil é feita junto com a sociedade, que tem que trabalhar junto com a gente.”

O encontro também contou com a participação de representantes da ONG Care Brasil, que apresentaram uma campanha lançada pela ONU, intitulada “Construindo Cidades Resilientes”, iniciativa que deverá ser realizada em Nova Friburgo. Outro assunto em pauta foi a criação e o fortalecimento dos núcleos comunitários nos diversos bairros e distritos do município.

Apesar da importância da iniciativa, a reunião não teve uma expressiva participação da comunidade. Para o integrante do Grupo Articulação dos Movimentos (GAM), Bernardo Fonseca, a participação popular dos friburguenses nos movimentos pós-tragédia ainda é muito pequena. “Percebo que a população está com medo e quer mudança, mas ainda está desmobilizada e muito descrente”, disse.

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