Pixinguinha 115 anos

quinta-feira, 19 de abril de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Euterpe Lumiarense comemora o Dia Nacional do Choro e homenageia Pixinguinha

A Sociedade Musical Euterpe Lumiarense (Smel) promove roda de choro no próximo sábado, 21 de abril, às 18h, em sua sede, na Praça Levi Aires Brust s/n, em Lumiar. O encontro é coordenado pelo cavaquinista e pesquisador Sérgio Prata, do Instituto Jacob do Bandolim, e pelo também cavaquinista Beto Fonseca, em comemoração ao Dia Nacional do Choro, cuja data é 23 de abril, aniversário de Pixinguinha (1897-1973), uma das figuras exponenciais da música popular brasileira. Participarão músicos de Lumiar e convidados do Rio de Janeiro. Na ocasião, o Instituto Jacob do Bandolim fará doação à Euterpe Lumiarense do recém-lançado Caderno de Composições de Jacob do Bandolim, em dois volumes, com toda a obra completa do mestre das cordas, que passarão a compor o acervo da Smel.

Registrado como Alfredo da Rocha Vianna Júnior, Pixinguinha cresceu no bairro do Catumbi, no Rio de Janeiro, em ambiente de grande efervescência musical. São muitas as explicações para o apelido “Pixinguinha”: alguns acreditam que deriva de “bexiga”, nome popular da varíola, doença que acometeu o compositor na infância, deixando-lhe marca no rosto. Cedo dedicou-se à música. Seu pai alugara uma casa de oito quartos no bairro do Catumbi, no Rio de Janeiro, que logo se transformou em ponto de referência para diversas figuras da música popular do final do século XIX. Ficou conhecida como a “Pensão Viana” e um de seus moradores, Irineu de Almeida, ou Irineu Batina, é tido como o mais importante professor de Pixinguinha. Entre 1916 e 1917, compôs “Carinhoso”, que muitos anos depois, em 1937, viria a ter letra de João de Barro, ou Braguinha (1907-2006). Em 1919, criou o conjunto Oito Batutas, e longa e rica trajetória. Deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista.

A banda de música da Sociedade Musical Euterpe Lumiarense fará a abertura do evento tocando o choro “Os Bohêmios”, de Anacleto de Medeiros, com arranjo original para banda, cuja partitura foi um presente do Instituto Jacob do Bandolim. Esta participação da banda na roda de choro é um reviver da antiga relação entre as bandas de música e o gênero musical. Consta também da programação dois documentários sobre Pixinguinha.

O choro e a banda

O choro é um gênero musical nascido e desenvolvido na cidade do Rio de Janeiro, quando esta passa por inúmeras transformações fundamentais para a história do Brasil, entre elas, a inquietação que se segue à Guerra do Paraguai (1864-1870), que levaria à abolição da escravidão, à instituição do regime republicano, a reformas urbanas e a grandes transformações culturais. Além de Pixinguinha participaram dessa fermentação cultural Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Ernesto Nazareth (1863-1934), Anacleto de Medeiros (1866-1907), Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Benedito Lacerda (1903-1958), Jacob do Bandolim (1918-1968), Garoto (1915-1955), Waldir Azevedo (1923-1980), Anacleto de Medeiros e muitos outros.

A história da gestação do choro, no Rio de Janeiro, no final do século XIX, tem uma proximidade com a das bandas de música. A Banda do Corpo de Bombeiros, criada por Anacleto de Medeiros em 1896, foi um marco pela atuação de seu fundador e maestro, músico do choro que levou o gênero para a agremiação, assim como diversos outros chorões, tornando-se uma espécie de escola, organizando um acervo com a produção musical da época.

A Euterpe Lumiarense é reconhecida como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura e pela Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. Em Nova Friburgo, integra o Projeto Banda na Praça da Secretaria Municipal de Cultura.

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