O helicóptero que sobrevoou Nova Friburgo na terça-feira, 17, trouxe ao município o governador Luiz Fernando Pezão. Ele veio prestar depoimento em um processo que investiga supostas irregularidades no uso de verbas destinadas à reforma de quatro escolas da cidade afetadas pela tragédia de 2011.
Pezão prestou depoimento na Justiça Federal, ao lado da fábrica de ferragens Haga, na RJ-150 (Nova Friburgo-São José do Ribeirão), como testemunha de defesa do ex-presidente da Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop) Ícaro Moreno Júnior. Em 2013, Ícaro teve os bens bloqueados pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o MPF, a Emop contratou a empresa CCJ Construções e Empreendimentos por R$ 766 mil, sem qualquer instrumento contratual formal e sem avaliação da capacidade técnica. A contratação foi, segundo os promotores, por indicação informal, sem documentação ou registro. Obras e serviços avaliados em R$ 50 mil não foram realizados.
Os recursos deveriam ter sido usados na recuperação das escolas municipais Décio Monteiro Soares, Rui Barbosa e da Creche Municipal Franz Haug, todas no distrito de Conselheiro Paulino, e do Ginásio Celso Peçanha, situado nos fundos do Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf), na Praça Dermeval Barbosa Moreira, no Centro.
Na ação, o MPF pede que os acusados sejam condenados a todas as penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa. Entre elas, suspensão dos direitos políticos por cinco a oito anos, proibição de fazer contratos com o poder público e de receber benefícios fiscais. Os promotores exigem ainda a devolução dos valores recebidos ilegalmente, com juros e correção monetária. Os acusados negam as acusações.
O depoimento Pezão em Nova Friburgo durou cerca de uma hora. Além dele, outra testemunha de defesa também foi ouvida na terça-feira 17: o secretário estadual de Defesa Civil coronel Roberto Robadey. Os dois voltaram para o Rio no helicóptero que se baseou no campo de futebol do 11º BPM.
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