Desde a entrada no ensino fundamental, a matemática continua sendo o vilão na vida escolar dos brasileiros. São horas de sonos perdidos, gasto com aulas particulares e estresse emocional frequente. Porém, em 2015, alunos brasileiros conseguiram avançar nos conhecimentos básicos em matemática, mas não o suficiente — ficaram na 58º posição no ranking mundial entre 65 países avaliados. É o que aponta estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicado na última quarta-feira, 10.
De acordo com a pesquisa, o número de alunos na faixa de 15 anos que estavam abaixo do nível de conhecimentos básicos em matemática caiu cerca de 18% entre 2003 e 2012. O estudo, intitulado “Aluno de baixo desempenho: por que ficam para trás e como ajudá-los”, afirma que para o aluno chegar ao primeiro nível precisa saber as regras básicas de adição, subtração, divisão e multiplicação. Foram cerca de 391 pontos totalizados em matemática, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). A média da pontuação dos outros países é de 494 pontos. Outro dado é que o Brasil está entre os dez países mais desiguais no que se refere aos alunos de baixa renda.
A analista de educação da OCDE, Sophie Vayssettes, esclarece que os principais motivos da baixa pontuação é o fato de que a maioria dos alunos que integram as escolas moram em zonas rurais e possuem baixa renda, além da qualidade insuficiente do ensino. Além destes dados, os gastos por aluno com idade entre 6 e 15 anos no Brasil é de cerca de R$ 103,8 mil, no entanto, para Sophie é necessário mais investimentos. “O Brasil precisa aumentar os gastos com os alunos”.
Janaína, que trabalha como faxineira em Nova Friburgo, diz que o seu filho de 10 anos sempre teve dificuldades em matemática. “O meu filho sempre teve problemas com números. Mas nós não temos muitas condições e pagar uma aula particular é muito difícil. As escolas poderiam apoiar mais a gente, dar um ensino de qualidade.”
Já de acordo com a professora da rede estadual Romilda Navega, o uso da calculadora pode prejudicar o aprendizado. “Estamos acostumados com a pressa, e ela é a nossa pior inimiga. Com isso, ao aluno e os pais acabam se sentido pressionados para um resultado final de uma conta. Esquecem de estimular o cérebro e se acomodam na calculadora”, explica Romilda.
A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Secretaria de Educação de Nova Friburgo para saber quais os suportes disponibilizados para o aluno. A informação obtida foi de a Secretaria vem investindo em projetos que auxiliem professores e incentivem o engajamento dos estudantes no processo de aprendizagem da disciplina de Matemática. Assim como o projeto ‘Matemática 360°’ tem como foco o desenvolvimento das habilidades relacionadas ao raciocínio lógico e à resolução de problemas para a formação plena do aluno enquanto cidadão. Para cumprir o objetivo estabelecido, propõe-se um “Cardápio de Ações” contendo atividades lúdicas que deverão ser desenvolvidas durante o ano; realização de oficinas e formação com professores da rede estadual; incentivo à participação em Olimpíadas, Concursos e Projetos relacionados às áreas de conhecimento; reforço escolar em Matemática, com atividades desenvolvidas para com alunos que apresentaram baixo rendimento no bimestre; formação especializada para professores de Matemática, com o objetivo de apresentar e capacitar os docentes no programa Geogebra.
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