Não são só os ovos de Páscoa que tiveram aumento de preços este ano. O pescado, um dos produtos mais consumidos pelos católicos nesta época, também está com valores bem salgados. De acordo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), assim como os chocolates, os peixes subiram mais do que a inflação. Em tradicionais peixarias de Nova Friburgo, que funcionam na cooperativa da Vila Amélia, os comerciantes confessam que estão sentindo o efeito do aumento nos preços e da diminuição do poder de compra.
“Neste período que antecede a Páscoa o movimento costuma ser muito bom, mas este ano está sendo atípico e ainda não chegamos no volume de vendas estimado”, afirma a gerente da Peixaria Mar Azul, Paula Machado, que ainda acrescenta: “Como opção mais barata, muitas pessoas acabam levando para casa peixes populares como a corvina, a sardinha e o peixe-espada, para pelo menos incrementar a mesa junto com os peixes tradicionais, comprados em menor quantidade”, conta.
O proprietário da peixaria Rei do Filé, Oslair Carvalho, afirma que neste mesmo período do ano passado alguns peixes nobres já faltavam nos refrigeradores. “Normalmente compramos cerca de três toneladas a mais de peixe para atender a demanda da Páscoa. Neste ano não está sendo diferente, mas o movimento recuou bastante. Normalmente, no período da quaresma, a venda costuma aumentar de 20 a 30%, mas como estamos em um momento econômico muito difícil, acreditamos que as vendas cresçam 15% apenas”, explica o comerciante.
De acordo com Oslair, o bacalhau e o salmão subiram cerca de 40% em relação ao ano passado. Apesar da disparada dos preços, muitos consumidores não abrem mão de ter o produto à mesa. “Não costumo fazer pesquisa de preços quando o assunto é pescado, sempre compro no mesmo lugar. Até porque, não tem jeito de fugir, bacalhau é tradição”, afirma a professora aposentada Marília de Arruda. “Também comprei trilha para o almoço, mas o peixe tradicional não pode faltar. Páscoa sem bacalhau não é Páscoa”, finaliza o aposentado George Mathews.
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