Vitorino Iazze Medeiros, morador
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Pedra que ameaça rolar preocupa moradores do Parque Maria Teresa
Comunidade também sofre com o serviço de transporte coletivo
sexta-feira, 29 de maio de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Localizada na parte alta do loteamento, a pedra está solta desde a catástrofe de 2011 e representa uma ameaça para os moradores. O local já foi visitado por autoridades e especialistas (Lúcio Cesar Pereira/A Voz da Serra)
O privilégio de morar em uma área cercada de verde, ar puro e muita tranquilidade contrasta com problemas no serviço de transporte coletivo e o risco apresentado por uma pedra que ameaça rolar e cair sobre várias casas. Esta é a situação do Parque Maria Teresa, tradicional loteamento localizado no distrito de Conselheiro Paulino e que reúne casas construídas com recursos do extinto BNH. Fundado em 1979, o loteamento cresceu e foi perdendo suas características originais. Prova disso, é que a maioria das casas passou por reformas, ganhando cores e estilos diferenciados.
Desde 2011 essa pedra está solta. A vice-prefeita, a Defesa Civil, o secretário de Meio Ambiente e até um geólogo de um ministério estiveram aqui mas nada foi feito
Atualmente, o Parque Maria Teresa conta com cerca de 2.300 moradores, segundo estimativas da Associação de Moradores. Apesar do crescimento, alguns serviços como o de transporte coletivo não estão conseguindo atender com eficiência a comunidade. “As linhas de ônibus são precárias e os horários são praticamente os mesmos de quando me mudei para cá, nos anos 80”, afirma o comerciante Cesar da Rosa. As moradoras Rosane dos Santos e Ednéia Branco também estão insatisfeitas. “Chegamos a ficar mais de uma hora sem ônibus, principalmente no período da tarde. Tiraram alguns horários que atendem ao bairro e está muito complicado. Quem tem compromissos como trabalho e consultas médicas precisa sair umas duas horas antes para ser pontual”, dizem.
A falta de áreas de lazer é outra queixa dos moradores do Parque Maria Teresa. Um dos poucos espaços destinados a esse fim é a praça localizada no centro do bairro, que necessita de mais conservação e está com as estátuas que servem como poste de iluminação quebradas. No local, também não há nenhum brinquedo para a diversão da garotada. “As crianças não têm onde brincar. Não temos parquinho e a quadra de esportes que fica ao lado da creche está um perigo, com o piso cheio de ressaltos e a tela de proteção arrebentada”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.
Um risco iminente desde a catástrofe de 2011
O problema mais crítico encontrado pela reportagem de A VOZ DA SERRA em visita esta semana ao Parque Maria Teresa é o da pedra solta em uma encosta na parte alta do bairro. O morador Vitorino Iazze Medeiros convive com esse risco há mais de quatro anos e vive apreensivo no período de chuvas. “Desde 2011 essa pedra está solta. A vice-prefeita esteve aqui e se empenhou para solucionar o problema, a Defesa Civil já vistoriou a pedra várias vezes e o secretário de Meio Ambiente chegou a fazer um projeto que até hoje não saiu do papel. Até um geólogo de um ministério esteve aqui mas nada foi feito. Agora estamos mais tranquilos mas na época das chuvas ficamos sempre temerosos”, afirma ele.
Outras marcas da tragédia de 2011 permanecem no bairro. No início da Rua Py, por exemplo, ainda há uma casa em escombros e problemas no escoamento da água. “Duas canaletas estão obstruídas desde a catástrofe e uma caixa coletora também foi destruída prejudicando a saída da água que acaba se infiltrando no subsolo e pode provocar algo sério. Também é preciso cuidar mais da limpeza e conservação dos sete quilômetros de canaletas do bairro. Em alguns trechos, os próprios moradores é que estão cuidando disto”, afirma Emílio Alonso, que integra a Associação dos Moradores do Parque Residencial Maria Teresa.
Emílio também engrossa o coro dos descontentes com o serviço de transporte coletivo, a falta de áreas de lazer no bairro e a demora na contenção da pedra que ameaça rolar. Ele critica ainda o uso de um terreno no início da Rua Py. “Este terreno vem sendo usado sem custo pela concessionária Águas de Nova Friburgo mas o IPTU e a taxa de incêndio são pagos pela Associação dos Moradores”, reclama.
Completam a lista de reivindicações da comunidade a construção de uma unidade de saúde no bairro, mais rapidez na conclusão das obras na Rua Klein e a retomada das obras de ampliação da Escola Municipal Pastor Schlupp, bem como melhorias na creche. Moradores também solicitam prioridade para as crianças do bairro no momento da matrícula, tanto na creche quanto na escola. “Há crianças de outros bairros, como Duas Pedras, estudando aqui”, diz um morador. Ratos na parte alta do bairro também são alvo de queixas da comunidade. “O Parque Maria Teresa precisa de várias melhorias”, conclui César da Rosa, que há 33 anos reside no local.
Concessionária responde
“A concessionária Águas de Nova Friburgo informa que o terreno na entrada do loteamento do Parque Maria Teresa diz respeito à área de ocupação dos reservatórios, com tutela e operação repassadas à concessionária pelo poder público. Quanto às canaletas de drenagem pluvial existentes dentro da área de abrangência dos reservatórios, todas foram reparadas após a catástrofe de 2011. Mesmo assim, a concessionária fará uma vistoria no local e, caso haja necessidade, os reparos serão providenciados. Quanto às calhas e caixas de coleta em via pública, a manutenção não é de competência da Águas de Nova Friburgo.”
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