Setembro começa com a cultura em alta. Hoje, 1º, o reverendo Armindo Müller faz o lançamento da tradução do livro do imigrante suíço Joseph Hecht, com o título A imigração suíça no Brasil – 1819 – 1823, às 20h, na Biblioteca Pública Municipal (Rua Farinha Filho, 50, Centro). O livro tem 152 páginas e foi publicado pela editora Missão Primícia. O lançamento será abrilhantado pelo Coral Luterano de Nova Friburgo.
O LIVRO – Quando as guerras napoleônicas terminaram a Europa estava arrasada. Em toda a parte reinava o desemprego, miséria e fome. O rei D. João VI havia fugido de Portugal para o Brasil. O governo suíço procurou enviar famílias carentes para que aqui se estabelecessem. A proposta foi aceita. E começou, então, a série de falcatruas. Gachet, que fora nomeado agente de colonização, traz não cem famílias, como previsto, mas muitas mais, mais de duas mil pessoas.
A viagem da Suíça para a Holanda foi cheia de peripécias, não havia navios disponíveis nos portos, os imigrantes ficaram precariamente alojados nos pântanos, epidemias começaram a se espalhar, a superlotação nos navios, a infestação de insetos a bordo, as dezenas de mortes durante a travessia do Atlântico e a ganância dos agentes.
E o pior ainda estava para acontecer. Aqui chegados, os imigrantes suíços ainda receberam terras impróprias para a agricultura. Hecht se mostra um atento observador e conta, com riqueza de detalhes, como foi tudo isto. Veio acompanhado de dois filhos, um dos quais aqui faleceu e o outro não quis retornar. Quatro anos depois o pai volta sozinho, mas escreve o que aqui viu e sentiu. O tratamento desumano dado aos escravos, que eram tratados quase como animais, é o que mais o impressiona. Descreve ainda a fauna, a flora, a geografia, as pessoas e os costumes dos habitantes com muitos e interessantes detalhes. Quem deseja conhecer a região e a cidade do Rio de Janeiro daquela época precisa necessariamente ler este relato.
O AUTOR – Armindo Müller é gaúcho e se radicou em Nova Friburgo em fevereiro de 1998. Atuou na Igreja Luterana local até maio de 2008. Atualmente é secretário de relações internacionais da Prefeitura. É membro da Academia Friburguense de Letras e foi laureado com os títulos de Cidadão Friburguense e do Estado do Rio de Janeiro.
O reverendo Armindo Müller é pesquisador de história, em especial genealogia, possuindo um dos acervos mais completos de dados genealógicos de Nova Friburgo e do Estado do Rio Grande do Sul, especialmente dos imigrantes alemães. Dentro em breve Müller deverá lançar mais três livros.
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