Páscoa: ainda há o caráter religioso ou a data é meramente comercial?

terça-feira, 12 de abril de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Leonardo Lima

 

Mais uma Páscoa se aproxima e a procura pelos ovos de Páscoa cresce cada vez mais. A variedade de produtos referentes à data impressiona e a cada ano surgem novidades que atendem a todos os gostos. Mas, afinal: a Páscoa ainda mantém suas tradições? As pessoas ainda lembram que a ressurreição de Jesus Cristo é o seu verdadeiro significado? Ou trata-se de apenas mais uma data comercial?

 

“Infelizmente datas como essa só se resumem a dinheiro. Não é mais como antigamente, quando se lembrava mais o verdadeiro significado delas. Semana Santa, Carnaval e Natal viraram datas comerciais. Eu mesmo sigo vagamente as tradições.”

Kim Soares, 72, aposentado, Conselheiro Paulino

 

“A Páscoa atualmente tem mais um sentido comercial do que religioso, embora as pessoas mais idosas ainda mantenham a tradição religiosa. Os jovens, de um modo geral, não dão esse valor, pensam mais no chocolate, no bacalhau. Para eles, a data é apenas comercial.”

Olavo da Costa, 79, procurador federal, Nova Suíça

 

“Eu acho que a Páscoa hoje é apenas comercial. Apenas algumas pessoas ainda se lembram do seu sentido religioso. Antigamente as pessoas tinham mais a tradição; de reunir a família, e celebrar a ressurreição de Cristo. Hoje tudo se resume ao comércio, ao dinheiro. Mas, afinal: pra viver precisamos de dinheiro, não é?”

Valdinéa Rosa Pinel, 75, aposentada, Jardim Califórnia

 

“As pessoas hoje dão muito mais enfoque ao chocolate do que à Páscoa em si. O que era um símbolo passou a ser um produto para a população. Seria importante a ação da Igreja e das pessoas porque se a Páscoa não for resgatada, ainda mais nesse mundo de violência que vivemos. O ser humano nasceu para ser bom. O mal é consequência de algumas ações. A festa magna da cristandade é a Páscoa, e não o Natal, pois se não existisse a ressurreição não faria sentido o nascimento.”

Gil de Carvalho, professor universitário e diácono permanente, Vila Nova

 

“Assim como o Natal, a Páscoa perdeu o sentido que tinha antigamente. Hoje as pessoas estão pensando apenas em colocar o dinheiro no bolso. No Natal, por exemplo, a tradição em Nova Friburgo é virar a noite inteira dentro de uma boate. Na Páscoa as pessoas aguardam para comer o chocolate e não ficar com a família. Os pais já educam os filhos assim.”

Rodrigo de Souza, 31, autônomo, Braunes

 

“As pessoas veem a Páscoa hoje como uma data comercial. Já não existem tradições antigas, como não comer carne na Semana Santa, reunir a família para almoçar todo mundo junto. A Páscoa hoje é um dia comum, que visa apenas o dinheiro. Pelo que vejo trabalhando no comércio como motoboy, as pessoas mudaram muito. Hoje só se visa a parte capitalista, e não a religiosa.”

Jorge Luiz da Silva, 45, motoboy, Catarcione

 

“Sinceramente hoje se explora muito mais a parte comercial, principalmente em cima das crianças. Esqueceram um pouco o verdadeiro significado da Páscoa, a sua religiosidade. As pessoas estão muito distantes de Deus, estão visando muito o dinheiro.”

Alessandro do Nascimento, 34, vigilante, Centro

 

“Hoje em dia você não vê um pai sentando com o filho e explicando o sentido da Páscoa. As pessoas só querem saber de ganhar um ovo de chocolate. Eu sou avó e não vejo meus filhos conversarem com meus netos o que é a Páscoa em si. Até a escola já começa a pedir dinheiro dois meses antes. Infelizmente só se visa os presentes, o dinheiro. As pessoas só querem saber de grandeza”

Marina da Conceição, 53, doméstica, Cordoeira

 

“O comércio sempre existiu. Toda festa tem sua tradição e ela não é perdida. Já fui presidente da Vilage e da Euterpe Friburguense e sempre gostei de manter as tradições. A parte comercial também não faz mal. Recentemente fui ao Rio Grande do Sul e vi uma cascata de chocolate. Afinal, quem não gosta de saborear um chocolate?”

Sílvio Ruiz Galvez, 72, aposentado, Centro

 

“A tradição não existe mais. A Páscoa se resume ao comércio, assim como o Natal. Eu e minha família mesmo nunca procuramos seguir as tradições. Para mim, não tem sentido nenhum.”

Marcelo Carvalho, 43, taxista, Amparo

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