Se normalmente leva-se aproximadamente 40 minutos, em horários de pico, para percorrer o trecho entre o Centro e Conselheiro Paulino, agora com o escoamento do tráfego em meia pista no principal acesso ao 6º distrito — a Avenida Governador Roberto Silveira — chega-se a demorar mais de uma hora e meia para se fazer o mesmo percurso. A medida foi adotada em virtude da realização das obras de canalização do Rio Bengalas, já que parte da pista, na altura do Jardim Ouro Preto, será ocupada por máquinas pesadas que trabalham 24 horas por dia.
Em meia pista desde o último sábado, 5, a via deve permanecer parcialmente interditada até o próximo dia 20 de outubro, quando termina o prazo de 45 dias, estimado pelo governo municipal. Embora a população esteja satisfeita com o rápido avanço da obra que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) do governo federal, a interrupção no trânsito do local tem gerado queixas entre moradores e motoristas que diariamente trafegam pela avenida.
“Fico feliz por estarem fazendo a obra, mas o trânsito aqui já é difícil normalmente, agora está insuportável. Os ônibus estão ainda mais atrasados e a gente demora um século para chegar ao trabalho. Será que não há outra solução? Não consigo nem imaginar ficar 45 dias nessa situação”, disse a cabeleireira Márcia Côrrea, 37 anos, moradora do Jardim Califórnia.
Opinião semelhante tem o gerente de vendas Rodolfo Silva, 46 anos. “Moro em Conselheiro e estou há mais de 15 minutos parado aqui. Espero que não atrasem a obra, pois essa medida de pare e siga deixa o trânsito da cidade ainda pior”, afirmou ele. Opção é utilizar as vias paralelas alternativas, as avenidas dos Ferroviários e Nossa Senhora do Amparo. Na tarde de ontem, 8, A VOZ DA SERRA acompanhou o andamento das obras e, embora não estivesse em horário de pico, a retenção, por conta da interrupção na pista, provocou cerca de dois quilômetros de engarrafamento e muitos motoristas ficaram parados mais de 20 minutos à espera da liberação da via.
Obras a todo vapor
Alvo de muitas críticas por conta da demora, as obras do Rio Bengalas, enfim, caminham a passos largos. Alguns trechos, como, por exemplo, na altura do depósito de bebidas Ambev, já foram concluídos. Outros estão recebendo as calçadas e grades de proteção, fase final do processo. Embora existam lugares em que os muros de contenção ainda não foram erguidos, como, por exemplo, próximo à entrada de Duas Pedras, os operários já estão iniciando os trabalhos nestes locais para que os trabalhos sejam concluídos até abril de 2016.
Vale lembrar que as obras de controle de inundação e recuperação ambiental do Rio Bengalas vêm sendo realizadas em Nova Friburgo pelo Consórcio Rio Bengalas, formado pela EIT Engenharia e a Ferreira Guedes, vencedoras da licitação para a criação do parque fluvial. Foram investidos R$ 195 milhões no projeto pelos governos estadual, por meio da Secretaria de Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e federal, com verbas do PAC 2.
O projeto prevê desassoreamento, dragagem e canalização do rio que margeia o eixo rodoviário de Nova Friburgo, o reflorestamento das margens e a urbanização do entorno, com a criação de ciclovia e áreas de lazer para as comunidades como forma de frear a ocupação desordenada com o consequente estrangulamento do leito.
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