A s mãos arrebentadas, com dedos cobertos de esparadrapos e tinta verde incrustada entre as unhas já denuncia o volume de trabalho que o paisagista Olney Barroso nos últimos dias. São enfeites, produzidos por Olney para as dependências de estabelecimentos badalados e tradicionais da cidade, tudo no limite do personalizado, ou seja, com a cara de quem frequenta ou trabalha tais ambientes.
O resultado de todo esse esforço já pode ser conferido desde o começo do mês, quando as lojas, já decoradas, abriram caminho para a corrida de compras típicas do Natal. O trabalho de Olney entrega uma temática diferente, ainda que visualmente clássica do esperado nas decorações de Natal.
“Tudo é aproveitado”, diz Olney, apresentando seu trabalho. São guirlandas que podem ganhar serventia de bandejas durante a ceia, árvores que trazem tesouros preciosos em meio a ciprestes desidratados (que duram a vida toda e também são responsáveis pelas manchas nas mãos de Olney), trazem em seus enfeites a integração de objetos que normalmente poderiam ser vistos como inúteis, tais como galhos secos, cascas de palmeiras e diversas sobras que a natureza entrega e que o artista recolhe durante seus trabalhos como paisagista.
Os detalhes fazem a diferença no trabalho deste duende de Papai Noel, tematizando as empresas de acordo com os tempos em que vivemos, promovendo um verdadeiro resgate das coisas que importam, ao mesmo tempo em que destaca um esforço por parte das empresas em contribuírem para a manutenção do meio ambiente, preservando ao não se utilizar de enfeites industrializados. A intenção de Olney é buscar nas tralhas, nas coisas que nos importavam no passado e que ainda têm alguma significância para os demais, sendo usado e reutilizado com arte e elegância.
É o espírito de Natal traduzido em vistosos enfeites que, na proposta de Olney, podem se perpetuar ao evocar lembranças de outras épocas para os mais saudosistas que queiram ver brinquedos de suas infâncias como adereços de seus enfeites natalinos deste ano. E nas decorações das lojas, as árvores, por exemplo, contam com versões em miniatura da equipe de trabalho, num atestado de eficiência ímpar no endomarketing, ou seja, o marketing interno, entre os funcionários, além de guirlandas homenageando as colônias, bonequinhos com os uniformes da empresa, outros enfeites específicos para atividades e diversos outros.
Quando a equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA visitou o ateliê de Olney, ainda faltava bastante para que ele terminasse o serviço, deixando a agenda vaga para trabalhar em outros enfeites, com propostas mais pessoais, dando um sentido mágico ao Natal de várias pessoas, deixando-as completamente à vontade para serem tomadas por suas lembranças.
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