A Acadêmicos do Prado encerrou o espetáculo quase às 4h da madrugada da segunda-feira de folia, 15, mostrando que para a agremiação ser especial e diferente, é absolutamente normal, mas, para tanto, é preciso conscientização social. A verde e rosa reverenciou justamente a bonita trajetória de luta de uma de suas vizinhas no distrito de Conselheiro Paulino: a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que completa três décadas de prestação de serviços a milhares de friburguenses em seu núcleo, que está sendo reconstruído após diversas enchentes no bairro do Prado.
O desfile foi tomado por assistidos, voluntários e amigos da Apae Nova Friburgo, que caíram na folia, mas também chamaram a atenção para a necessidade urgente de estímulo cada vez maior à inclusão social dos portadores de qualquer tipo de deficiência. No abre-alas, uma fusão de culturas e um imenso coração pulsante: a célula-mater e do amor que clama também pelo não ao preconceito e o sim à diversidade, representada por destaques transformistas. Eles empunharam a bandeira de luta e combate à homofobia com o legado Brasil, mostra a tua cara. Outros destaques foram as baianas e as homenagens às atuações do movimento negro no município.
Na alegoria Duas faces, uma simbologia viva do reino do céu e do inferno, seguida de representações dos índios, cidadãos rurais, quadrilhas juninas e presidiários. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Juliano e Daniele, empunhou o pavilhão da verde e rosa friburguense para clamar por um “não a qualquer tipo de preconceito”. Na bateria, os 120 ritmistas valorizaram a autoavaliação, enquanto a terceira alegoria trouxe um bebê gigante destacando a importância do teste do pezinho nos recém-nascidos. O exame oferecido gratuitamente pela Apae é capaz de detectar precocemente diversas doenças.
Mostrando que os assistidos da Apae são mesmo especiais, o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ronny e Danúbia, esbanjou luxo com roupas confeccionadas pelos alunos. A alegoria Apaexonados teve até bolo comemorativo dos 30 anos de atividades da instituição e homenagens a seu Neir, um dos fundadores da Apae, Júlio Heckert e seu Silvestre, tesoureiro, grandes amigos da Apae. Maria das Dores Mello Pacheco, a Dorinha da Apae, lutadora de carteirinha, não poderia faltar e ganhou uma alegoria que representou bem sua filosofia de vida: Guerreira, na luta com o filho especial e cadeirante Rafael Mello Pacheco, origem de todo o empreendimento de Dorinha, e que ajudou a abrilhantar o desfile.
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