O programa Cidade Real da última segunda-feira, destacou o papel da família na criação das crianças e adolescentes e como a construção do adulto passa inicialmente pelo ambiente de convivência e pelos conceitos recebidos pelo meio.
A coordenadora da Casa da Criança e adolescente Elizabeth Alves destacou com propriedade que cada vez mais o que se vê são crianças que, por falta de orientação, se envolvem no tráfico. O crime organizado passa a suprir a carência de participar de uma organização, meio este que deveria representar a família. Outro exemplo comum é o das jovens mães, meninas com 12, 15 anos tornando-se mães por terem como exemplo suas próprias mães, que também na adolescência conheceram a maternidade. O que há é uma transposição de responsabilidade, hoje quem acaba educando é a escola e como esta não deveria ser a única fonte, ou muitas vezes a criança não frequenta, resulta no alto número de menores envolvidos em situação de violência.
Salomão Bernstein, diretor do Instituto Girasol do Brasil, que cuida de crianças e adolescentes envolvidos com drogas, relata que a atenção deve ser dada cada vez mais para as crianças, pois é nesta fase que se fabricam os adultos e trabalhar de forma preventiva é o canal para se evitar outras consequências.
Ficou por conta de Ana Júlia Ribeiro, do Conselho Tutelar de Nova Friburgo, alertar a população para as péssimas condições em que se encontra o Conselho, inviabilizando inclusive os atendimentos. Segundo Ana Júlia, por mês são feitos mais de 300 atendimentos, todos informados ao Ministério Público, e, algumas vezes, chega até a faltar papel. A conselheira, em concordância com os outros convidados clama, por políticas públicas voltadas para a criança e o adolescente. Há leis muito bem feitas, protegendo o menor, porém sem a participação do governo e de todos os envolvidos não saem do papel.
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