Já estamos em clima de Natal.
E só darmos uma volta pelas ruas para notarmos que as lojas e escritórios já colocaram seus enfeites natalinos nas vitrines e janelas, e as tradicionais guirlandas nas portas. As árvores de Natal e os papais noéis de muitos lares também já ocuparam seus postos. Quem ainda não se preocupou com isso deve se apressar. Num piscar de olhos – como se alguma data festiva tivesse o poder de acelerar as horas – chega o dia de Natal. Tradicionalmente, as decorações são montadas, no Brasil, no dia 30 de novembro, ficando até o Dia de Reis, 6 de janeiro. Mas há variações de datas entre os países.
Independente do dia de montagem e desmontagem, o fato é que as decorações de Natal dão um toque especial aos lares, empresas e até aos municípios que resolvem, através do poder público ou iniciativa privada (ou uma combinação de ambos), investir em enfeites característicos do período. Muitas cidades do mundo aumentam, e muito, o número de turistas, que se deslumbram com a mistura de luzes, sons, cores, árvores e muitos outros atrativos que nos levam a entrar no clima natalino, com sua mensagem de paz, amor e harmonia.
Em Nova Friburgo vários comerciantes optaram por decorar suas lojas ainda no mês de novembro. Se para alguns, basta colocar uma guirlanda ou pequenas árvores sobre mesas e balcões, outros investem numa decoração mais elaborada. Ambas, é claro, são válidas e mostram como as tradições natalinas sensibilizam a todos.
Mas como tudo, os enfeites de Natal também evoluem e, a cada ano, surgem muitas (tentadoras) novidades. Se há alguns anos, muitos pinheiros eram cortados ainda pequenos – de forma politicamente (e ambientalmente) incorreta – recebendo bolas coloridas e piscas-piscas, hoje a predileção é por árvores vindas de fábricas, de diversos materiais, até de fibra ótica. Para enfeitá-la podemos usar as conhecidas bolas, geralmente vermelhas, douradas ou prateadas, ou optar por inúmeros bonequinhos, bichinhos, estrelas, caixinhas. Dá até para se fazer uma árvore temática, escolhendo uma sobre doces, por exemplo. E aí você encontra adereços em forma de pirulitos, bombons, balas... Ou seja, quem manda é sua imaginação.
Embora o Papai Noel mantenha na maioria das vezes seus trajes tradicionais, ele vem mostrando que é moderninho, aparecendo em versões inusitadas: tocando instrumentos, cantando e dançando, fazendo embaixadinhas (bem sugestivo em época de Copa do Mundo), dormindo (com direito a ronco), subindo escadas, de roupas douradas ou prateadas, de pijama e por aí vai...
O importante é que cada árvore, Papai Noel, enfeite, presépio, seja um elemento de congraçamento e de lembrança do que realmente o Natal significa: amor!
Paz, prosperidade, amizade, amor
O significado e origem dos enfeites natalinos
A decoração de Natal é – ou pelo menos deveria ser – um momento de congraçamento, alegria e união. Montar o presépio, a árvore de Natal, colocar a guirlanda na porta, ligar o pisca-pisca (sempre tem uma lampadazinha que falha!), escolher as fitas, bolas, bichinhos, que farão parte do local durante todo o mês de dezembro, é um encantamento para crianças e adultos. E a curiosidade, quando começam a surgir as caixas de presente ao pé da árvore? Qual é de quem? O que tem naquele embrulho? E pensar que o "mistério” só vai terminar na noite de Natal...
Mas, afinal, como surgiram os enfeites e outras tradições natalinas e o que significam? Hoje temos um número enorme de objetos para esse fim, criados para atender aos diversos públicos. E este número aumenta com as tradições de cada país. Veja um pouco da história de cada um deles e o que significam, lembrando que pode haver variações, de acordo com a época e povos.
Árvore de Natal
Dizem que a árvore de Natal surgiu quando Martinho Lutero, autor da Reforma Protestante, olhou para o céu, através de pinheiros e avistou as estrelas, o que lhe pareceu um colar de diamantes. Maravilhado com o que viu, ele arrancou um galho da árvore e, chegando em casa, colocou-o num vaso com terra. Junto com a esposa e filhos, decorou o pequeno pinheiro com velas acesas e papéis coloridos. Assim nasceu a árvore de Natal.
Há, porém, quem considere que a árvore de Natal é uma "cristanização” de tradições e rituais pagãos para o solstício de inverno, o que incluía ramos verdes.
Alguns estudos levam a origem da árvore de Natal para a Antiguidade, ou seja, antes mesmo do nascimento de Jesus e do cristianismo. Os egípcios costumavam levar galhos verdes para suas casas, no dia mais curto do ano, em dezembro, o que simbolizava o triunfo da vida sobre a morte.
Os druídas também podem ter dado origem à arvore de Natal, já que era costume entre eles decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para as festividades.
As árvores de Natal representam a fertilidade e a vida.
Papai Noel
No século IV, o bispo turco Nicolau ajudava, anonimamente, quem estava em dificuldades financeiras deixando um saquinho com moedas na chaminé da casa do necessitado. Ao morrer, muitos milagres foram atribuídos a ele, que acabou sendo declarado santo, ou "São Nicolau”. A transformação dele em símbolo natalino ocorreu na Alemanha, ganhando o mundo logo depois. A figura do Papai Noel como conhecemos hoje – um velhinho de barba comprida, roupas vermelhas e andando num trenó puxado por renas – apareceu na revista Harper´s Weeklys, em 1881, desenhado pelo cartunista alemão Thomas Nast. Antes disso, até o final do século XIX, Papai Noel "usava” roupas de inverno, nas cores marrom ou verde escura.
O que reforçou a figura do velhinho de barbas brancas e roupa vermelha, foi uma campanha publicitária lançada pela Coca-Cola, em 1931, que tinha um Papai Noel usando o mesmo figurino criado por Thomas Nast que, não por acaso, era formado por roupas das mesmas cores do refrigerante.
Obs.: Na verdade, Papai Noel vive mesmo na Lapônia, onde prepara seus presentes para serem distribuídos na noite do dia 24 de dezembro às crianças de todo o planeta.
Presépio
É uma reprodução do nascimento de Jesus, com um cenário que inclui manjedoura, animais, pastores, Maria, José, o menino Jesus e os três reis magos. Acredita-se que o costume de montá-lo surgiu com São Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni Villita que criasse um presépio para que as pessoas visualizassem o nascimento – de forma pobre, simples – de Jesus. Ao ficar pronto, Francisco de Assis celebrou uma missa em frente ao presépio.
Estrela de Belém
Consideradas "bússolas naturais”, por servirem de referência para o homem se localizar e seguir em determinada direção, as estrelas têm um papel importante na vida dos viajantes, mesmo hoje, em tempos de GPS e demais equipamentos.
Foi uma estrela que guiou os três reis magos Baltazar, Gaspar e Belchior, do Oriente até a manjedoura onde Jesus nasceu. Por isso, a Estrela de Belém tem um papel importante, sendo colocada, geralmente, no topo da árvore de Natal. Ela significa o sentido, o caminho da vida.
Presentes
Presentear é um ato muito antigo. Os romanos já tinham o costume de dar presentes aos amigos no início do ano novo, o que coincidia com os festejos a Janus, deus de duas faces, que olhava, ao mesmo tempo, para o ano que terminava e para o que iniciava. Com a disseminação do cristianismo, essa festa foi ganhando outro sentido.
Outra versão adotada para se explicar a prática de troca de presentes tem como base o ouro, incenso e mirra oferecidos pelos três reis magos – Belchior, Gaspar e Baltazar – a Jesus, por ocasião de seu nascimento.
O bispo turco Nicolau – que deu origem ao Papai Noel –, que presenteava os necessitados com saquinhos de dinheiro, reforçou a tradição.
Dizem que a tradição de colocar os presentes aos pés das árvores de natal surgiu quando a rainha Elizabeth, da Inglaterra, pediu que os muitos presentes que recebia no dia 25 de dezembro fossem depositados em baixo de árvores de seu jardim.
Cartão de Natal
Em 1845, Sir Henry Cole, diretor do Museu Britânico, percebeu que não teria tempo de escrever à mão cartas desejando Feliz Natal a todos os seus conhecidos. Teve então a ideia de contratar o pintor John Calcott Horsley para criar um desenho de uma família ao redor de uma mesa farta e uma criança pobre recebendo comida de um desses ricos. A mensagem que vinha escrita era: "Feliz Natal e Próspero Ano Novo”. Foram impressas mil cópias, que deram origem ao costume de se enviar cartões de Natal para amigos e conhecidos. Eles passaram a simbolizar o bom relacionamento, a comunhão, o diálogo entre as pessoas.
Bolas de Natal
Originalmente eram frutos de verdade, mas mesmo artificiais, continuam simbolizando os frutos da "árvore da vida”, ou seja, Jesus Cristo.
Sinos
Eles anunciam a chegada de Jesus Cristo, por isso, suas badaladas indicam respeito ao chamado divino e à oportunidade de comunicação entre os seres humanos e o céu.
Guirlanda
Elas também têm origem pagã, significando, na antiguidade, boa recepção aos lares. Já em Roma, creditavam a elas a prosperidade e saúde. Já na Idade Média, as guirlandas serviam como emblema de proteção e nobiliarquia. Os camponeses a usavam para espantar os demônios. O cristianismo adotou-a devido à conotação das folhas de azevinho com a paixão de Cristo.
As guirlandas atuais são símbolos de boas-vindas para os que chegam a uma casa. Podem significar também a prosperidade e abundância.
Ceia
Na última ceia, Jesus partilhou o pão e vinho com seus apóstolos. Por isso, a ceia de Natal representa a confraternização, o respeito e o amor ao próximo. Vale lembrar também, que os povos antigos tinham muitas dificuldades em obter alimentos, passando muita fome. A carne, considerado o alimento mais importante, era uma forma de reverenciar a Deus.
Velas
Como não existia energia elétrica, as velas, lamparinas, lampiões e tochas foram usados por muito anos como fonte de luz. O fogo chegou a ser cultuado como divindade na Antiguidade. No cristianismo, Jesus veio para iluminar o caminho dos homens: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas”, diz a Bíblia. Por isso as velas, tendo, posteriormente, as lâmpadas como substitutas ou parceiras, são fundamentais numa decoração natalina.
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