Panfletagem eleitoral quase gera tumulto no Anchieta

Reitor explica que precisou intervir porque colégio não permite manifestações partidárias
segunda-feira, 01 de outubro de 2018
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
O padre Antonio Monerat:
O padre Antonio Monerat: "Tivemos que intervir porque um tumulto estava se formando" (Foto: Henrique Pinheiro)

Na última quinta-feira, 28, algumas alunas do 3º ano do ensino médio do Colégio Anchieta foram advertidas por conta do que a direção da escola classificou como “uma manifestação político-partidária”, conforme noticiou a coluna do Ancelmo, no Globo. Segundo o reitor do Anchieta, padre Antônio Monerat, as alunas teriam colocado adesivos sobre a camisa do uniforme com a frase “Sou mulher e só voto em quem me respeita” e distribuído panfletos com o mesmo teor, durante o intervalor das aulas. Ainda de acordo com o reitor, alguns alunos, de viés político contrário, sentiram-se incomodados. “Antes que a polarização tomasse conta, a direção interveio”, explicou ele.

“A função de uma escola é formar nossas crianças para encarar o mundo. Estamos em uma época de crise, com um debate polarizado. Tivemos que intervir porque um tumulto estava se formando. Junto com a coordenadora, fui de sala em sala explicando que o colégio não é um espaço de política partidária. Eu acredito que isso seja conveniente em um espaço público, mas não dentro do colégio”, disse Padre Toninho ao jornal A VOZ DA SERRA.

Segundo o reitor, houve contestação por parte das alunas. “Algumas meninas argumentaram que em nenhum momento citavam nomes de candidato ou partido, mas isso é subliminar, todo mundo sabe (a respeito do alvo dos adesivos). No panfleto estava ainda mais evidente, e a escola não é pra isso. Por isso proibimos os adesivos nos uniformes, nos quadros e a panfletagem”.

Na manhã desta segunda-feira, 1º, o Colégio Anchieta promoveu uma aula na rua como conclusão da Semana Cidadã (uma série de palestras, em sala de aula, tratando de diversos temas sobre a democracia). A aula na rua defendeu e conscientizou sobre os valores da democracia, sem qualquer  manifestação partidária.

“Achamos que a rua seria o melhor lugar para fazer uma experiência concreta do direito democrático de manifestação pública. Esta aula na rua teve a participação dos alunos do 6º ano fundamental até a 3º série do ensino médio, com a autorização dos pais”, escreveu a direção em um comunicado.  

O trajeto dos alunos começou na Rua General Osório, passou Ponte Sete de Setembro, contornou a Praça Presidente Vargas e terminou na Estação Livre (antiga rodoviária urbana). Durante todo o percurso a Polícia Militar fez a segurança, além da atenção dos professores. “Todos os documentos e autorizações oficiais foram feitos conforme o direito de manifestação de qualquer grupo em uma sociedade democrática”, disse o comunicado.

 

 

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