Palmeiras do Colégio Anchieta, envelhecidas, são substituídas

quinta-feira, 24 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Eloir Perdigão

O Colégio Anchieta sem suas tradicionais palmeiras imperiais é uma imagem somente encontrada em fotos antigas. É muito difícil imaginá-lo hoje em dia sem elas. Porém, algumas destas árvores estão morrendo, como é possível verificar com quatro delas—e a equipe do colégio já está tratando de substituí-las.

De acordo com o professor de geografia do Anchieta e consultor ambiental Fernando Cavalcante, as palmeiras do colégio entraram num processo de definhação. Ele as compara com as pessoas, que às vezes ficam doentes ou velhas, vão definhando e acabam morrendo. Porém, a boa notícia é que a equipe do educandário já desenvolve um processo de replantio e este trabalho faz com que o jardim do Anchieta não fique sem árvores. Há cerca de dez anos, por exemplo, morreu um pau-brasil ainda novo e outro exemplar foi plantado. O mesmo já ocorreu com outras espécies.

No início deste ano já havia sido plantada uma palmeira justamente para substituir uma que morreu no ano passado. Outros dois exemplares estão sendo aguardados para serem plantados. “Este é um processo natural da vida, a gente vai, chegam outros, uma palmeira vai, outra chega”, comenta Fernando, que garante não haver risco dessa palmeiras mortas caírem. O que sempre cai, mesmo quando as palmeiras estão com saúde, são as cachopas, com folhas e flores, que depois viram semente, que despencam com peso presumido de mais de 40 quilos. Já houve pelo menos um caso de queda sobre um carro, quebrando o para-brisas, com prejuízos para o proprietário. Essas quedas se verificam principalmente no final do inverno.

Fernando garante que sempre que uma das palmeiras ou qualquer outra árvore do jardim do Anchieta está morrendo é logo providenciada sua substituição. O colégio até faz disso um ato pedagógico e os alunos são levados a conhecer as diversas espécies. A idade média das palmeiras, segundo Fernando, é de cerca de 80 anos. Tanto que há fotos do Colégio Anchieta—que tem 126 anos—ainda sem as palmeiras, que foram plantadas posteriormente.

O professor cita que na parte de trás do colégio está sendo retirado um grande eucaliptal. O solo é de dois a três metros, com exemplares de 40 metros de altura. Era muito peso para pouco solo. No local estão sendo plantadas mudas nativas de Mata Atlântica. “Toda essa vegetação em torno do colégio tem o olhar bem atento dos professores da área, porque isso tudo serve para a educação ambiental. É um verdadeiro jardim botânico”, afirma o professor.

Pode haver prevenção, desde que a planta seja atacada por formigas ou alguma doença, mas quando se trata de velhice da planta, não há. Em relação às palmeiras o problema é paisagístico, por se situarem bem à frente do tradicional prédio do Anchieta. Uma palmeira pode levar mais de 30 anos para chegar ao tamanho das outras. “Cada árvore, cada vegetação tem seu tempo para crescer. O pessoal deve ter paciência. Todo mundo está acostumado hoje com controle remoto: se não gostar de um canal de televisão, troca. E tem gente que acha que com a natureza é a mesma coisa: quando uma palmeira morre é só clicar o controle remoto e aparece outra (risos). Não é assim, a natureza não tem essa velocidade”, finalizou Fernando Cavalcante.

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