Ricardo Costa
A respeito da matéria publicada no Jornal A Voz da Serra de hoje, 28 de setembro de 2011, sobre a palestra que ministrei na Câmara de Dirigentes Lojistas, dentro das atividades “Quartas na História”, abordando o nascimento da indústria e do movimento operário de Nova Friburgo, gostaria que fossem feitas algumas retificações:
1) Durante a palestra, não cheguei a expressar as seguintes palavras: “está na intensa participação da sociedade e nas múltiplas possibilidades de seu potencial empreendedor ... alguns dos caminhos ... possíveis para a retomada do crescimento e do desenvolvimento friburguense”. Perguntado sobre o futuro da economia local, afirmei, sim, que não cabia mais grandes empreendimentos, como a instalação de grandes fábricas na nossa cidade—o que caracterizou o desenvolvimento industrial de Friburgo no século XX—até porque, depois da tragédia de janeiro, ficou evidente que não há espaço geográfico para grandes plantas industriais, tampouco nosso meio ambiente—já tão agredido nas últimas décadas—suportaria este tipo de opção econômica. Disse que a saída seriam pequenas indústrias de tecnologia limpa e ambientalmente amigáveis, assim como a continuidade da expansão dos serviços e do comércio.
2) Enfatizei, em relação à questão política, que não podemos ficar esperando por “salvadores da pátria”. A única alternativa possível à crise institucional e política que vivemos hoje é a participação ativa dos cidadãos friburguenses através de suas organizações representativas (sindicatos, associações, grêmios, diretórios, partidos políticos, etc) nos conselhos existentes e outras formas de aglutinação das pessoas, pelas quais seja possível lutar para que as tomadas de decisões sobre a cidade sejam amplamente democratizadas. Dei, inclusive, exemplos de participação cidadã, hoje, no Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, no Conselho Municipal de Educação (renovado, ampliado e autônomo) e outros.
3) A respeito da figura histórica de Galdino do Valle Filho, não atribuí simplesmente a ele o papel de “grande motivador do processo de industrialização do município”. Esclareci que o papel de Galdino foi fundamental como fomentador de uma grande luta política contra o grupo então dominante e em favor da instalação das indústrias, para o que era essencial passar a concessão da energia elétrica ao Grupo Arp, que impôs tal condição para trazer para cá a Fábrica de Rendas. Esta luta política transformou-se em verdadeira batalha campal, que resultou, em 17 de maio de 1911, na famosa “Noite do Quebra-Lampiões”, através da qual populares pressionaram a Câmara Municipal da época a transferir a concessão da eletricidade aos Arp.
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