Palavreando - Tardes lindas

Por Wanderson Nogueira - wandersonnogueira@gmail.com
sexta-feira, 07 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

As estações mudam, mas o sentimento permanece. Surgiu no inverno, floresceu na primavera, mas se tornou intenso mesmo no verão. São lindas as tardes, ainda que estejam cheias de estrelas e repletas do silêncio das madrugadas. Você não é exatamente comum, ainda que seja comum o que fica toda vez que vai: saudade forte dessas que queimam e chamam o querer voltar que pede para não partir. Mas não preciso ter você perto para saber que em mim você reside e me faz vivo. 
Sentado no banco de madeira do shopping, os passos correm, mas nós ficamos ali como se à nossa frente estivesse o Havaí, Bora Bora, Praga, Paris ou jardins, lagos e cerejeiras. Não importa, nada importa, ainda que Paris esteja estática no quadro ou Londres sobreviva nas suas estranhas cabines vermelhas de telefone. Transporto-me para lá, deixando seus medos (os meus medos) do lado de fora, para lá dentro sermos nós de fato consumindo essa vontade de ser e estar feliz! O tempo passa depressa e ainda que paralise quando está ao meu lado, senhor do tempo, compartilho meu tempo todo com você!
Evito os planos ainda que eles venham... Tomo o elixir da inconsequência porque meu coração vibra e me disseram que devemos ir em frente toda vez que o coração vibra! Esse vibrar me leva para sua frente querendo trazer você para dentro. Prometo te proteger! Prometo te elevar! Prometo tentar não enlouquecer e até ser menos intenso. Só não preciso te prometer devoção, porque já te devoto no meu peculiar exagero que te assusta, mas que faz sorrir as almas que encantadas se rendem. Será que você se rende? O que será que você teme?
Já não temo nada porque meu coração de menino pulsa em um corpo adulto que sarou as feridas com os banhos de sol dessas tardes, cujas tempestades se adiam para o fim do mundo. Quando o mundo acabar quero estar na cabine de telefone inglesa ou no café parisiense, e, se não der, me basta o banco de madeira do shopping ou apenas e tão-somente seu olhar me olhando, porque é nele que o mundo começa para mim. 
A tarde está linda hoje. É tarde de verão. O sol insiste em ficar, enquanto eu não desisto de pensar em você! E aí meus olhos brilham quando me pego falando de você quase que sem querer. Tenho vontade de dizer tanta coisa a mais do que disse. Muitos P.S.s, centenas deles! Necessidade de você. Dependência demente. Os loucos são realmente felizes!
Vamos ver um filme? – pergunta. Vamos fazer um filme! – respondo. Pergunto que música quer ouvir? Sugere, então, compormos uma canção. Quer dançar? Eu não sei dançar... Veja o sol como está lindo!
E as conversas terminam em reticências pendendo a história para o infinito, e infinito seja o que sinto, porque me faz bem demais essas tardes lindas que se encontram nas madrugadas e se costuram nas manhãs sedentas por mais tardes lindas... 

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