Palavreando - Está acontecendo...

Por Wanderson Nogueira - wandersonnogueira@gmail.com
sexta-feira, 01 de março de 2013
por Jornal A Voz da Serra

De repente vem, sem hora marcada, aquela sensação de friozinho na barriga e aperto bom no coração que dispara, sossega, dispara. Chega quando, sem querer, você acorda pensando naquele alguém, até porque você foi dormir pensando naquela pessoa que te invade. E, invade mesmo e você livremente permite que a sua privacidade seja tomada. Eu dono de um país deixo você tomar o meu país e comandar minha cultura, minha economia, minha educação, todo o meu ser. 
Rio disso tudo, pois prometi que não me permitiria mais sentir isso. E a gente tem lá as rédeas do que sentimos? Ah! Se pudéssemos escolher... O momento certo, a pessoa ideal ou aquele alguém que baixa suas fronteiras e pede “me invada!”... Mas não é assim! Não sei por que, ainda que já tenha tentado responder. Mas não é assim que funciona, se é que há alguma funcionalidade nessa história toda! Funcional é ser feliz com algumas doses de sofrimento. O sofrimento que aqui tem mais a ver com um monte de receios de perder independência, ver o desejo se transformar em necessidade e outras tantas neuras que só servem para complicar. Pelo menos é o que parece! Que graça também teria o enredo se não houvesse complicações? Descomplique. O problema é que na hora de descomplicar, muitas das vezes, optamos pelo mais fácil. Desistir, parecer forte, renegar ao outro que no fim das contas é a si mesmo! 
Que sensação boa a de depender. Depender daquele rosto, daquele gosto, daquela fala, sorriso e olhar, daquele coração. É aí que você perde o freio na língua com declarações que não eram para sair, pelo menos não naquele instante. Você admite o jogo, ainda que o deteste, mas sabe por experiência própria que é preciso ir devagar, com estratégias, ainda que sem planejamentos fechados. Mas a paixão é voraz, avassala, toma a beira da praia e despercebido você vai deixando de ser areia para se tornar mar. O peito explode e a boca fala a estúpida linguagem do amor. Se entrega e quer, sabendo por que quer, ainda que sem entender. Quer dividir para somar! Quer somar para crescer. Aceita lutar e se jogar nos desafios de conquistar quem está instalado nos seus pensamentos que viajam na velocidade da luz.
O mundo se colore em ruas de flores e paralelos de estrelas. Deixo o encantamento me vestir e vou, sendo eu por natureza! Quero embarcar nessas notas musicais sem medo do que me reserva o futuro. Quero beijos e a esperança dos abraços apertados temerosos da saudade que vão deixar. Quero a invasão e invadir com tudo que posso: exageros, jantares, confusões, fotografias, conversa série e também fiada, cartões, chocolate depois da pipoca, eventos em família e com amigos, observar a natureza, fazer nada...    
Os sintomas estão claros... Está acontecendo. Está acontecendo de novo. Eu não queria, mas deixo acontecer. Se vou me ferir, sei que também vou sorrir e acordar mais motivado para fazer parceria com as horas do dia. Se vou chorar, sei que também encontrarei sentido nas poesias de Drummond e me emocionarei de novo com os filmes baseados nos best-sellers de Nicholas Sparks. Estou ciente dos perigos, mas liberto de novo meu espírito aventureiro. Não vou impedir o que minha alma alerta com as borboletas que passeiam em meu estômago, com a vivacidade com que bate o meu coração e com o congestionamento que agita meus pensamentos. Afinal, que novas chances terei?  

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