Os dias passam tão rápidos... O tempo é cruel na sua quietude que aquieta a dor lentamente. O que não foi dito jamais poderá ser dito em outra oportunidade. Se não foi dito, não virou história. Intenções não são narradas nas histórias. O que não se fez não poderá mais ser feito. Essa é a lei da vida. Irrefutável lei da vida que não condena, nem absolve—apenas ensina.
Aprendemos que o que é preciso ser feito deve ser feito agora. Não amanhã ou dentro de uma hora. Não há garantia do tempo de que se terá tempo. Adiar é uma das grandes bobagens. E isso não é um conselho! É uma realidade.
Não seja tolo... Ninguém quer pagar o preço pelo que não fez ou não lutou para ter.
Por isso se der vontade de rir—ria. Se quiser chorar que se caia em pranto. Se quiser pegar o telefone para ligar para o trigésimo terceiro nome de sua agenda, ligue e diga o quanto ama aquela pessoa, revele que está com saudade e não espere nada. A expectativa só nos causa apatia, enquanto a surpresa nos dá a tal vivacidade que motiva. Junte os amigos, contemple os momentos, tire fotos, fabrique saudades futuras na esperança de poder olhar as fotos e se emocionar com o que mantém, com o que não tem e com o que nunca mais poderá ter de novo.
Até as folhas verdes caem das árvores. Até os céus azuis têm escuridão. A lógica pode ser controvertida. Nada é certo quando se trata de vida. Nem todos cruzam a linha de chegada. Nada é tão linear como se imagina que pode ser. Nem todos permanecerão, deixarão um pouco de si, mas nem sempre poderão ficar... Há fatos que mudam tudo e não podem ser taxados de imprevistos. São apenas fatos já que tudo é tão imprevisível. As coisas acontecem e há coisas que acontecem que independem de nossas vontades. Alguns chamarão de destino, outros de intervenções divinas e no contexto mais simplório concordaremos que destino ou divino—é a vida! É a vida!
Por isso, não dá para medir cada passo. Ser tão meticuloso pode ser a maior traição que cometemos com nós mesmos. Quantos passos eu tenho? Quantos passos você tem? Ao invés de contá-los é melhor dá-los com a virtude de quem quer fazer o bem, com a audácia de quem quer e merece ser feliz, com a determinação de quem precisa de um abraço e pede-o sem maiores delongas. Nunca sabemos quantas chances temos. Na verdade, sabemos tão pouco ou quase nada... Estamos aprendendo sem saber se conseguiremos completar a lição.
Missão. Comum a todos, missão é ser feliz! E felicidade de verdade só existe se for compartilhada. Dependemos dos outros e é lindo admitir... Admitir que imitamos quem amamos porque nos perguntamos por várias vezes em diversas ocasiões: “O que ele faria nessa situação?”
Sorriria? Ficaria em silêncio? Daria um tímido sinal de ok? Divertir-se-ia? Cantaria? Eu não sei... Mas descubro vivendo e sabendo que toda biografia é feita de altos e baixos, ainda que alguns tenham talento em não exteriorizar aquilo que sentem. Nem todo sorriso é um sorriso. Há sempre um furacão dentro de cada um, assim como um vento leve que acalma as tempestades. É preciso olhar para dentro, é necessário espelhar-se no que há de melhor fora. Somos um resultado sempre inacabado buscando solução. Pode ser que não exista ou que persista mesmo na interminável soma e subtração que nos compõe.
A vida segue sendo a mesma vida de sempre, cheia de obstáculos e alegrias, repleta de saudades e sonhos, convicta de curiosidades, findável ao ponto que o inesperado a interrompe, mas eterna no sentido de que enquanto alguém te segue, enquanto alguém se lembra—você existe.
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