Palavreando - 7 de novembro

Por Wanderson Nogueira
sexta-feira, 06 de novembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Botafogo

Tu és o glorioso e outro glorioso não há! Glorificado, por ser forte, glorioso por assim ser Botafogo. Mais do que um simples nome na história, mas toda história em um só nome: Botafogo. A honra destemida, a glória que não cessa, a fibra que encanta, o brilho intenso e eterno que não se apaga! Tendo a estrela como símbolo e a história como guia.

De trajetória que se escreve nos berços da tradição de quem tradição tem de fato. E há outros que esbravejam ter tradição, mas a tradição só o Botafogo possui e só pelo Botafogo a tradição se permite ser possuída. O Botafogo não precisa correr atrás de tradição. A tradição o segue pelas suas estradas de louros, por seus celeiros de conquistas até aportar no seu destino chamado glória!

E é fábrica de craques e de lendas imortais. Mitos que não passam e incendeiam as multidões. Títulos e times que não se podem esquecer jamais. Evocados de tempo em tempo para ressaltar que o futebol tem uma dívida com o Botafogo ao mesmo tempo em que tem uma gratidão por fazê-lo tão apaixonante, inebriante, criativo, inovador, tradicional. E o que seria do futebol-arte sem o Botafogo? Aliás, esta é uma relação que já nasce intrínseca. Não há futebol sem que haja arte, não há arte sem que haja o artista. O artista da bola, o mago fascinante que intriga por suas pernas tortas. Assim conclui-se: o futebol está para a arte como o Botafogo está para o futebol-arte. O futebol está para o folclórico, assim como o Botafogo está para a glória. E não há futebol sem o Botafogo, pois o futebol está para o Botafogo como o Botafogo está para o futebol e um não é completo sem o outro! O Botafogo é a graça, o gosto, a marca da criatividade, a cena da espontaneidade, o luxo da simplicidade, a garra, o gol, a raça, a vibração, a fibra, a mágica real, o feito, a inovação, a essência, a glória e tudo aquilo que se despende do futebol. Glorioso futebol!

O Botafogo nasceu para a glória, por isso glorioso, o único glorioso. E “Não podes perder, perder pra ninguém!”. Esse é seu lema e essa é a sua sina: ser glorioso. E não é por acaso que o escolhido para ser o glorioso é o Botafogo. Porque para ser glorioso se faz necessário ser grande ao ponto de ter Garrinchas e Níltons Santos, ser valente ao ponto de ter Didis e tantos inúmeros outros de qualidades das mais diversas. Tantos que nenhum outro pode ou já serviu tanto ao seu país. Estrelas solitárias que formam constelação na maior de todas as estrelas. Na única estrela solitária que dribla numa camisa listrada em preto e branco, que arranca o coração da alma de uma imensa torcida que canta e é feliz!

Estrela solitária que sobrevive a intempéries, que vence dramas e que nunca se ausenta. Estrela solitária que ilumina as tortuosas páginas escuras que vêm e virão, mas que sempre serão transpassadas. Estrela da sorte que se intensifica naqueles momentos sublimes e inesquecíveis. Estrela solitária que não teme, não foge, não se envaidece, mas entre a vitória fácil ou desmerecida escolhe a glória de quem vence e perde de coração. Estrela solitária que desvia dos cometas passageiros e dos ferozes asteróides que se desfragmentam no caminho. Mas a estrela fica lá suspensa no céu, permanece com seu brilho eterno que não se apaga a novidades vãs ou falsas tradições. Estrela que se mantém firme na defesa do belo e da glória digna. Estrela solitária que rasga nos céus da paixão sua força e pela lealdade de seus seguidores surge e ressurge respirando e conspirando sempre pelo Botafogo, para o Botafogo, sempre o glorioso!

E assim, o Botafogo é a história escrita e por escrever, é amor que não cala e resiste heróico, é a arte do artista da bola, é a pintura que molda o futebol, é a glória. É o rosto que não se esquece e a estrela que não se apaga e que, cultuada, se inova e renova para nunca esquecer a tradição de seu lema: ser glorioso na glória digna, ser Botafogo pela glória gloriosa que o conduz!

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