Friburguense
Há clubes que nascem para ser grandes, no entanto há aqueles que nascem para ser grandes no meio de gigantes e são esses que realmente têm valor. Meio moleque, meio rapaz, almejando ser mais, não há clube com cores que combinem melhor. O azul do céu com o vermelho do sangue e o branco, primária de todas as cores, da paz. Orgulho da terra, o Friburguense tem na serra a sua morada, mas na paixão pelo futebol o seu verdadeiro berço. Segundo time de todos, o Friburguense é a digna representação da superação. E que outro termo poderia se dar a sua mágica e corajosa história. Sem coragem não se escreve nada, sem audácia não se faz história, pois o Friburguense escreveu páginas de uma história primada na ousadia de ser sempre mais.
Assim, para descrever o Friburguense é fundamental reconhecer Fluminense e Serrano. Clubes rivais, extremos um ao outro, contrapontos um do outro, que deixaram de existir para se imortalizarem no Friburguense Atlético Clube. O azul do Fluminense se juntou ao vermelho do Serrano. A estrela do Serrano se incorporou ao brasão do Fluminense. Os dois em um só, uma só força, um só clube, uma só torcida. Longe de ser a morte do futebol friburguense, o Friburguense é o renascimento, único caminho de manter viva a paixão, em outro universo, é claro! Universo que empresta à estrela vermelha o céu azul, de tempos nem sempre tão fáceis, mas tempos de Friburguense.
E esses tempos de Friburguense são descritos no evocar de nomes de pessoas simples que despenderam suas vidas para que o futebol se mantivesse vivo na serra. Gente escrava da tradição, assim como gente visionária. Na soma das duas fez-se do sonho uma realidade sustentada por mais gente que despende seu tempo para manter esse nome vivo na garantia de que depois virão outros com a mesma fé para que o ciclo não se interrompa e o Friburguense seja imortal.
Descrever o Friburguense é lembrar com gosto os momentos proporcionados pela Garra Friburguense nas arquibancadas do estado afora. Uma torcida respeitada, apaixonada e com fôlego para se aventurar com e onde o Friburguense estivesse. Torcida que nunca poupou a voz e gritou ainda que rouca no sonho de ser gigante no meio dos gigantes.
Assim, o Friburguense de heróis nem sempre consagrados, vai escrevendo as suas façanhas com a dose necessária de romantismo própria ao futebol. Deixando para trás os momentos ruins, sem esquecer os aprendizados; os de felicidade como bater um grande ou o inimigo em campo alheio, sempre pronto para repetir tais feitos.
Orgulho da nossa terra porque é a possibilidade de ouvir o nome da cidade ecoar pelo planeta bola. Ouvir sobre Nova Friburgo em todos os cantos e recantos e perceber que num país tão continental, o Friburguense está entre os maiores.
O Friburguense é acima de tudo essa simplicidade própria de filho da montanha. De quem está no topo, mas que quer ir além do topo. É essa criatividade em inventar formas de se desvencilhar daquilo que o apequena, sem correr o risco de ser menor. É essa garra em não se entregar ainda que grande tenha que enfrentar gigantes. E pode ser, enfim, gigante, pois é marca do tricolor da serra a superação a todo instante.
E ainda que gostássemos que o Friburguense fosse maior, temos motivo para nos orgulhar: o Friburguense está mais forte do que quando nasceu e fica cada vez mais forte a cada tempo que passa. Alguém que tenha visto esta história no início e tenha se ausentado nas duas décadas posteriores, provavelmente se assustará ao ver o presente. E um dia, quando as estrelas ficarem vermelhas no céu, o Friburguense será tão forte que será essa estrela a guiar o próprio céu. Lançando-se a desafios maiores, aventurando-se em novas possibilidades, pronto para ser amanhã o clube do presente e não apenas o clube do futuro. A sensação do Rio! Por fim, como qualquer outro clube de futebol, a história do Friburguense é escrita em poesia, versada em paixões exacerbadas e momentos recheados de glória e drama, cujos autores foram escolhidos pelos deuses do futebol, senão e por que não eles próprios.
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