Palavreando - 18 de julho

Por Wanderson Nogueira
sexta-feira, 17 de julho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Mudanças

As pessoas mudam, todos nós mudamos e essa é uma constante. Mudamos nosso jeito de pensar e agir. Mudamos nossos hábitos, nossas rotinas e costumes. Mudamos porque as estações mudam e a natureza nos força a mudar. A infância deixa de ser adolescência para ser juventude até que o adulto deixa de ser adulto para se tornar velho.

As pessoas têm o direito de mudar até suas ideologias o que não lhes garante o direito da credibilidade. E nem sempre mudar significa que os outros te olharão da mesma forma com o mesmo crédito. As atitudes levam a consequências, aquilo que você decide afeta outros e não espere sempre buquês de rosas como resposta. E a vida é assim, quer você queira, quer você não queira: há momentos em que você decide e ao decidir receberá todo tipo de reação. Por isso, é preciso firmar seus passos em ideais que te carregam e, por vezes fazem você até voar. Por isso, mudar de ideal não é como mudar de roupa, de casa, itinerário ou estação. Mudar de ideal é quase como mudar de alma e não conheço ninguém que saia por aí trocando de alma a todo instante.

Ideal é uma convicção. Convicções evoluem é claro, mas são convicções justamente porque é aquilo que você acredita. E não basta acreditar! É preciso colocar suas convicções em prática. E isso sem que você seja um refém delas, mas que você faça delas um hábito quase igual ao de respirar!

Podemos ser convictos no amor e o amor é um ideal. Podemos ser convictos na fé e a fé é um ideal. Podemos ser convictos em nós mesmos e cada um de nós é um ideal. Por isso, quando mudamos, precisamos saber se estamos mudando apenas um jeito ou se estamos nos perdendo de nós mesmos. E não há nada pior do que se perder de si mesmo na esperança de encontrar algo que já está ali, só que não se tem olhos pra ver.

Assim, há algo que nunca muda: a essência. Somos essência em evolução, mas a essência primitiva é a mesma final. Podemos não enxergá-la, podemos vê-la por outro prisma, mas é a essência de sempre que sempre esteve ali, desde o principio e estará ali até o último sopro que vier.

Não tenho talento para o conservadorismo, mesmo que o medo me estagne um pouco. Aliás, todos nós somos um pouco medrosos ao ponto que todos nós somos um pouco corajosos. Talvez, a diferença esteja na forma em que dosamos os exageros. Ampliamos exageradamente isso ou reduzimos exageradamente aquilo perante nossos momentos. E os momentos nos fazem mudar tanto quanto as pessoas que nos cercam naqueles momentos. É uma equação um tanto complexa, de difícil entendimento, mais por sua própria estranheza do que pela estranheza que nutrimos ao olhá-la sem ter um método para resolvê-la. Um tanto confuso pra você? É também confuso pra mim!

As pessoas mudam. Mudanças nem sempre são levadas a sério. Convicções evoluem. Convicções nem sempre são colocadas em prática. Ter um ideal sem que este seja um hábito é o mesmo que não ter ideal e viver sem alma... Apenas se perambula por aí.

Então, não importa a carga que você carrega, não importa o quanto seu corpo é novo ou velho, não importa em que estação do ano estamos ou em que estação da vida você está. Você tem uma essência que é o seu grande dom. Essa essência o torna único e o que você faz dela também. Não seja mais um desses sem alma! Desses que apenas andam pelo mundo. Faça dos seus ideais sua convicção! Faça da sua convicção uma prática. Faça da sua prática o modo de você se encontrar com você mesmo e também com os seus.

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