Países africanos buscam no Rio de Janeiro alternativas para o desenvolvimento rural

terça-feira, 18 de setembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Países africanos buscam no Rio de Janeiro alternativas para o desenvolvimento rural
Países africanos buscam no Rio de Janeiro alternativas para o desenvolvimento rural

Representantes de países da África estarão no estado do Rio de Janeiro, de 17 a 21 de setembro, para conhecer experiências bem-sucedidas que poderão ser usadas no combate à pobreza e na produção de alimentos naquele continente. Considerado pelo Banco Mundial como modelo de desenvolvimento sustentável no campo, o Programa Rio Rural, da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária, receberá sete visitantes, gestores de projetos em Ruanda, Burundi e Tanzânia, acompanhados por enviados especiais da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Durante toda esta semana, a comitiva estará em campo conhecendo as boas práticas adotadas por agricultores familiares fluminenses. O objetivo é apresentar tecnologias e experiências de sucesso no setor e, assim, iniciar uma cooperação entre o governo fluminense e os projetos do outro lado do Atlântico, apoiados pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Ifad).
Entre as práticas que serão visitadas estão produção de alimentos orgânicos, sistema de cultivo agroecológico em mandalas, criação de galinhas poedeiras, projetos coletivos de aquisição de equipamentos para as cadeias do leite e do café.
Os africanos, que atuam em ações de desenvolvimento em importantes bacias hidrográficas de seu continente, conhecerão as estratégias de atuação do Rio Rural em parceria com comitês de bacias do Rio de Janeiro. As ações incluem proteção dos recursos naturais e remuneração aos agricultores que prestam serviços ambientais, além de integração de recursos com o setor privado.
Em Varre-Sai, no Noroeste fluminense, o destaque será a implantação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), que já possibilitam aos produtores receber pelos serviços ambientais prestados, com recursos provenientes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS Ecológico). O apoio de empresas e ONGs como a SOS Mata Atlântica e a Associação do Patrimônio Natural (APN), ajuda a ampliar a proteção de matas ciliares, nascentes e áreas verdes, com resultados positivos na disponibilidade de água e aumento da biodiversidade.
Em São João da Barra, no Norte, serão mostradas as unidades de pesquisa participativa do Rio Rural, de cultivo protegido de hortaliças e produção agroecológica. Os trabalhos são feitos em parceria com a empresa de logística LLX e executados pela Palém do Norte e Noroeste, os pesquisadores passarão pela Região Serrana, onde, em 2011, houve a maior catástrofe ambiental da história do Brasil. Em Nova Friburgo, eles vão conhecer, na quinta-feira, 20, os projetos de recuperação produtiva e conservação ambiental incentivados pelo Rio Rural. 
A ideia de promover um intercâmbio para cooperação com países africanos foi lançada durante o encontro “Dias da Terra e da Água”, realizado em maio deste ano pela FAO, em Roma, na Itália. Na ocasião, o Rio Rural foi destaque entre projetos de desenvolvimento rural apoiados pela organização, por suas inovações e metodologia participativa de promoção da sustentabilidade. 

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