Paisagem bucólica do Parque São Clemente contrasta com a falta de limpeza e manutenção das ruas

Um dos endereços mais valorizados de Nova Friburgo, o Parque São Clemente vem sofrendo com a sujeira e a falta de manutenção das ruas. Foi o que constatou a equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA, que esteve esta semana no local para conferir de perto as queixas que têm sido encaminhadas ao jornal por alguns moradores. Localizado entre o Vale dos Pinheiros e a Via Expressa, o tradicional bairro é um dos endereços mais nobres da cidade, pela facilidade de acesso ao comércio e serviços aliada à tranquilidade, ao verde e ar puro. Apesar disso, o local vem deixando a desejar no que se refere aos serviços de limpeza, pavimentação e conservação de alguns pontos.

A principal reclamação é sobre a grande quantidade de folhagens e móveis velhos jogados em trechos das Alamedas Conde. O problema foi mostrado em recente reportagem do jornal e mereceu resposta da secretaria de Olaria, Cônego e Cascatinha, publicada ontem na coluna A Voz dos Leitores. No entanto, a insatisfação da comunidade continua. Para ela, muitos problemas permanecem sem solução e vêm prejudicando a rotina dos moradores. Alguns se sentem indignados com o descaso do poder público em uma das áreas mais nobres da cidade. “Pagamos o IPTU mais caro da cidade e o abandono é total. É um desrespeito com o contribuinte que paga o seu imposto em dia”, disse um dos moradores que preferiu não se identificar e que há cerca de duas semanas encaminhou à redação do jornal a denúncia sobre a sujeira em alguns pontos do Parque São Clemente. 

A pavimentação precária das vias é outro problema que vem causando transtornos a quem trafega pelo bairro. Trechos das alamedas Princesa Izabel, Visconde de Ouro Preto e Marquês de Maricá estão com buracos e depressões na pista. Os motoristas precisam de atenção para não danificar os veículos. Junte-se a isso alguns pontos com fios e cabos soltos e as várias tampas de bueiros quebradas ou entupidas pela lama, o que oferece risco e contribui para conferir um aspecto de abandono ao bairro que já foi referência pelas ruas bem cuidadas. 

Outro alvo de queixas é o excesso de entulhos e uma tampa de bueiro quebrada na Alameda Visconde de Taunay e a falta de capina na Alameda Visconde de Inhaúma e de manutenção do histórico calçamento da Alameda Visconde de Ouro Preto, onde falta calçamento em um grande trecho que fica praticamente intransitável nos períodos de chuva contínua. Completa a lista de problemas no bairro, a falta de calçadas pavimentadas, de placas de identificação das ruas e avisos proibindo a prática de rituais religiosos. Isso porque é comum ver restos de despachos pelas ruas do bairro, o que acaba provocando a proliferação de ratos e insetos, segundo alguns moradores. 

Vale destacar que uma das áreas cheias de lixo que vem incomodando está localizada nas imediações do tradicional Park Hotel, considerado um marco da arquitetura moderna e uma das mais importantes obras do renomado arquiteto Lúcio Costa. O fato soma-se ao abandono da construção que é tombada pelo Patrimônio Histórico, mas corre o risco de não ser preservada para as futuras gerações. Fechado há alguns anos, o hotel vem se deteriorando devido à falta de recursos para sua manutenção, o que já motivou alguns movimentos na cidade em prol de sua recuperação. Em 2008, um projeto de revitalização do hotel, que ganharia um centro de treinamento em hotelaria, chegou a ser anunciado, mas não foi adiante já que aguardava recursos do Ministério da Cultura. Alguns friburguenses acham que a prefeitura deveria olhar com mais atenção para o histórico imóvel, conforme sugestões encaminhadas ao jornal.