Há pelo menos uma semana A VOZ DA SERRA tem recebido diversas denúncias de leitores se queixando da falta de merenda em creches e escolas municipais. Segundo apurado pelo jornal, o problema existe, mas é tratado com discrição pela prefeitura. Segundo um leitor que entrou em contato por telefone, mas pediu para não ser identificado, a Escola Municipal Patrícia Jonas Santana, no bairro Bela Vista, estaria há mais de uma semana sem oferecer merenda aos alunos.
Também por telefone, fizemos contato com a diretora da unidade, que negou o desabastecimento. No entanto, outros pais de alunos também confirmaram o problema, que estaria ocorrendo no Colégio Municipal Odette Penna Muniz (que atualmente funciona nas dependências do Colégio Estadual Jamil El Jaick, no Centro, devido à interdição do prédio localizado no bairro Vila Nova por conta de problemas na estrutura) e no Colégio Municipal Rui Barbosa, no distrito de Conselheiro Paulino .
O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Santa Terezinha, no bairro São Jorge, no distrito de Conselheiro Paulino, e o CMEI Augusta Hörn, no bairro Cônego, também estão com seus estoques de alimentos desabastecidos. Na creche do Cônego, por exemplo, uma funcionária que não quis se identificar com medo de represálias, confidenciou à nossa equipe de reportagem que “as crianças estão há mais de uma semana comendo apenas angu no almoço”.
“Só quem está dentro de uma escola todos os dias sabe o perrengue que é. Não ter material de limpeza, ter que cozinhar só com água e sal ou o que tiver para não deixar as crianças com fome. Ou então, os próprios funcionários têm que comprar as coisas com o pouco que ganham por pena das crianças”, disse outra profissional da educação, que também preferiu o anonimato.
“Tem escola que os alunos estão tendo apenas biscoito para o lanche. Isso depois de um dia inteiro de aula. Tudo bem que ainda tem biscoito, mas essas crianças estão indo para casa com fome. Um absurdo”, se queixou nas redes sociais a mãe de um aluno da rede municipal.
O que diz a prefeitura
Na tentativa de esclarecer o problema e levar ao leitor a informação correta, A VOZ DA SERRA solicitou, via email, à Subsecretaria de Comunicação Social as seguintes perguntas: A prefeitura confirma o problema no abastecimento de alimentos nas unidades municipais? Se sim, desde quando há o problema? Quando o desabastecimento será resolvido? Que tipo de alimentos estão em falta? Quantas unidades escolares estão com esse problema?
No entanto, a nota enviada pela Secretaria Municipal de Educação informou apenas que “a falta de abastecimento de alguns itens já foi resolvida e que são oferecidas, em média, 60 mil refeições no município, para 120 unidades escolares. Mais de 18 mil alunos estão matriculados na rede”.
Com base nessas informações, solicitamos nova nota com uma resposta mais completa do governo municipal com relação a um assunto de grande relevância para a sociedade friburguense, já que envolve quase 20 mil crianças e jovens do município e suas famílias.
No novo pedido de informações, perguntamos: O que ocasionou o problema no abastecimento de alimentos? Na primeira nota enviada, diz que "a falta de abastecimento de alguns itens foi resolvida. Quais são esses itens? Quais itens ainda não tiveram o abastecimento regularizado? Quando os estoques das unidades escolares deverão estar 100% regularizados? No entanto, até o fechamento desta edição, não recebemos mais nenhuma resposta.
Sepe já se manifestou
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) de Nova Friburgo, que na cidade também representa os interesses dos profissionais da educação municipal, divulgou recentemente um informe oficial sobre o tema, que diz que o sindicato “já está se mobilizando com sua base e equipe jurídica para averiguar e tomar as medidas cabíveis com relação às denúncias de falta de merenda ou lanche inadequado na rede pública municipal”.
Deixe o seu comentário