EM APENAS três meses do novo ano, os brasileiros já colocaram mais de meio trilhão de reais nos cofres públicos em impostos, taxas e contribuições. Os números novamente sinalizam um futuro muito mais de ônus do que bônus, considerando que os benefícios devolvidos à população ainda estão muito distantes dos parâmetros internacionais. Os dados são do Impostômetro, instrumento criado pela Associação Comercial de São Paulo e que faz um rastreamento minucioso e confiável nos estados e municípios.
AO LONGO do ano passado, as cifras arrecadadas pelo poder público ultrapassaram R$ 3 trilhões. A marca surpreende, na medida em que 2016 foi um ano mais recessivo do que o anterior e, ainda, que a economia do país caiu mais de 7%. O peso sobre os contribuintes brasileiros parece estar longe do fim. As perspectivas apontam que além do horizonte não existe um lugar livre de cobranças.
O BRASILEIRO paga muito imposto e taxas, que incidem sobre lucro, ganhos, consumo e serviços. Conforme levantamento da Receita Federal, a carga tributária nacional, chegou a 32,7% do Produto Interno Bruto em 2016 — 40% a mais do que no início dos anos 1990.
SEGUNDO cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cada brasileiro terá de trabalhar 153 dias ou cinco meses e um dia apenas para pagar o seu quinhão ao fisco. Num comparativo nada animador, esses números levam a imaginar que, só a partir de junho, o dinheiro realmente começaria a entrar no caixa das empresas e no bolso dos cidadãos.
ENQUANTO isso, apesar das duras medidas lançadas pelo governo federal, o Brasil continua profundamente mergulhado na crise econômica e atolado no lamaçal da corrupção. Além disso, a indústria nacional permanece estagnada, impactando de forma negativa no mercado de trabalho, com a redução de mais de 12 milhões de empregos formais.
ALGUNS especialistas defendem a ideia de que é possível promover a diminuição da carga tributária. Segundo essa corrente mais otimista, a redução de impostos poderia provocar um estímulo para os investimentos produtivos e para o consumo. Ao final, com o aquecimento da economia, a arrecadação do fisco provavelmente aumentaria e contribuiria para o ajuste fiscal. Vamos esperar para ver.
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