Na contramão da indústria, a produção artesanal de ovos de Páscoa tem ganhado força. Em Nova Friburgo muitas pessoas usam a cozinha de casa para preparar verdadeiras obras primas da gastronomia nesta época e, de quebra, dar um reforço no orçamento doméstico. Juliana Falcão, confeiteira, há sete anos trabalha com doces caseiros. De acordo com ela, é nesse período que os pedidos são mais frequentes. “A Páscoa é o Natal do confeiteiro, de quem trabalha com chocolate, com doces de uma forma geral. A Páscoa é sempre crescente, a cada ano a gente consegue melhorar”, conta.
Refém do próprio sucesso, Juliana afirma que seus clientes sempre pediram para manter no cardápio sabores campeões de venda. A confeiteira diz que mesmo com algumas ideias de sabores, respeitou o desejo do seus fãs. “Há cinco anos não mudava o cardápio, os próprios clientes não deixavam, mas para 2019, resolvi adicionar alguns novos sabores. Tenho disponíveis entre 20 e 25 sabores, sendo que seis deles são novos: caramelo com amendoim, morango com chocolate, côco com amêndoas, chocolate com avelã e algumas reedições de sabores, como caramelo com biscoito, marshmallow, leite em pó com Nutella e paçoca. São sabores que não tem como tirar do cardápio”, revela a confeiteira.
Sem compromisso, Vanessa Moraes começou a fazer ovos de colher para não deixar que seus primos morressem de vontade de comer chocolate durante a Páscoa. “Começou como uma espécie de brincadeira, fazendo para os meus primos porque eu sempre gostei muito de trabalhar com chocolate, do cheiro do chocolate. Já são três Páscoas que eu faço esses ovos”, conta.
Pedidos agora, só para a Páscoa de 2020
Foram tantos pedidos que Vanessa nem viu o tempo passar. “Esse ano a Páscoa me surpreendeu. Ela aconteceu muito rápido. As encomendas foram chegando e foram tantas que eu não tinha mais como agendar os pedidos”. Quem deixou para a última hora, agora vai ter que esperar a Páscoa de 2020 ou então o Natal, quando Vanessa volta à ativa. “Eu faço uma coisa muito sazonal. É Páscoa e Natal. Daqui a pouco já começo a pensar o que eu vou inventar para o fim do ano”, prevê ela.
Já sabendo da correria, Juliana se preparou para a maratona de pedidos com muita pesquisa e teste de mercado. “Eu começo a trabalhar a próxima Páscoa quando a anterior termina. Eu faço pesquisas de sabores, vejo se tem alguma novidade. Esse ano tem muita novidade porque estou conseguindo reproduzir sabores famosos e que ficam mais saborosos do que os industriais”, diz a doceira.
Artesanal é mais gostoso
As duas, no entanto, concordam que o ovo de Páscoa, quando feito de forma artesanal, é mais gostoso do que o os idnustriais, mesmo os de marcas famosas. “O ovo industrializado perdeu muita qualidade, em contrapartida a confeitaria artesanal traz a qualidade perdida no setor industrial. Nós trabalhamos com produtos de qualidade muito boa e trazemos esse sabor para o ovo de Páscoa. O fato dele ser feito por alguém e não por uma máquina, é um diferencial”, afirma Juliana.
“O ovo caseiro é feito com mais carinho, você geralmente conhece a pessoa para quem está fazendo o chocolate, fica mais descontraído, mais bacana. O produto artesanal tem todo um diferencial. É uma produção menor em relação à indústria, é mais direcionada”, diz Vanessa (foto acima) que dá conta dos últimos pedidos. Para 2019 uma grande novidade que só ela tem no mercado friburguense: o ovo cor de rosa.
“Esse ano como foi muito corrido, eu fiz seis sabores, mas teve uma novidade muito boa que foi o chocolate rubi. Esse chocolate é naturalmente rosa e eu combinei com o cheesecake que ficou muito legal. Esse cacau vermelho responsável pelo chocolate rubi é encontrado em três lugares: Brasil, Equador e Costa do Marfim. É um chocolate diferente, mais para o frutado”, descreveu.
Juliana quer alcançar 400 pedidos e faltando poucos dias para a Páscoa, aposta nas encomendas de última hora para bater a meta. “Em um mês já foram mais de 200 encomendas e a meta é alcançar o dobro. Sempre na última semana os pedidos chegam em larga escala, inclusive no Domingo de Páscoa muito pedidos surgem e eu já fico preparada para atender a todos. Eu faço tudo a mão, não tenho nenhum maquinário e nenhum funcionário”, revela.
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