Os quatro amores

sexta-feira, 15 de outubro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

O amor nº 1 é o do instinto materno. A mãe protege o filho, cuida-o, alimenta-o, acaricia-o e tudo faz por ele. Por vezes esquece-se dos filhos do mundo – desafortunados e ávidos desse carinho. Mobiliza-se só canalizando esse sentimento para os seus consanguíneos.

O amor nº 2 é o da bipolaridade macho e fêmea, objeto dos encantamentos descritos por Carl Gustav Jung nas suas teorias dos arquétipos de anima e ânimus. O homem se encanta com os atributos de beleza de uma mulher ( vice-versa ). E a mola para a procriação e/ou encontros kármicos. À medida que o tempo se esvai vem a velhice (cabelos brancos, rugas, varizes, encurvamento espinhal, dentes se deterioram, etc), e lá se vai a paixão por aquela que foi uma linda donzela (quando não há sustentação por um verdadeiro amor), gerando decepções e separações.

O amor nº 3 é o sentimento mais nobre ao nível de planeta Terra, qual seja a compaixão. É o que um Mestre sente pelo seu discípulo enfermo que tanto ama. Quer vê-Io saudável e feliz. Mas como Mestre tem consciência dos santos desígnios do Pai que previu aquela dor momentânea para chamar seu filho para as grandes verdades na reflexão vivida pelo sofrimento. Mas o Mestre, ciente da justiça subjacente dessa dor, não deixa de ter compaixão pelo seu devoto querido.

O amor nº 4 está consubstanciado no conhecido cumprimento Hindu (Namasté), ou seja, “o Ser sublime que habita em mim saúda o Ser sublime que habita em ti”. É a não percepção de diferença. Somos da mesma essência, como reflexos de um sol. Amar passa a ser uma coisa natural, incondicional, sem necessidades de contrapartida, ocasião em que o ego pessoal se transmuta, como uma gotinha no oceano, no ser amoroso, divino e impessoal.

Ômicron

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