A campeã do último carnaval friburguense (2010) fez bonito na passarela e abusou do luxo e da grandiosidade das alegorias para tentar o bi com o enredo “Encantamento indígena”, do experiente carnavalesco dos desfiles do Rio e São Paulo, Anilson Almeida. A roxo e branco do Bairro Ypu abriu o espetáculo com uma coreografia especial assinada pelo premiado Oyama Queiroz, da escola de samba paulista Pérola Negra, que pediu passagem para as baianas floridas.
Fabinho e Andréia, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, reverenciaram o pavilhão da Saudade mostrando toda sua emoção e respeito pela escola, numa prévia do espetáculo que ainda estava por vir e que emocionaria o público na Avenida Alberto Braune.
Os mistérios do universo dos índios ganharam vida no abre-alas “Floresta Encantada”, que representou o habitat indígena com um belo multicolorido e originalidade, seguido pelas alas Beija-flor, Rio Amazonas e crianças, os Curumins. Teve até efeitos especiais com os sons de animais das florestas e essências que perfumaram a passarela durante toda a passagem do carro alegórico. Douglas e Cassiane, segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, pediram licença para uma homenagem que não podia faltar no desfile—aos mestres das tribos, os pajés.
A Unidos da Saudade fez na avenida um verdadeiro passeio pelas lendas indígenas destacando seus amores, os tesouros da terra, suas riquezas, os defensores das matas e o mito Eldorado, tudo com grande imponência e exuberância. Na alegoria Lagoa Sagrada, a lenda de Jaci foi retratada com formosura.
Para representar a lástima da índia na luta pelo resgate do seu amado, as “transformadoras lágrimas de Jacira” ganharam vida com o choro das esculturas do carro alegórico do tema. Foram consumidos 1,5 mil litros de água para dar um efeito especial nunca visto no carnaval local.
O encanto continuou com as alas das tribos Ticunã, Itagiba, Guajajara e Potira, esta última caracterizada pela rainha da bateria Treme-Terra, Ana Paula Magalhães. Os integrantes da bateria representaram também as lágrimas de Potira e impressionaram com a “paradinha” da bateria: um show.
A lenda Araueté ganhou vida com uma alegoria pedindo passagem para as alas do soberano Tucunhã e os encantos de Tupã, o sopro de vida.
Houve também representações de lendas sobre ervas, guaraná, cristais e invasores. Na alegoria “Encantos do Invasor”, o cacique Potiguara reverenciou Jurupari, os curupiras, os guardiões do Eldorado, os índios “encanto brasileiro” e a infinita riqueza da floresta. A força de Tupã e as pedras preciosas ganharam vida e brilho na alegoria Eldorado, com o mais puro ouro. A escola se destacou ainda no desfile pelo efeito das luzes.
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