Os majestosos castelos franceses

sexta-feira, 18 de julho de 2008
por Jornal A Voz da Serra
Os majestosos castelos franceses
Os majestosos castelos franceses

Em tempos que já vão longe era costume as mães e, principalmente, as avós contarem histórias da carochinha à noite para os netos dormirem. Este que vos escreve adormeceu muitas vezes ao embalo da voz doce da vovó Carmen, uma napolitana que conhecia um imenso repertório de histórias para crianças. Havia algumas, como a da Branca de Neve, que eram repetidas constantemente. A maioria tinha castelos em seus enredos. Neles podiam viver belas princesas, corajosos príncipes ou até bruxas, que vovó evitava contar, para não nos assustar. A não ser, é claro, quando o herói, apaixonado pela bela camponesa, conseguia matar ou afugentar a bruxa e ir viver com a amada em seu imenso castelo.

Isto nos fez pensar em escrever este texto, que trata dos castelos da França, um país que é famoso, entre outras coisas, é claro, por essas antigas e históricas construções.

Como não temos espaço para mostrar as centenas de castelos que lá existem, selecionamos quatro, que nos parecem representar os demais em beleza.

O primeiro é o Castelo de Amboise, cuja existência data do século 11. Com o passar do tempo ele foi ampliado e melhorado. No dia 4 de setembro de 1434, o Rei Carlos VII o confiscou e tomou posse dele para a Coroa. Uma vez pertencente aos reis franceses, o castelo passou a ser o favorito de Carlos VIII da França, que nele nasceu e faleceu, e que em vida mandou fazer-lhe inúmeras reformas, algumas surpreendentes. Contratando dois mestres pedreiros italianos, Domenico da Cortona e Fra Giocondo, estes colocaram em Amboise alguns dos primeiros motivos decorativos renascentistas, ainda não vistos na arquitetura francesa. O Castelo de Amboise foi construído num promontório com vista para o Loire. A partir de 1840, Amboise foi considerado monumento histórico pelo Ministério Francês da Cultura, e quem cuida dele é o Conde de Paris, descendente de Luís Filipe, através da Fundação Saint-Louis.

O segundo castelo que ilustra este texto é o de Chaumont sur Loire. Foi construído em 1910 e reformado totalmente em 2000. Tem dois andares e vista de frente do rio. A praia fica a 200 metros e o centro da aldeia a 400. É um dos preferidos dos turistas, pois ele funciona como hotel, oferecendo o máximo de conforto aos seus hóspedes.

O Castelo de Versailles é historicamente o mais famoso. Mediante alguns francos o turista pode percorrer diversas partes desse castelo, como o Museu Nissim de Camondo, que abriga peças antigas e valiosíssimas, como porcelanas, tapeçarias, pinturas, móveis, um testemunho refinado dos séculos 17 e 18. Versailles foi construído a 16 quilômetros de Paris por ordem de Luís XIV da França. Em 1682 tornou-se a sede do governo, onde o rei despachava. A constante visita à Corte era quase uma obrigação para os nobres que aspiravam receber privilégios reais. Suas transformações posteriores foram realizadas por Luís XV, Luís XVI e Maria Antonieta. Em outubro de 1789, durante a Revolução Francesa, o rei foi obrigado a abandonar o palácio. Os revoltosos levaram dele muitos e valiosos objetos. Maria Antonieta e Luís XVI mudaram-se para Paris. Atualmente, esse local é o Jardim das Tulherias, na frente do Museu do Louvre. Os jardins atuais são uma réplica perfeita do que existia antes da Revolução. Inegavelmente, a figura de Maria Antonieta merece destaque nestas poucas linhas. Ela nasceu em 1755 e foi morta em 1793. Filha de Maria Teresa e Francisco I da Áustria, tinha 14 anos quando a casaram com o delfim da França. A rápida popularidade que alcançou como esposa do Rei Luís XVI, a partir de 1774, foi prejudicada pelo seu temperamento, incompatível com o de uma esposa real. Durante os dias difíceis da Revolução Francesa, no entanto, ela mostrou-se uma rainha digna e corajosa. Foi presa e muitos tentaram soltá-la, mas os revoltosos não concordaram e Maria Antonieta foi julgada e guilhotinada.

Finalmente, o Castelo de Ussé, situado na comuna de Rigny-Ussé, ao sudoeste de Paris. Ele está posicionado de forma dominante sobre o rio Indre. Foi erguido em 1642 com a primitiva função de fortaleza, mais tarde reformado com torres e janelas. Contam que foi esse castelo que inspirou Charles Perrault (1628-1703) a escrever o famoso conto A bela adormecida. A primeira edificação é do século 11, como uma fortaleza. Foram muitos os seus proprietários, sobressaindo a Condessa de la Rochejacquelin, proprietária do Ussé de 1829 a 1883, fazendo nele diversos e importantes melhoramentos. O Castelo de Ussé só adquiriu o seu aspecto atual entre os séculos 16 e 17.

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