Entre o céu e o inferno (não está sendo fácil)
O sucesso de Michel Teló faz qualquer um acreditar que existe um céu e, especialmente, um inferno, daqueles bem quentes, com lava fumegante por todos os lados. Até nossos amigos ateus estão pensando em se converter pra ver se conseguem se livrar dessa praga do tinhoso. Se você souber de alguma reza, feitiço, sessão de descarrego que surta efeito, por favor, mande para osfocas@avozdaserra.com.br. Como diria Kátia, a Cega, “não está sendo fácil”.
A musa plus-size
Priscilla Franco
Nem tudo é cor-de-rosa na vida das fofoletes. Pelo contrário, ser gordinha significa conviver diariamente com um bocado de exclusão e preconceito. Não me refiro somente à falta de cotas para moças acima do peso entre as assistentes de palco de um programa de auditório, mas da dificuldade em comprar lingerie em uma cidade como Nova Friburgo, por exemplo. Se quem está fora dos padrões estéticos já não se surpreende em ser preterido em uma entrevista de emprego, em nome da “boa aparência”, em algumas circunstâncias as gordinhas simplesmente desaparecem. É difícil vê-las como promoters em showrooms de automóveis ou em qualquer ala da escola de samba que não seja a das baianas. Por isso é de se admirar que uma das agremiações cariocas mais tradicionais, o Salgueiro, tenha escolhido Vânia Flor, e seus 104 kg, para a posição de musa.
Quem ocupava este posto anteriormente era a dançarina Adriana Bombom. Isso significa que a antecessora de Vânia era igualmente uma negra belíssima, exuberante e de quadris avantajados, mas com uma estrutura corporal completamente diferente. Luana Piovani e Sabrina Sato, que também já brilharam como musas na mesma escola, confirmam o perfil tradicional do cargo: as celebridades são preferidas, quando não é escolhida alguém da própria comunidade—todas com o corpo milimetricamente esculpido para isso.
A presidente da vermelho e branco afirma que a escolha de Vânia foi democrática: durante uma feijoada na quadra da escola, ela teria sido a mais aplaudida em um concurso de samba. Depois de receber com emoção o convite para a musa, a auxiliar administrativa de 27 anos passou por tratamentos estéticos, como massagens e drenagem linfática, antes de viver um dia de glória, posando para paparazzis, dando entrevistas e ocupando posição de destaque no ensaio do Salgueiro, ao lado da rainha de bateria Viviane Araújo.
Dificilmente a proesa de Vânia Flor será estendida a outras gordinhas. As manchetes que destacam seu peso deixam bem claro que se trata de uma exceção, uma inovação, uma polêmica. Não seremos ingênuos em achar que a escola não esperava tamanha mídia espontânea, e que essa não era exatamente uma de suas intenções. Mas certamente toda gordinha com um olhar menos cético compartilha do sentimento apoteótico de Vânia, se sente representada na Sapucaí ou pelo menos tem a esperança de algum dia ser considerada uma musa também.
FRASE DA SEMANA
“Um repórter me perguntou o que eu faria se batessem no meu carro. Ué, se baterem no carro do Pavarotti ele vai descer e cantar uma ópera?”
Vitor Belfort, lutador de MMA
LEMBRA DISSO?
Leonardo Lima
Há alguns meses os fãs de jogos eletrônicos de futebol vêm se divertindo com as versões 2012 de jogos como Fifa Soccer e Pro Evolution. Essa paixão, aliás, ultrapassa décadas. Os games vêm evoluindo e oferecem cada vez mais recursos aos seus usuários. Chegou a um ponto onde um desavisado que olha para a tela pode pensar que está acompanhado uma partida de verdade, em função da grande qualidade de gráficos e do realismo das jogadas e das fisionomias dos jogadores.
A primeira lembrança que tenho desses jogos é do Internacional Superstar Soccer, lançado pela Konami em 1995. Lembro-me que travava disputas para lá de animadas, porém pouco disputadas com meus amigos. Modéstia à parte, eu era imbatível no game. Nada como ser o dono do Super Nintendo. Mais tarde a empresa lançou a versão Deluxe do jogo—uma continuação que teve ainda mais sucesso. Quem não se lembra de craques (fictícios) como Galfano e Allejo? Um tempo depois, quando ganhei um Playstation, o primeiro game que joguei foi o Fifa 97 que, curiosamente, continha equipes como Bangu, América e Barreiras (?).
No ano seguinte, a EA Sports lançou o World Cup 98, que possuía todas as 32 seleções que disputariam a Copa do Mundo da França, além de tantas outras. Embora a jogabilidade desta versão seja horrorosa, acho que este jogo é uma das maiores lembranças de minha infância. Continuei adquirindo as versões seguintes de Fifa, mas nenhuma foi aquilo que eu esperava, embora certamente elas eram muito melhores que o inesquecível World Cup 98.
Comecei então a comprar versões do Winning Eleven—o percursor do Pro Evolution. Esse jogo virou uma febre no país e, até hoje, o mercado do Fifa no Brasil nunca mais foi o mesmo. Com o surgimento do Playstation 2, meu console ficou desatualizado e saiu de linha. Migrei para o Championship Manager (conforme publiquei em outra edição de Os Focas) e somente há dois anos retornei para o mundo dos videogames. Adoro meu Xbox, mas não troco meu Super Nintendo e meu Play 1 por nada!
LI, VI E OUVI
Amine Silvares
Li: O que seria das nossas tardes sem as piadinhas de Evaristo Costa e Sandra Anenberg entre uma reportagem e outra, não é mesmo? Depois da piada do mamão, que foi ao ar no jornal do dia 2 deste mês (o vídeo já está no YouTube, caso você não tenha visto), alguém que tinha muito tempo ocioso nas mãos resolveu criar o Tumblr http://sandraevaristo.tumblr.com, só com piadinhas infames que todo mundo já conhece, mas “interpretadas” pela dupla mais dinâmica do jornalismo brasileiro. Tô contando os dias para poder ver ao vivo e em rede nacional a já clássica piada, favorita entre os tiozões, “é pavê ou pacumê?”.
Vi: Quem procura uma boa comédia não pode perder a série “Community”. Já são duas temporadas e meia contando a história de um grupo de sete estudantes da universidade comunitária Greendale. O enredo é bem fácil de acompanhar, com histórias leves e humor non-sense. Ainda tem Chevy Chase vivendo um magnata egocêntrico dos lenços umedecidos. A terceira temporada está indo ao ar agora nos Estados Unidos e as duas primeiras já estão disponíveis em DVD, mas é claro, se você não quiser gastar dinheiro, tem tudo disponível para download em sites especializados.
Ouvi: Wasting Light é o sétimo álbum de estúdio da banda estadunidense Foo Fighters. Lançado no ano passado e produzido por Butch Vig—o mesmo de Nevermind, do Nirvana, e baterista do Garbage. Eu gosto muito de Foo Fighters e esse CD foi um dos melhores lançados em 2011. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores da carreira deles e olha que eles têm muita coisa boa. “I Should Have Known” é uma das mais legais do disco, assim como o single “Walk”, que tem um clipe ótimo também (aliás, eles sempre fazem clipes ótimos). Recomendo ainda “Bridge Burning” e “Rope”. Uma curiosidade legal é que a banda gravou tudo na garagem do vocalista Dave Grohl, com equipamentos analógicos até para a mixagem.
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