Eita sujeirada!
Acabou o período eleitoral, acabou o programa de humor de maior duração da TV brasileira, mas a sujeira ainda está pelas ruas. Sugestão dos Focas: recolha os “santinhos”, separe por candidato e depois deposite o “resultado” nas portas da casa de cada infeliz, tendo sido eleito ou não, que foi conivente com essa imundice. Com uma vassoura. Eles merecem.
Claro que sim!
Priscilla Franco
Disseram-me que para cada pergunta existe um sim. E isso me seguiu pela vida inteira, até aqui. Sempre carregando um sorriso no rosto e muitas frases afirmativas. “Você é minha amiga?” Sim! “Me faz um favor?” Sim! “Me quebra esse galho?” Sim! “Me faz essa gentileza?” Sim! “Tá bom só isso para você?” Sim, claro! E ainda que o tempo fosse escasso, que o estresse sobrasse, que o dinheiro fosse embora, a resposta permanecia a mesma, simplesmente por faltar no meu aprendizado um antônimo.
Isso me fez viver em um mundo sem desagrados, de pessoas felizes, quase sempre satisfeitas, ainda que houvesse quem pouco se contentasse com um sim apenas e me exigisse outros tantos. Para esses os “sim” vinham acompanhados de mais um agrado, mais um sorriso, mais uma gentileza, mais um pouquinho de mim.
Um dia, porém, percebi que no mundo inteiro havia apenas uma pessoa para o qual o meu “sim” faltava: eu mesma. Eram tantos cedidos aos outros, que sequer sobrava um “sim” para gastar comigo. Percebi que estava com um problema, já que no meu repertório faltava uma palavra para substituir tal afirmação.
Procurei por toda parte, perguntei a todo mundo, consultei o dicionário e nada... Um dia, sabe, queria deixar de ser tão cordata, de fazer tudo com tanto esmero e parar de deixar que os outros ultrapassassem meus limites. Aprender finalmente a recusar a demanda extra que pesa sobre os ombros. Isso ou, simplesmente, aprender a dizer não! Opa, será que era essa a palavra que eu estava procurando?
MUNDO ESPORTIVO
Leonardo Lima
Quando se ouve a expressão Copa dos Campeões, grande parte dos torcedores logo a associa ao maior torneio entre clubes da Europa (que, na verdade, se chama Liga dos Campeões). Alguns com uma memória mais fresca, entretanto, lembrarão da competição criada pela CBF, em 2000, que tinha como objetivo indicar o quarto representante brasileiro para a Taça Libertadores.
As duas primeiras edições do torneio reuniram os campeões carioca e paulista, os vencedores do Torneio Rio-São Paulo e da Copa Nordeste, os finalistas da Copa Sul Minas e os dois melhores colocados do triangular realizado entre os ganhadores da Copa Norte, Copa Centro-Oeste e o vice da Copa Nordeste. O nordeste, aliás, foi o palco escolhido para receber os jogos da competição, com exceção do triangular da fase inicial.
Em 2000, o Palmeiras foi o primeiro campeão dos campeões. Nas quartas de final, o alviverde bateu o Cruzeiro por 3 a 1, no jogo de ida, e empatou em 1 a 1 na partida de volta. Nas semi, derrota para o Flamengo por 3 a 2 e vitória por 1 a 0, resultados que encaminharam a decisão da vaga para a disputa de pênaltis. Nesta, melhor para a equipe paulista: 5 a 4. Na decisão, que seria um jogo único, o adversário era o Sport. Com gols do colombiano Asprilla e de Alberto, o Verdão passou pelos pernambucanos por 2 a 1 e levantou a taça.
No ano seguinte, foi a vez da festa rubro-negra tomar conta do nordeste brasileiro. Na primeira fase, os comandados do técnico Zagallo venceram o Bahia duas vezes, por 4 a 2 e 2 a 0. Em seguida, na semifinal, empate sem gols com o Cruzeiro, no jogo de ida, e vitória por 3 a 0, na volta. A decisão desta vez seria disputada em dois jogos. O adversário era o São Paulo. No primeiro confronto, uma chuva de gols e vitória flamenguista por 5 a 3. A vantagem de dois gols fez com que o clube, mesmo com a derrota por 3 a 2 na segunda partida, se tornasse o segundo campeão dos campeões.
Em 2002, a competição reuniu 16 times, sendo estes os seis primeiros colocados do Torneio Rio-São Paulo, os semifinalistas da Copa Sul Minas, os três melhores da Copa Nordeste, os campeões da Copa Norte e da Centro-Oeste, além do Flamengo, que era o atual campeão. Para surpresa de muitos, o vencedor desta edição foi o Paysandu, que na primeira fase ficou em primeiro no grupo A e no mata-mata eliminou Bahia, Palmeiras e Cruzeiro. A partir do ano seguinte, com a adoção do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro, a competição foi extinta.
LEMBRA DISSO?
Amine Silvares
Dentre filmes com cachorros e outros bichos, grandes trapalhadas e loucas aventuras, as produções “O Jardim Secreto” e “A Princesinha” foram um alívio. Eu nunca gostei de filmes com bichos, sejam eles falantes ou não (acho que o único que passa é aquele do Tom Hanks com um cachorro).
Os dois longas são baseados em livros da escritora inglesa Frances Hodgson Burnett, ambos publicados no início do século XX. As duas obras ganharam adaptações cinematográficas, uma em 1993 e a outra em 1995. A primeira, “O Jardim Secreto”, também tem foi adaptada como animação. A história acompanha a vida da de Mary Lennox após a morte de seus pais e de sua aia na Índia. Ela é mandada de volta para a Inglaterra e fica nos cuidados de seu soturno tio ausente Archibald Craven. Quando ela acha um espaço secreto no meio da grande propriedade, decide que irá dar nova vida ao jardim que traz fortes lembranças ao tio.
Em “A Princesinha”, a jovem Sara Crewe é deixada pelo pai em um luxuoso internato para moças onde sua falecida mãe estudara. Quando o pai da menina é declarado como morto durante a 1ª Guerra Mundial, ela vira empregada do internato para pagar sua estadia.
As atrizes que estrearam os filmes baseados nas obras de Frances Hodgson Burnett seguiram caminhos diferentes. Liesel Matthews, que viveu Sara Crewe, atuou profissionalmente pela última vez em 2000, quando tinha 16 anos. Já Kate Maberly, a Mary Lennox, continua atuando. Talvez o filme mais famoso que participou depois de “Jardim Secreto” tenha sido “Em Busca da Terra do Nunca”, com Johnny Depp. Pelo menos as duas conseguiram crescer sem ir para uma clínica de reabilitação.
LER, VER, OUVIR
João Clemente
Ler: Marcelo Gleiser é um físico e astrônomo brasileiro, professor da faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos. Ele se tornou popular de uns tempos para cá ao participar de programas de televisão voltados à astronomia, mais notadamente em um quadro do Fantástico, da Rede Globo, e na Discovery Channel. Porém, ainda em 1997, Gleiser já havia lançado um livro, “A Dança do Universo”, que, com uma linguagem simples, pensando nos leigos mais fundamentais, conta o percalço da ciência para entender as origens do universo—o que no fim das contas acaba sendo um curso introdutório de astronomia e de física quântica. No fim, ainda há um glossário explicando o que são quasares, pulsares, supernova, etc.
Ver: “Idiocracia” é um filme muito engraçado, com uma tese curiosa: os seres humanos subverteram a lógica de Darwin e a humanidade passou então a ficar cada vez mais estúpida ao passar dos anos. E a partir de um experimento que dá errado, um casal de nosso tempo é colocado para hibernar e acorda no ano de 2500, uma época já dominada pela idiotice. Esse casal, que no mundo atual são pessoas normais, nesse futuro são gênios. “Idiocracia” é escrito e dirigido por Mike Judge, criador do desenho animado Beavis e Butthead, e coescrito por Etan Cohen (não confundir com o Ethan dos irmãos Cohen), roteirista de filmes pipoca.
Ouvir: “Refavela” (1975) e “Refazenda” (1977) são para mim os melhores discos do Gilberto Gil, de longe. A maioria das músicas é desconhecida do grande público, mas prefiro estes discos a qualquer coletânea do artista. As faixas, além de serem todas ótimas composições, são muito bem trabalhadas; percebe-se que são fruto de trabalho de uma banda, de um conjunto de pessoas. E isso confere a cada uma das músicas uma personalidade muito forte. Os dois álbuns foram vendidos por um tempo em um mesmo CD (dessas séries “dois pelo preço de um” com uma capa feia), o que me fez para sempre tratá-los como um álbum só, visto que inclusive a sonoridade é bastante semelhante.
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