Ainda dá tempo para as resoluções de 2013?
A gente até ia desejar um feliz 2013, mas como ninguém aqui ganhou na Mega da Virada não tem como estar feliz. Resoluções para o novo ano: perder a barriga, ter uma alimentação mais saudável, ler mais, ganhar mais dinheiro. A verdade é que se conseguirmos manter a barriga sem aumentá-la, gastar menos com pizza, pararmos de comprar livros que só vamos ler em 2025 e diminuir o débito pessoal já estaremos no lucro...
Janeiro
Priscilla Franco
De repente um novo ano começou. Pelo menos é o que diz o calendário, já que de fato o ano só começa depois do carnaval. Há quem procrastine mais um pouquinho, e deixe as grandes resoluções só para depois da semana santa. Então, no Natal, reclama: “Mas como esse ano passou depressa!” Não, meu bem, você é quem não aproveitou direito. Nem eu.
Bem que nós tentamos. Todos os anos, enquanto comemos sete uvas e pulamos sete ondas (em Rio das Ostras, para quem segue a tradição friburguense), fazemos planos. Esperamos apenas passarem as festas para procurar o médico, começar a academia, encarar a dieta, distribuir currículos, fazer matrícula em um novo curso.
Aí vem o mês de fevereiro, e o carnaval convida a algumas exceções. Depois as águas de março levam bueiro abaixo a empolgação, e em abril não quero saber de mais nada que não lembre chocolate. Maio é o mês do trabalhador, e para comemorar a gente folga um dia e trabalha todos os outros. Junho passa no pulo de uma fogueira de São João.
A academia não chega até julho, quando já é frio demais para acordar cedo. Terei sorte se tiver concluído alguma coisa em agosto e, em setembro, chovem convites de casamento. Outubro e novembro são os meses mais longos do calendário, já que as atenções se voltam para o conclusivo mês de dezembro.
E é lá, no décimo segundo mês do calendário, que a gente se abraça, troca presentes e volta a fazer planos. Os mesmos que fizemos no ano anterior. Mas, lá no fundo, mora aquela pequena esperança de que agora vai ser diferente. E quem sabe não seja mesmo, pelo menos para você? Tá esperando o quê?
LEMBRA DISSO?
Amine Silvares
David Bowie fez aniversário no último dia 8 e resolveu presentear nós, humildes mortais, com uma nova música e um novo álbum, que tem previsão para ser lançado em março. Mas como relembrar é viver, não faz mal falar de uma das fases mais legais do camaleão do rock: a Trilogia de Berlim.
Os três discos, “Low”, “Heroes” e “Lodger”, foram influenciados por Kraftwerk, Neu! e até mesmo por Donna Summer, e foram originalmente lançados em entre 1977 e 1979. Trabalhando com Brian Eno e Tony Visconti (parceiro de longa data, que também produziu “Where Are We Now?”, seu mais recente lançamento), Bowie optou por uma sonoridade minimalista e mais abstrata, focando bastante na parte instrumental.
O primeiro a ser lançado, “Low”, obteve críticas mistas na época. Bowie estava tentando se livrar do vício de cocaína e a mudança, de Los Angeles para Berlim, ajudou em sua batalha pessoal. O título do álbum se refere ao momento em que o músico se encontrava durante toda sua produção. Na mesma época, seu amigo Iggy Pop estava lançando seus primeiros trabalhos sem os Stooges e David ajudou em algumas letras de “The Idiot”. De “Low” saíram canções como “Sound and Vision” e “Be My Wife”.
Em 1977 também foi lançado “Heroes”, talvez o mais famoso da trilogia. Foi o único inteiramente gravado em Berlim e possui grandes influências do momento histórico da época. A música homônima é uma das mais marcantes da carreira do artista. Depois de lançar o disco, Bowie saiu em turnê, o que acabou rendendo o álbum ao vivo “Stage”.
O último disco, “Lodger”, é considerado mais leve pela crítica especializada. Focando menos no instrumenta, ele também foi o que vendeu menos. A relação de Bowie com Eno já estava bastante desgastada e isso acabou se refletindo nas músicas. Na vida pessoal, o cantor britânico também passava por um momento delicado. A relação com sua esposa não estava tão boa, o que resultou em um divórcio no ano seguinte. Nos trabalhos seguintes, David Bowie optou por deixar o minimalismo de lado.
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