Tentando voltar à normalidade. Depois de um mês triste, a gente vai, aos poucos, recuperando tudo o que perdemos. Se você quer externalizar toda sua tristeza, ódio, raiva e/ou frustração, participe da coluna dos Focas! O nosso e-mail é osfocas@avozdaserra.com.br. Vamos à luta!
5 PERGUNTAS QUE NÃO MUDARÃO O MUNDO
Entrevistas livres de polêmica (ou não...)
Leonardo Lima
Júlio Cezar Seabra Cavalcanti, Jaburu – produtor cultural
O que tira Jaburu do sério?
A falta de dignidade e as derrotas do Vasco da Gama.
Qual o melhor acompanhamento para uma caipirinha?
Uma pinga mineira de Salinas.
O Jaburu não vive sem...
Oxigênio.
Se você não fosse produtor cultural seria...
Nada mais do que sou.
Que recado você deixaria para Os Focas?
Um pensamento de Bertold Brecht: “Comer primeiro, depois vem a moral. Possível deve ser que, ao pão de cada dia, todos tenham sua parte”.
ACREDITE SE QUISER
Amine Silvares
Sua vida pessoal não é sua vida profissional
Uma professora americana, Ashley Payne, de 24 anos, foi demitida da escola onde lecionava, no estado da Geórgia, após postar na internet uma foto sua na qual segurava um copo de cerveja e outro de vinho. Aparentemente, os pais de seus alunos não ficaram muito satisfeitos em ver a imagem e a direção do colégio ofereceu à professora duas opções: ser suspensa ou pedir demissão. A jovem pediu demissão, mas já entrou na Justiça para tentar recuperar seu emprego.
Após ler esta notícia, uma série de questões começou a me incomodar. Primeiro, pensei: “se ela fosse homem, será que haveria tanto problema?”. Não faz muito tempo que as mulheres conquistaram a liberdade de consumir bebidas alcoólicas, especialmente em público. Ainda é um comportamento bastante criticado, pra falar a verdade. Alguns dizem que não devemos beber por sermos mulheres. Chegam a alegar que não é sexismo, não é machismo, é só uma questão de “ser feio”. Ora, se fosse simplesmente uma questão de “ser feio”, seria “feio” para todos, e não apenas para um gênero.
A implicância dos pais também me fez questionar os motivos da demissão. Quantos deles tomam bebidas alcoólicas na frente dos filhos? Aqui no Brasil todo mundo toma uma cervejinha na frente das crianças. Tem gente que até molha a chupeta dos filhos em bebidas alcoólicas (e olha que já foi cientificamente comprovado que isso pode levar ao alcoolismo mais tarde). Além disso, é necessário ensinar às crianças que há uma idade apropriada para beber e que a tal professora é adulta.
Por falta de espaço não posso me alongar no texto. Sei que a professora também deveria ter sido mais cuidadosa. Hoje em dia as redes sociais permitem que você crie grupos de amigos e limite o acesso ao conteúdo dos perfis. Só não acho que a demissão tenha sido uma escolha acertada para lidar com a situação. Esta atitude não vai evitar que os alunos bebam, vai só alarmá-los para o fato de que, se quiserem fazer, terão de fazer escondido, o que, em minha opinião, é muito pior.
É A MINHA VEZ
Espaço dedicado aos leitores da coluna. Mande seu texto para osfocas@avozda serra.com.br.Textos sem identificação ou em caixa alta serão desconsiderados.
Um anjo sem cara e sem nome
Sílvio Afonso de Macedo
Ele estava molhado e sujo de lama, seus pés sangravam dentro e fora da bota de borracha e no seu rosto a máscara da desolação. Foi assim que ele foi visto no centro da cidade de Nova Friburgo, controlando o trânsito que não tinha para onde ir numa rua de água e lama. Que ele era um voluntário, disso ninguém teve dúvidas. Que ele largara a sua família e a segurança do seu lar para ajudar os que mais precisavam, poucos ficaram sabendo, porque o que importava para ele era ser solidário na hora da dor. Foi assim que ele mostrou ao mundo o sentido da palavra solidariedade. Ele não se importou se teria ou não o que comer, se encontraria um lugar para dormir, o que importava, de verdade, era a sua presença, a força que poderia dar ao mutirão e com a Defesa Civil e as forças armadas formar um exército de incansáveis anjos da salvação.
Quantas pessoas, como este jovem cidadão, estavam nesta luta em busca dos desaparecidos e dos muitos que perderam seus entes queridos debaixo de uma montanha de terra, de escombros de suas próprias casas? Essa gente não busca fazer parte da estatística que endeusa os heróis, busca, sim, auxiliar aqueles que viram os seus sonhos e até as suas vidas serem levadas pelas águas que encobriram a cidade, as casas e as vidas. Muitos tiveram ferimentos no corpo e na alma. Cicatriz cuja ferida não sara, não cura, passe o tempo que passar.
Eu vi advogado, farmacêutico, gente rica e gente pobre sujos de lama, ajudando a retirar corpos de sob paredes e telhados para chorar os mortos que encontravam e os que vivos da morte eram resgatados. Toda a cidade, o povo, o estado, o país e o mundo choram essa dor que não cessa, mas aos poucos por ela vamos morrendo.
FRASE DA SEMANA
“Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”
Tom Jobim
LI, VI E OUVI
Bruno Pedretti
Li: Um livro que mostra o quanto a relação entre um cão e um homem pode ser intensa. O livro de não-ficção escrito por John Grogan, “Marley e eu”, que narra a história real de um cachorro da raça labrador americano, que durante 13 anos participou intensamente da vida de John. Vale a pena ler!
Vi: O Turista. O filme estrelado por Angelina Jolie e Johnny Depp traz muito suspense e ação aos telespectadores. Depp interpreta um turista americano, cujos flertes brincalhões com uma estrangeira o levam a uma rede de intrigas, romance e perigo. Durante uma viagem à Europa, Frank, personagem do galã, encontra Elise (Angelina Jolie), desenvolvendo uma inesperada relação amorosa.
Ouvi: O novo CD de Marcelo D2 cantando músicas do saudoso Bezerra da Silva. D2 interpreta de maneira bem carioca as letras do malandro mais conhecido do Brasil. Este é o quinto álbum de estúdio, e desta vez Marcelo escancarou seu lado sambista para homenagear o velho amigo Bezerra da Silva, falecido em 2005.
TÔ DE OLHO!
Bruno Pedretti
A bola da Puma retrô - com o símbolo da tetracampeã mundial de futebol, Itália - é uma ótima opção para presentear um apaixonado pelo esporte. Lembra a bola usada nas décadas de 30 e 40, e aparenta ser extremamente resistente, além de vir junto com uma bolsa supermaneira, personalizada. O preço é um pouco salgado, mas vale a pena em se tratando de uma relíquia lançada pela marca. R$ 149,90 em média.
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