Os focas - 10 a 12 de setembro 2011

Por Amine Silvares, Priscilla Franco e Leonardo Lima
sexta-feira, 09 de setembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

FAZER O BEM NUM É NADA MAL...

Já ouviu falar na Lei de Gerson? Aposto que você pratica sem dor na consciência para não se passar por “otário”. Já fez sua boa ação do dia? Já ajudou uma velhinha a atravessar a rua? Já doou sangue? Aliás, você já doou sangue alguma vez na vida? Conte sua boa ação pra gente! O e-mail é osfocas@avozdaserra.com.br. A gente manda a sua história pra comissão do Nobel. Vai que você ganha um premiozinho em dinheiro, né? Nada mal...

Japoneses dão exemplo de honestidade após tsunami

Amine Silvares

A honestidade é um fator cultural no Japão. Após os fortes tremores de terra de março, seguidos por tsunamis, o povo japonês, que já vem sendo treinado há anos para lidar com desastres naturais, não entrou em pânico. Como o sistema de alerta já estava implantado e muitas pessoas mantêm kits de sobrevivência preparados em casa (com água, alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal), eles puderam deixar suas casas com certa tranquilidade. Mas não foram apenas essas medidas que fizeram a diferença.

O povo japonês sabe que pode confiar no seu governo e, mais ainda, nos seus compatriotas. O clima de calma pós-catástrofe se deu, pois os casos de corrupção e desvio de verbas não são comuns. Até mesmo roubos e assassinatos são raros e costumam ganhar grande destaque na mídia nacional.

Após o tsunami, muitas pessoas tentaram voltar para o lugar onde moravam em busca de pertences que não teriam sido levados pela água. Foram achados milhares de ienes, além de joias e barras de ouro. O total somado contabilizou quase R$125 milhões. E o que os japoneses fizeram? Devolveram. Tudo. A polícia recebeu os achados e entraram em contato com as pessoas para poder devolver os pertences. No Japão, o conceito de que “achado não é roubado” não existe. Não é da cultura deles levar uma coisa que não lhes pertence.

Como se não bastasse, o governo japonês refez os cálculos e viu que a ajuda financeira que receberam da comunidade internacional foi mais do que a necessária para ajudar a reconstruir o país. Então, mais uma vez dando um exemplo de honestidade, os japoneses devolveram uma grande quantidade de dinheiro para a Cruz Vermelha. Legal, né?!

Enquanto isso, Nova Friburgo tem CPI, além de ter diversos representantes do governo municipal sendo investigados pelo Ministério Público por suspeita de desvio de verbas. Acho que é uma boa mostra da mais brasileira das leis, a de Gérson.

FRASE DA SEMANA

“Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”

Madre Teresa de Calcutá

LEMBRA DISSO?

Priscilla Franco

Uma tirinha que fez muito sucesso nos Estados Unidos durante os anos 70, e que se espalhou pelo resto do mundo nas duas décadas posteriores, começava com a frase “Love is...” ou “Amar é...”, em sua versão brasileira. Na ilustração, um casal desenhado com traços delicados mostrava as sutilezas do amor nas situações mais inusitadas. Poucos sabem, porém, que o casal que estampou durante anos as capas de caderno, agendas e álbuns de figurinhas contava um pouquinho de uma história de amor bem verdadeira.

Tudo começou com bilhetes que a neozelandesa Kim Grove escrevia ao futuro marido Roberto Casali nos anos 60. Eles eram ilustrados com um simpático casalzinho pelado que retratava suas próprias características físicas. Kim e Roberto se conheceram em uma estação de esqui na Califórnia, onde ambos viviam ilegalmente. Em 1970, o jornal Los Angeles Times passou a publicá-los, e logo viraram hit mundo afora, alcançando mais de 60 países.

No Brasil, a editora Abril lançou em 1978 um álbum de figurinhas autocolantes com a tirinha. Os adesivos eram vendidos em pacotes de 3 unidades, somando 226 no total. A revista foi relançada três vezes, em 1982, 1991 (em formato de coração) e mais recentemente em 2005, em uma versão mais moderna que permitiu às antigas fãs abrandarem um pouco as saudades.

Infelizmente, o romance que inspirou a ilustração foi interrompido pelo câncer, que provocou o falecimento de Roberto seis anos após a publicação da primeira tirinha. O casal teve três filhos, herdeiros de uma enorme coleção de desenhos que eternizaram o amor de seus pais.

LI, VI E OUVI

Leonardo Lima

Li: Um livro de leitura rápida e variada. Assim pode ser definido “Dez contos com descontos”, de Ordilei Alves. A obra é uma coletânea de histórias que vai do humor ao drama, induzindo o leitor a uma reflexão sobre a natureza humana. Entre os contos está “O professor e a corporação”, que foi o de estreia do autor e que fez com que ele ganhasse menção honrosa em um concurso promovido pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Vi: Em “Enigmas de um crime”, uma série de assassinatos ligados por códigos assombra a universidade de Oxford. A esperança dos moradores da região está com dois homens: Arthur Seldom (John Hurt), um prestigiado professor de lógica, e Martin (Elijah Wood), um jovem estudante recém-chegado à universidade. A dupla junta suas habilidades para desvendar o mistério e montar um verdadeiro quebra-cabeça. Quanto mais perto chegam da verdade, aumenta a sensação de insegurança e incompreensão com o mundo ao redor. Um excelente suspense com um final surpreendente.

Ouvi: O primeiro disco da cantora Flora Matos mostra porque ela é considerada uma das artistas mais promissoras do cenário do rap brasileiro. Em Flora Matos vs. Stereodubs, destaque para as canções como “Pretin” e “Esperar o sol”. Entre suas influências estão Racionais MCs, Dina Di, Sabotage, Kamau, MC Marechal, SNJ e Instituto. A popularidade de Flora começou a subir quando passou a trabalhar com consagrados DJs do rap nacional. E 2010 foi indicada para o Video Music Brasil 2010 na categoria “Aposta”. Atualmente está em processo de gravação de seu segundo álbum.

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