E nem por isso nós vamos invadir sua praia...
Porque é fato: estão invadindo a nossa coluna! Mas a gente deixa. Aliás, quem quiser contribuir não se acanhe e mande seu texto para osfocas@avozdaserra.com.br. Você pode ser publicado. Ou não. Vai depender da nossa preguiça em entregar alguma coisa a tempo. Talvez a gente só te use como tapa-buraco (com hífen? Sem hífen? Junto? Ó, santa gramática!).
Um pequeno príncipe e um grande autor
Thaís Patueli
No dia 29 de junho de 1900, nascia, na França, um dos maiores escritores do mundo até hoje. Seu nome? Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry (mais conhecido como, apenas, Saint-Exupéry), autor do magnífico clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”.
Saint-Exupéry, desde pequeno, sempre foi apaixonado por mecânica e seguiu carreira militar. O curioso é que, aos 14 anos, ele e seu irmão foram estudar no colégio dos Maristas, situado numa cidade da Suíça chamada Fribourg... Isso lembra alguma coisa? Exatamente! Como sabemos Nova Friburgo foi colonizada por suíços e batizada com esse nome exatamente por conta dessa cidade. Coincidentemente ou não, estamos muito ligados a Saint-Exupéry!
Mas o que realmente nos liga a ele (não só quem está em Nova Friburgo, mas toda a humanidade) é a sua mais importante obra, “Le Petit Prince” (O Pequeno Príncipe). Quando Antoine partiu para Nova York, no fim de dezembro de 1940, começou a desenhar, na frente dos editores, o recorrente menino de cabelos rebeldes. Quando lhe perguntavam, respondia: “Não é nada de mais, é apenas o garoto que existe no meu coração.”
A primeira edição do livro apareceu em abril de 1943. Ele recebeu um dos primeiros exemplares alguns dias antes do seu embarque para a África do Norte. Atravessou o Atlântico a bordo de um navio com tropas americanas para lutar pela França ocupada pelo exército alemão. No dia 31 de julho de 1944, não retornou da sua última missão.
“O Pequeno Príncipe” é o terceiro livro mais vendido do mundo, cerca de 134 milhões de exemplares, 8 milhões só no Brasil, e foi traduzido em mais de 220 línguas e dialetos. O personagem principal do livro é um dos mais famosos e queridos de todos os tempos, que empolga crianças e adultos com ensinamentos inesquecíveis. Sua história deixa marcas pela forma simples de suas mensagens de otimismo, simplicidade e amor ao nosso planeta.
O príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa, que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto, e uma flor, de grande beleza e muito orgulho. E foi o orgulho dessa flor que arruinou a tranquilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a uma viagem que o trouxe para a Terra. Aqui, ele encontra diversos personagens e começa a repensar o que é realmente importante na vida.
Um pequeno príncipe nos convida a olhar com atenção o planeta que habitamos, cheio de presentes oferecidos pela natureza. Presentes aparentes ou escondidos, renováveis ou limitados. Mas todos eles revelam segredos quando os observamos com o olhar puro de uma criança, sem julgamentos. Antoine de Saint-Exupéry resgatou a criança que existe em cada um de nós, com encanto, ética e beleza. Ele viajou pelo mundo, decifrou o céu e criou laços entre as pessoas, vivendo uma das principais frases do seu livro: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
MINUTO ESPORTIVO
Leonardo Lima
Durante a passagem de Dunga no comando da Seleção Brasileira, de 2006 a 2010, torcedores e imprensa muito questionaram o futebol apresentado pela equipe. Convocações de desconhecidos como Afonso Alves e o padrão defensivo de jogo irritaram os brasileiros, que cobravam uma postura mais compatível com a história da Seleção. Ou seja, um futebol mais vistoso e ofensivo, que valorizasse os jogadores mais talentosos em detrimentos dos “burocratas da bola”.
Nem mesmo os títulos da Copa América, sobre a Argentina, e da Copa das Confederações, sobre os Estados Unidos, pouparam o treinador das críticas. Ao fim das Eliminatórias, o Brasil terminou na primeira colocação, se classificando para a Copa do Mundo sem sustos. Mas o que marcou mesmo os brasileiros foi—mais um—fracasso nas Olimpíadas. A convocação dos 23 atletas que defenderiam a Seleção na maior competição do mundo era o que faltava para transformar Dunga em vilão nacional. “Não levou Ganso, Neymar e Ronaldinho? É um burro!” Para muitos, o resultado na Copa apenas confirmou o que todos já sabiam: o treinador, na verdade, não passa de um mero ex-jogador.
Pois bem, para alegria de muito, após a Copa de 2010 o “pior técnico do mundo” foi substituído por Mano Menezes, profissional que se projetou no Caxias, do Rio Grande do Sul, e teve boas campanhas com Grêmio e Corinthians. Entretanto, decepcionando todas as expectativas, dois anos após Mano assumir a Seleção, o que se vê é um amontoado em campo. A equipe não possui o menor padrão tático, jogou um futebol horroroso na Copa América, sendo eliminado em uma disputa de pênaltis onde não conseguiu converter um gol sequer.
A sorte do Brasil é que, como sediará a próxima Copa do Mundo, não precisará passar pelos 18 jogos das Eliminatórias. Caso contrário, quase 200 milhões de torcedores sofreriam, sob o risco de não verem a sua seleção entre as 32 melhores do planeta. O “time” de Mano Menezes ganha dos fracos, sem convencer, e perde para os grandes. Derrotas para Alemanha, França e Argentina evidenciaram ainda mais a fragilidade da equipe. A dois anos da Copa, faltam no Brasil aeroportos, boas estradas, hotéis, estádios e, sobretudo, uma seleção de verdade. A gente era feliz e não sabia?
LEMBRA DISSO?
Amine Silvares
A empresa Atari completou 40 anos em junho. Durante a década de 70 e início da 80 eles foram os líderes do mercado de videogames no mundo e foram os grandes responsáveis pela popularização do formato, lançando jogos clássicos e o seu mais famoso console, o Atari 2600.
O primeiro jogo de sucesso comercial da empresa foi o Pong. Com gráficos simples, o jogo imitava o tênis de mesa e foi lançado originalmente no formato arcade (“máquina de fliper”) em bares nos Estados Unidos, em 1972. Ele criava a possibilidade de dois adversários se enfrentarem ao mesmo tempo. Duas paletas eram usadas para acertar uma bola virtual que passava de um lado para o outro do jogo, aumentando de velocidade a cada rebatida. Caso um dos jogadores deixa-se a bola passar, a velocidade voltava ao normal e ia aumentando a cada tacada novamente.
Já o primeiro console doméstico lançado pela empresa foi o Atari 2600, que além do Pong, rodava os jogos Combat e Space Invaders. Com isso, a empresa teve um lucro de mais de US$2 bilhões em 1980. Empresas como a Sega, Coleco e Nintendo produziram cartuchos compatíveis com o console, que se tornou o mais vendido da primeira metade da década de 80.
No entanto, o Atari 2600 foi perdendo popularidade com o surgimento do Nintendo Entertainment System (lançado no Brasil como Phanton System pela empresa Gradiente) e o MasterSystem, da Sega. Em 2001, a marca foi finalmente vendida para a Infogrames, que dentre os sucessos recentes está a série Civilization.
LER, VER, OUVIR
João Clemente
Ler: “Virada no Jogo” (Game Change) (2012) é um desses livros envolventes. Mostra os bastidores da campanha presidencial dos Estados Unidos de 2008, vencida por Barack Obama, e que foi talvez a mais bacana dos últimos tempos, pelo menos no quesito personagens. No livro há tanta informação que foi feita até uma versão para televisão baseada somente em alguns poucos capítulos do livro, os que tratam da campanha de McCain e Sarah Palin. “Virada no Jogo” é uma ótima pedida para quem quer entrar no clima das eleições municipais deste ano.
Ver: A história de “A Dupla Vida de Veronique” (La Double Vie de Véronique) (1991) é secundária. Não que ela seja desnecessária, pelo contrário, é uma história muito bonita, mas o ponto forte do filme é a experiência cinematográfica em si—a imagem-tempo; a imagem-movimento. Foi logo depois deste filme que Krzysztof Kieslowski escreveu e dirigiu a Trilogia das Cores—“A Liberdade é Azul”, “A Fraternidade é Branca” e “A Fraternidade é Vermelha”—pela qual ele ganhou notoriedade mundial.
Ouvir: Luiz Alfredo Coutinho Souto é o nome de batismo de DJ Tudo—músico, pesquisador e produtor, que lançou em 2010 “Nos Quintais do Mundo”, um dos discos mais incrivelmente ignorados dos últimos anos. Embora seja obra de um “DJ”, “Nos Quintais” tem poucos timbres eletrônicos e vai fundo nas tradições folclóricas brasileiras, principalmente nordestinas, misturando-as com instrumentos e vocais do mundo afora—com ajuda de colaboradores do Senegal e da Escócia, por exemplo—, criando um som ao mesmo tempo brasileiro e globalizado, no ótimo sentido das palavras.
Deixe o seu comentário