O inferno é aqui?
Alguém, por favor, socorro, ligue o ar-condicionado central do mundo. Não tá dando! Esse calor queniano ainda vai nos matar de desidratação. Tudo que queremos é ir morar em um iglu. Com conexão acima de 10 Mbps, por favor! Não custa nada sonhar...
Palavrão
Priscilla Franco
Outro dia, distraída em pensamentos triviais, enquanto fazia uma viagem curta entre o Centro e as Braunes, me peguei lendo o que estava escrito na poltrona da frente, no ônibus. Era um palavrão. Um palavrão daqueles bem cabeludos, que renderiam um cascudo da mãe se pronunciado em casa, sem querer. Do tipo que é fácil encontrar na porta de um banheiro público, pichado em algum muro ou em outro ato de vandalismo qualquer.
Acho engraçado que o palavrão na maioria das vezes tem uma simbologia escatológica ou um forte cunho sexual. Ele seria apenas uma palavra assim, sem aumentativo, se não representasse figuras que dificilmente estão presentes em um bate-papo qualquer. Fazem referência ao que a moça esconde na calcinha, ao que o rapaz mantém quietinho na cueca, ao que é feito entre quatro paredes sem que ninguém fique sabendo.
Mas quando escrito assim, na poltrona do ônibus, o palavrão gera uma curiosa cumplicidade entre escritor e leitor. Eu sabia o que queria dizer o jovenzinho rebelde que rabiscou aquilo ali. Ele também sabia exatamente o que estava escrevendo. Mas mesmo assim é possível que nenhum dos dois tivesse coragem de falar a respeito, em voz alta.
É interessante ainda a reação das pessoas ao palavreado explícito. Senhorinhas se chocam, senhores se constrangem, meninos levados dão risadinhas, meninas recatadas coram as bochechas. São maneiras tão genuínas de reagir que nem uma única palavra de todas as escritas neste texto é capaz de provocar. Não basta ser uma palavra, tem que ser um palavrão. E só para informar ao pichador que inspirou esta história, o monossílabo abandonado no assento do ônibus não deveria ter acento.
LEMBRA DISSO?
Amine Silvares
Eu adorava comer Skiny, mas preferia qualquer fedoritos da Elma Chips pelos brindes. A empresa americana, subsidiária da Pepsi Co., colocou em seus pacotes alguns dos melhores e mais bizarros brindes que uma criança poderia ganhar durante a década de 90.
Dedos, cérebros, olhos, orelhas e línguas de borracha. Tudo bem nojento, mas tudo muito legal. E o melhor: colavam no teto. A minha, coitada, passou meses com um dedo colado no teto do quarto, bem em cima da cama, até que um dia ele caiu de madrugada na cara dela. As “Susto Partes” eram molengas e um pouco fedidas, mas eram muito legais. Junto com as Susto Partes, vinham os Brilha Susto, uns adesivos com desenhos um tanto nojentos e nem de longe tão legais quanto os dedos de borracha.
Mas é claro, o brinde mais legal da Elma Chips era, sem sombra de dúvida, os tazos. Eles surgiram em 1997 e o tema era Looney Tunes, na onda do filme Space Jam, lançado no ano anterior. A série original continham cerca de cem tazos e se dividia em três cores: amarelo, com cenas de desenhos, a azul, com desenhos aleatórios dos personagens, e a verde, que vinha com os personagens dentro do fundo clássico que aparece no fim dos desenhos mais antigos da Warner.
Vieram em seguida os máster-tazos, tazos voadores, reflexivos, metalizados, tazos dos Animaniacs, Pokemón, Bob Esponja, O Máscara, Tiny Toon e qualquer outro desenho que estivesse na moda e pudesse representar um lucro maior para a empresa. Consegui completar apenas a coleção original, o que quer dizer que tive que comer uma quantidade absurda de salgadinhos cheios de sódio, o suficiente para ter hipertensão pelas próximas 14 encarnações. Mas valeu a pena.
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